Moreira Mendes deve comandar oposições em 2010 se PSDB não for entregue a Cassol – Por Paulo Queiroz

Moreira Mendes deve comandar oposições em 2010 se PSDB não for entregue a Cassol – Por Paulo Queiroz

Moreira Mendes deve comandar oposições em 2010 se PSDB não for entregue a Cassol – Por Paulo Queiroz

Foto: Divulgação

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Política em Três Tempos
 
1 – MOREIRA MENDES
 
É até possível que tudo termine na mera postulação da reeleição em 2010. Mas a movimentação, a postura e as exterioridades dos sinais que vem emitindo levam a supor que a mira esteja assestada em alvos algo acima da linha do nariz. Fala-se, leitor, do deputado federal Moreira Mendes (PPS), sobre cujos procedimentos um olhar mais atento não deixará de perceber que o parlamentar trabalha para tornar o conjunto que envolve a si próprio e o seu partido uma variável muito mais densa e importante do que as aparências podem sugerir, indispensável mesmo em qualquer equação político-eleitoral que se tente montar com chances de ser levada a sério na reconfiguração dos diagramas de poder em Rondônia quando 2010 chegar.
 
Bem verdade que organizado, caprichoso e permanentemente antenado o deputado Moreira Mendes sempre o foi. Atendia ainda por Rubens, batia ponto no escritório de advocacia e tinha ação político-eleitoral circunscrita às burocracias partidárias e já se destacava por esse zelo - a todos visível - no que fazia. Tanta aplicação nos procedimentos da rotina foi, com certeza, a chave para, num espaço de tempo surpreendentemente rápido, conferir-lhe a condição de um dos mais atuantes integrantes do Senado, quando teve que assumir a vaga aberta pela posse, em 1999, do titular José Bianco no governo do Estado.
 
Lá, nos quatro anos em que completou o mandato, notabilizou-se tanto pela prodigalidade com que franqueou o gabinete ao encaminhamento dos interesses locais como pelo empenho no enfrentamento das grandes questões da agenda regional, aí destacada a intensa atividade que desenvolveu tentando flexibilizar propósitos de modificação da legislação ambiental asfixiantes para a economia do Estado. Prova para lá de eloqüente do reconhecimento desse trabalho foram os mais de 172 mil votos que obteve na primeira eleição que disputou – quando tentou renovar o mandato em 2002 – e os quase 30 mil sufrágios com que se elegeu deputado federal quatro anos depois.
 
2 – LARGANDO CASSOL
 
Possivelmente estaria no DEM, hoje, (o que talvez pouco modificasse a abordagem desta coluna, como adiante se verá) não tivesse - malograda a tentativa de permanecer no Senado – sido preterido no propósito de conduzir o então PFL no Estado. Deve agora incluir entre as suas digressões a que especula sobre os males que vêm para o bem. Decidido a prosseguir na política, mas sem mais espaço na legenda de origem, inventou de organizar o PPS. Calhou de ser esta a agremiação de que se socorreu o governador Ivo Cassol quando o PSDB decidiu expulsá-lo. E aqui chegamos ao ponto que interessa – o da inflexão que terminou por descortinar os atuais horizontes de Moreira Mendes.
 
Em que importe, até por força das circunstâncias, ter feito a campanha empoleirado no palanque oficial, não tardou muito em deflagrar um processo de descolamento das políticas emanadas do Palácio Presidente Vargas. Ao perceber que em vez de ser chamado à parceria lhe seria exigido vassalagem, deixou Cassol de lado. Pelo que dele (de Moreira Mendes) se anda vendo, não tem do que se arrepender. Pode até dar com os burros n’água – a política é o espaço das imponderabilidades por definição -, mas seguramente não está pensando pequeno no que diz respeito a 2010 e, como diz “o afastado”, tem café no bule. Senão vejamos.
 
Sem tirar nem por, Moreira Mendes é, hoje, o deputado federal rondoniense mais bem estruturado em termos da administração do mandato, do cuidado com a imagem pública e da condução do partido. Dos oito representantes do Estado na Câmara, é o único a manter, simultaneamente, um site pessoal rigorosamente atualizado, um programa de rádio (“A Hora do Compromisso”) incluído na grade de algumas emissoras do Estado e distribuído para todas que se dispuserem veiculá-lo, a produção regular de artigos assinados que distribuí para jornais e sites de notícias, além da assessoria de imprensa manter a caixa de correio da mídia local permanentemente atualizada acerca da sua atividade parlamentar.
 
3 – PORTE ALTIVO
 
Quanto a esta – a peleja na Câmara -, só o fato de ter sido reeleito, ainda na semana passada,vice-presidente da Frente Parlamentar Agropecuária para a Região Norte revela que permanece em sintonia fina com o setor mais denso do Estado que representa. É, porém, como dirigente partidário que pode surpreender como o estrategista da hora. No momento, é o político rondoniense com maior probabilidade de comandar o palanque local que dará sustentação ao candidato das oposições à Presidência da República no ano que vem, seja ele o governador José Serra (PSDB-SP) ou o governador Aécio Neves (PSDB-MG) - os mais cotados, nessa ordem.
 
Sabedor de que a aliança que os oposicionistas estão trabalhando para ver reproduzida em todos os Estados em 2010 é a que terá na fachada o PSDB, o DEM e o PPS, o governador Ivo Cassol está louco para assumir e liderar esse conglomerado por aqui. Como por intermédio do PPS (onde ainda está filiado) teria que ser do jeito que Moreira Mendes quisesse (e os dois, como se viu, há tempos não se bicam), no momento Cassol está apostando todas as suas fichas na conspiração que está sendo levada a cabo pelo vice-presidente regional do PSDB, Aparício Carvalho, com o propósito de remover o ex-deputado federal Hamilton Casara da direção partidária regional de modo a entregar-lhe (ao governador) a legenda. Caso isso ocorra, o proscênio oposicionista da eleição presidencial em Rondônia será ocupado por Cassol. Mas não está sendo fácil.
 
Seja como for, Cassol e acólitos têm agora pouco mais de seis meses para se filar em outro partido, porquanto até o suposto ungido para receber o apoio oficial no processo sucessório – o vice-governador João Cahula – também é filiado ao PPS e jamais obteria a candidatura sem rezar pela cartilha de Moreira Mendes. Enquanto isso, o pepista trata de costurar, em Brasília, o acordo prognosticado pelas oposições, protagonizando seguidas reuniões com dirigentes tucanos e democratas, como se pode constatar no seu site. Se tudo ocorrer como vem sendo palmilhado, chega a 2010 altivo e com cacife para disputar qualquer cargo que as condições objetivas lhe indicarem. A ver.
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