Alunos das redes estadual e particular lotam teatro para o Aulão do Enem

Com programação de seis horas de duração, 1,2 mil alunos de nove escolas de Porto Velho ouviram dicas até o final da tarde

Alunos das redes estadual e particular lotam teatro para o Aulão do Enem

Foto: Divulgação

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Muito aplaudido, o professor de geografia Arimateia Dantas, conhecido por Risadinha, puxou o cordão dos animadores do evento. Ele tem 28 anos de escola pública e é idealizador do projeto Terceirão da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio João Bento da Costa.

Minutos depois, no palco do Teatro Estadual Palácio das Artes, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e a Faculdade de Rondônia (Faro) abriram o aulão para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2017.

Com programação de seis horas de duração, 1,2 mil alunos de nove escolas de Porto Velho ouviram dicas até o final da tarde. Mas o público foi um pouco maior, somando-se professores, coordenadores, demais servidores escolares, e outros profissionais envolvidos.

O aulão aos vestibulandos revestiu-se de do caráter motivador e faz parte do calendário de ações direcionadas à conquista de melhores índices no Enem.

Antes de meio-dia, os cerca de 400 alunos da Escola Estadual de Escola João Bento foram os primeiros a chegar e a ocupar lugares.

Às 13h10, o professor Gonçalo Monteiro Soares entrou pela porta principal do teatro, acompanhando 72 alunos da Escola Estadual Daniel Neri da Silva. Dentro do teatro, as palestras contagiaram, todos aplaudiram.

Pela fanpage da Faro no Facebook, alunos do interior do estado acompanharam as palestras, também traduzidas em Libras.

“Este é um dia memorável, e eu agradeço a expectativa de todos”, discursou o diretor-executivo da Faro, Sebastião Getúlio Brito. “Se o poeta Castro Alves vivesse e aqui estivesse, certamente ele escreveria um poema a respeito da corrupção”, disse depois de declamar trecho do poema “Navio negreiro”, que retrata “a vergonha brasileira no século 1800”.

Ouvido em silêncio, Brito apelou ao sentimento ético de cada um: “Só acredito na educação, porque acredito na juventude. No momento em que discutem quem sai e quem entra no poder, eu creio que o País só caminhará rumo ao resgate da seriedade, em futuro próximo, se puder contar com vocês”.

 

SONHO E PARCERIA

O secretário de Estado da Educação, Waldo Alves, fez breve discurso, afirmando: “Quando a gente sonha é porque tem parceiros que acreditam nos sonhos”, e elogiou a direção da Faro. Em seguida, pediu uma salva de palmas aos professores, e foi atendido. Eles ouviram os aplausos em pé.

“Acreditem!” – apelou com ânimo a palestrante Taís Costa, formada em direito pela Faro e mestre em comunicação. Primeira a falar, ela mostrou na tela uma frase de Henry Ford, empreendedor estadunidense, fundador da Ford Motor Company, autor dos livros “Minha filosofia de indústria” e “Minha vida e minha obra”: “Se você acredita que pode ou que não pode, você está certo”.

Ao mesmo tempo, lançou o desafio aos estudantes sobre o uso racional das redes sociais, apelando-lhes para que utilizem bem, mas não sejam “escravos da internet”. Ficou claro, nas respostas recebidas pela palestrante: no mundo competitivo, quem não estudar perde a oportunidade de alcançar mais cedo uma profissão.

Daiana Alves, 17 anos, terceiranista da Escola Castelo Branco, disse que sairia do aulão com “maior conhecimento”. “Aqui, eles vão nos ajudar a complementar o ensino e as notas da escola”.

Mariana Ferreira, 17, da Escola Major Guapindaia, contou que tem bom desempenho em química, porém, espera melhorar na interpretação de textos. Este foi o tema da palestra de Soniamar Salin, formada em letras com especialização em didática da Língua Portuguesa pela Unicamp-SP, professora há 32 anos.

Wanderson Thiago Moura de Oliveira, que concluiu o terceiro na Escola João Bento, disse que sempre dominou biologia, mas tem interesse em aperfeiçoar-se mais em física.

Com mais de 25 anos na rede pública, o professor de história na Universidade Federal de Rondônia (Unir), Kleber Lima, deu noções de história. Igualmente, os alunos ouviram relatos do professor Walfredo Tadeu, também da Unir, autor do livro “História do Estado de Rondônia”.

O professor Carlos Moreira, de literatura, formado em letras e professor há 24 anos, também motivou as turmas. Ele é autor dos livros “Teatrologia do nada”, “Cardume” e “Corpo aberto”.

Redação foi o tema do professor Nazareno, formado em produção de textos pela Universidade Federal da Paraíba e cuja carreira iniciou-se, 41 anos atrás, na Escola General Osório, no Distrito de Calama, em Porto Velho.

 

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