Política em Três Tempos- Por Paulo Queiroz

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Foto: Divulgação

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1 – DISPUTA RENHIDA Poucas vezes uma candidatura de “vice” foi tão cobiçada – e por isso mesmo está provocando tantos problemas para os encarregados pela montagem de um esboço do arranjo pretendido – quanto a do futuro companheiro de chapa do prefeito Roberto Sobrinho (PT), de Porto Velho, pré-candidato à reeleição. E olhe que, considerando o ostracismo a que foi relegada a atual vice do mandatário porto-velhense, a ex-comunista Cláudia Carvalho (eleita pelo PC do B e filiada ao PPS desde que se percebeu completamente alijada da administração), a perspectiva de ser vice de um Executivo tão avaro na partilha do poder com o seu segundo – não obstante a imagem “Roberto&Cláudia” fixada pelo marketing da campanha eleitoral ter sugerido exatamente o oposto - não deveria estar servindo de combustível para alimentar altercações tão extremadas. Ocorre que, nas cúpulas dos partidos pretendentes, 10 entre 10 das raposas felpudas que as habitam acreditam que, tão certo como o sol nascerá a cada novo dia, na hipótese de sucesso do projeto da reeleição – cuja probabilidade estimam nas alturas -, o prefeito Sobrinho só o será até o começo de abril de 2010, procedendo a sua desincompatibilização do cargo de modo a concorrer ao pleito de outubro daquele ano, provavelmente para disputar a sucessão no Palácio Presidente Vargas. O que se cobiça, assim, não são apenas os dois anos e nove meses de mandato que sobram pela frente, mas principalmente a possibilidade de disputar a reeleição no pleito seguinte com todas as vantagens proporcionadas a quem o faz no cargo. Sabe-se que Sobrinho já repetiu umas 500 mil vezes que, reeleito, cumprirá o segundo mandato por inteiro. Mas enquanto for Sobrinho ou qualquer dos seus acólitos quem o diga, não há força humana capaz de fazer os cobiçosos acreditarem no mantra. Precisaria o Criador largar dos seus afazeres e anunciar em pessoa o que repetem o prefeito e auxiliares mais chegados para acalmar os pretendentes à candidatura de vice-prefeito – e olhe lá! 2 – CREDENCIAIS DO PBDB Embora o PMDB reclame para a agremiação o cacife mais robusto para postular a indicação, também estão no páreo o PDT (certamente), o PSB (possivelmente), o PC do B (remotamente) e o próprio PT (com toda certeza). Mas como diria aquele soturno assassino de mulheres das escuras ruelas londrinas do final do século XIX, vamos por partes. O PMDB avoca para si a condição de partido que está em melhor situação para exigir a candidatura de vice-prefeito numa eventual coligação encabeçada pelo PT de Porto Velho, independentemente do que ficar acertado em termos de espaços a ocupar na administração do postulado segundo mandato de Sobrinho, por fatores como, segundo o presidente municipal da legenda, empresário Fernando Prado, possuir mais de 8 mil filiados na capital, ter a maior bancada na Câmara (três vereadores) e, entre todas as siglas da localidade, ter direito ao maior tempo na propaganda gratuita de rádio e televisão da Justiça Eleitoral. Não bastasse isso, nesse particular a negociação passa pela possibilidade de, em contrapartida, o PT vir a ocupar as candidaturas de vice-prefeito em uma pá de municípios onde o PMDB encabeçará chapas na condição de favorito, citando-se como exemplos as cidades de Ariquemes (onde o prefeito Confúcio Moura disputa a reeleição no comando de uma administração tida como uma das mais operosas da história do lugar), Cacoal (com a presidente da Câmara, vereadora Raquel de Carvalho, apoiada pela prefeita Sueli Aragão e exibindo índices bastante elevados nas pesquisas de intenção de votos) e Candeias do Jamari (onde o principal adversário do prefeito Chico Pernambuco, deputado federal Lindomar Garçom, estará fora da disputa paroquial para entrar no páreo da corrida pela sucessão no Palácio Tancredo Neves). Nesse caso, empalmadas pelo senador Valdir Raupp (PMDB), as conversas alcançam as direções regionais das duas legendas, que manifestam interesses de magnitudes algo equivalentes no maior número de parcerias que puder ser obtido. 3 – OLHO EM 2010 O objetivo subjacente é o de começar a construir desde já uma aliança que se possa antepor, com chances de sucesso, aos projetos de continuidade das forças lideradas pelo governador Ivo Cassol (sem partido) no Palácio Presidente Vergas, supondo o pior dos cenários para as oposições – ou seja, aquele em que o governante rondoniense chegará a 2010 ainda mais fortalecido e sem baixas entre os políticos que o apóiam. Nessa hipótese, aposta-se que a situação subirá aos palanques para tentar eleger governador o senador Expedito Júnior (PR) e senador o governador Ivo Cassol, apoiada sabe-se lá por quantos conglomerados políticos oportunistas do pedaço. Noves fora as imprecisões, com essas credenciais e dadas as circunstâncias, seria de supor que entre o PMDB e a candidatura de vice na chapa petista não se tivesse o que interpor. Mas tem-se – e como! Começa pelo próprio PMDB, onde as disputas internas ameaçam deixar o partido até fora da cogitada coligação. Depois tem o PDT, que por conta do conglomerado de comunicação de que é proprietário o seu presidente regional, o senador diplomado Acir Gurgacz, é o último dos partidos que os petistas desejam ver fora da projetada coligação – não bastasse o tempo de propaganda gratuita também não desprezível. Em caso de aliança, prevê-se que, entre PMDB e PDT, quem ficar com a candidatura de vice terá menos espaço na futura administração. Para o PSB, cuja maior liderança - deputado federal Mauro Nazif (a maior votação da capital em 2006) - já teria descartado disputar a sucessão de Sobrinho, entre as alternativas de saída honrosa está a de ocupar a candidatura de vice da chapa petista. No caso de um convite dessa natureza, não se pensará duas vezes. Idem em relação ao PC do B. Na hipótese de um apelo de Sobrinho, os comunistas farão de conta que jamais ouviram falar da postulação do ex-vereador David Chiquilito Erse e prestar-se-ão de pronto à reprodução da aliança de 2004. Quanto ao próprio PT, bem, esse é um caso a ser tratado a parte.
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