Política em Três Tempos - Ausência de Sobrinho no debate da Unir é criticada, mas campanha não sofre prejuízos – Por Paulo Queiroz

Política em Três Tempos - Ausência de Sobrinho no debate da Unir é criticada, mas campanha não sofre prejuízos – Por Paulo Queiroz

Política em Três Tempos - Ausência de Sobrinho no debate da Unir é criticada, mas campanha não sofre prejuízos – Por Paulo Queiroz

Foto: Divulgação

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1 – DEBATE DA UNIR
 
Não deu outra. Surpreendido pela evaporação do referencial, o grupo deixou a impressão de ter ficado mais aturdido do que cachorro caído da mudança. Tanto que o primeiro integrante a ser interpelado com uma pergunta da platéia perdeu-se numa saudação tão estapafúrdia aos circunstantes que quando deu conta de se ocupar com a resposta não lhe restavam mais do que alguns segundos (menos de 10) dos 180 (três minutos) que o regulamento estabelecia para a intervenção.
 
Como a coluna havia antecipado, o candidato à reeleição para a Prefeitura de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT), embalado por estonteantes índices de intenções de voto, não compareceu ao debate entre os candidatos a prefeito da Capital com que o Diretório Acadêmico de Direito 05 de Outubro, da Universidade Federal de Rondônia (Unir), encerrou, na quinta-feira (11), a II Jornada de Ética e Direito Eleitoral, evento cujas atividades foram desenvolvidas em três dias com um afluxo e participação de universitários que chegou a surpreender os organizadores. Mas nem sinal de Sobrinho.
 
Falou-se em falta de respeito para com a comunidade acadêmica da Unir e da Faculdade Católica de Rondônia (FCR) – que interrompeu as atividades no período para liberar seu pessoal para o evento – e, durante todo o debate, não faltou quem apontasse a cadeira vazia exigindo condenações inquisitoriais para o convidado gazeteiro. Mas o fato é que, bem feitas as contas, a julgar pelas manifestações que ali eclodiram, no que diz respeito ao balanço da campanha, a candidatura oficial saiu ganhando com a ausência do titular.
 
Pelo menos em relação ao desgaste emocional do candidato, já que, comparecendo ou não, dificilmente daquela mata haveria de sair mais algum coelho para aumentar o peso do embornal de votos petista. Ou seja, naquela praia, quem vai sufragar o nome de Roberto Sobrinho é porque vota, antes, no PT. E não vai deixar de fazê-lo porque o candidato refugou encarar uma platéia num ambiente sabida e majoritariamente hostil.
 
2 – CONTRASTE PERDIDO
 
Foi o terceiro encontro entre os candidatos, o primeiro ao qual o campeão das pesquisas não compareceu. Daí a concorrência – que adicionalmente se armara para bater e tirar vantagem da cumplicidade da platéia – ter ficado algo desvanecida. Não bastasse o evento ter perdido em contraste com o acidente, o que se anunciou como debate terminou sendo apresentado como uma sabatina, porquanto em vez de ao menos em um dos blocos os candidatos perguntarem-se entre si (essência do debate), todos foram, na verdade, apenas sabatinados, ou seja, tiveram que se limitar a responder perguntas previamente encaminhadas por escrito pelos acadêmicos.
 
Tudo junto, a sonolência só não se instalou de vez por conta da criatividade de um ou outro convidado (o candidato do PTC, deputado Alexandre Brito, à frente) e das manifestações dos universitários contra a insuficiência de ônibus para servir ao campus e, principalmente, contra o lixão da Vila Princesa – que inferniza a vida de todos que ali trabalham. Não por acaso foi o tema mais recorrente da sabatina e objeto da expressão coletiva mais comentada – grande parte dos estudantes apresentou-se com máscaras sanitárias.
 
O candidato que se perdeu logo no começo não mais iria se encontrar até às considerações finais. Definitivamente, o filósofo e professor Adilson Siqueira (PSOL) não estava em um dia feliz. Possivelmente porque, do grupo, fosse o mais afetado com a ausência de Sobrinho – no lombo do qual escalara as manchetes por ocasião do encontro anterior (debate da Ulbra – único debate até agora, por sinal). Diz-se que diante do que aprontara para o encontro da Unir a contrariedade a que submetera o petista no auditório da Ulbra fora só um aperitivo. Enfim, sem ter como trabalhar no “pars destroens” não foi capaz de apresentar algo convincente na linha do “pars constroens”.
 
Pela ordem de interpelações, o deputado Mauro Nazif, candidato do PSB, deu a impressão de que espera mais nada deste pleito. E não foi só ele, é bom que se diga.
 
3 – DEDO NA FERIDA
 
No resumo, a mensagem deixada por Nazif cristalizou-se na preocupação em realçar o fixar a sua história de lutas, lembrando ter sido dele a iniciativa de extinguir a aposentadoria de deputados na Assembléia Legislativa e dele a façanha de ter sido o único parlamentar a, do começo ao fim, permanecer na linha de frente da batalha pela readmissão de milhares de servidores estaduais postos no olho da rua no ano 2000.
 
Quem mais se esforçou para tentar demonstrar que a mudança é possível foi o candidato do PSDB, o ex-deputado federal e ex-presidente do Ibama Hamilton Casara, cabendo também a ele o mérito de ter-se revelado como o mais preparado para o cargo em disputa. Em vez de perder-se em detalhes de promessas mirabolantes, apontou o dedo para a ferida e apresentou o remédio – um problema de gestão.
 
David Chiquilito, o candidato do PC do B, não consegue dar muitos passos fora da trilha marcada pelas pegadas do pai. Amparou-se da “Escola Padrão” para detalhar seu modelo de educação, na maternidade municipal para desenhar o perfil da saúde e, para elucidar, avocou o sangue ancestral para legitimar a opção pela política e, quiçá, como prova de potencial administrativo.
 
Parecendo intimidado com uma suposta qualidade intelectual da platéia, o deputado federal Lindomar Garçom (PV) teve poucos momentos de espontaneidade. Soltou-se um pouco ao criticar o lixão (apoiado calorosamente) e ao relatar as providências tomadas como ex-prefeito de Candeias para resolver os problemas do transportes dos universitários do lugar (mais apoios calorosos). Mas ficou nisso.
 
Quem se saiu melhor na comunicação foi o deputado Alexandre Brito. Tanto que, ao encerrar o discurso antes do tempo reservado, teve que voltar ao proscênio sob um coro insistente de pedidos. Sem a confirmação de Sobrinho, o próximo encontro dos candidatos é dia 28, no debate da TV Candelária. O da Rádio Caiarí, anunciado para esta terça-feira, foi cancelado por falta de interesse de Sobrinho e de mais três PDGs.
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