CONFLITO: Ministério Público de RO defende mediação em ocupação de fazenda

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Foto: Divulgação

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A  manifestação da Promotora de Justiça é pela preparação do processo judicial para a realização da mediação. O posicionamento do MP se deve ao fato de que, atuando como curadora dos conflitos coletivos pela posse de terra urbana e rural, ela fez, esta semana, visita na propriedade rural disputada pelas partes, de modo a verificar a realidade. A fazenda  já foi objeto de uma reintegração de posse cumprida em 2016 (dois mil e dezesseis). Agora o proprietário ingressou novamente com ação de cumprimento de sentença da ação de reintegração de posse.
 
A Promotora de Justiça foi até a área, acompanhada de policiais militares. A PM, parceira do MP, tinha informado que 23(vinte e três) famílias  vivem na localidade há anos em pequenos sítios produtivos, e com as famílias devidamente instaladas, isso  configurando uma ocupação consolidada.
 
Em conversa com a Promotora de Justiça, os moradores disseram que   teriam comprado os lotes do proprietário original da fazenda, há década. Ela explicou que as leis que regulam a temática agrária, como a Constituição Federal e o Código de Processo Civil, definem  a importância da atuação do Ministério Público atuar na questão agrária, sendo a inspeção uma atividade extremamente relevante e até obrigatória.
 
A proposta foi ouvir,  conhecer a realidade desses sítios e da comunidade local, ao que se constatou tratar-se de propriedades produtivas, atendidas pelo transporte escolar,com 9 (nove) estudantes, possuem internet, energia elétrica.  “Nossa intenção também foi  verificar o cumprimento da função social, já que o MP  atua nas questões como curador da lei, e todo direito de propriedade não deve ser interpretado apenas só a luz do direito civil, mas também a luz Direito Constitucional, que determina que toda propriedade rural ou urbana cumpra sua função social, de acordo com o artigo 182 da Constituição Federal, como ser produtiva, respeitar meio ambiente, os recursos hidricos, gerar emprego, recolher tributos, entre outros requisitos”, destacou a Procuradora de Justiça.
 
Ainda foram observadas  questões de  titulação dos sítios, se  há regularização fundiária, se o imóvel ainda pertence ao Incra.  Os dados colhidos em campo foram trazidos para os autos para dar embasamento a  manifestação do  MP.
 
Yara Travalon Viscardi adiantou que a  mediação judicial é  uma etapa obrigatória. Ela solicitou ainda avalilação judicial do imóvel e requereu a suspensão do cumprimento da reintegração de posse por força de decisão do STF  na ação de descumprimento de preceito fundamental nº 628 e ainda requereu informações aos órgãos ambientais a fim de aferir a existência de danos ambientais.
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