Atingidos denunciam descaso e suspeita de corrupção na pós-enchente

Com milhões nas contas para investir em benfeitorias às famílias atingidas pela enchente do Rio Madeira, nem o Município ou o Estado iniciou ainda o pagamento dos auxílios aos desabrigados.

Da Redação

05 de Junho de 2014 às 11:17

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Atingidos denunciam descaso e suspeita de corrupção na pós-enchente

Foto: Divulgação

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Com milhões nas contas para investir em benfeitorias às famílias atingidas pela enchente do Rio Madeira, nem o Município ou o Estado iniciou ainda o pagamento dos auxílios aos desabrigados.

Insatisfeitos com a demora no repasse da verba, moradores de várias comunidades reclamaram ao parlamento estadual e requereram intervenção do Ministério Público, uma vez que há denúncia de corrupção, com possível desvio de dinheiro.

Segundo um representante dos desabrigados, existe um relatório feito pela prefeitura com erros grosseiros de informação, como nomes de localidades que não existem, identificações trocadas e até uma usina que, segundo o morador, nunca existiu, registrada em uma área ribeirinha.

Sebastião Vasconcelos, o popular Vasco, de 83 anos, do distrito de São Carlos, lembrou que o estado de calamidade é decretado para que as ações sejam rápidas, inclusive a liberação de recursos. “Nós temos conhecimento de que já tem dinheiro em conta, liberado pelo Governo Federal, para a realização das ações e que poderiam ter resolvido muitos casos, mas, tanto o governo do Estado quanto a prefeitura ficam só falando que no primeiro momento a ação é de “resgatar vidas”. Acontece que ninguém morreu, graças a Deus, e esse povo tá até hoje fazendo recadastramento e não passa disso. E nós lá, tirando terra com as mãos” desabafou.

Dona Lindalva de Oliveira, representando a comunidade de Papagaios também criticou as ações. “É um pouco caso que estão fazendo com a população, estão brincando com a vida do povo. Lá onde eu tenho família, não foi ninguém fazer nenhum levantamento. Eles passaram na beira do rio filmando, só isso” disse ela.

A maioria dos participantes também reclamou da forma em que é feito o cadastramento. Segundo os atingidos pelas enchentes, as pessoas de várias localidades, dos mais difíceis acessos, têm que vir a Porto Velho, muitas vezes sem condições financeiras, passando fome e sede.

Depois de ouvir todas as demandas, a deputada Epifânia Barbosa, que integra a Frente Parlamentar Permanente, na Assembleia Legislativa, propôs que a próxima reunião seja no Ministério Público. “Nós vamos agendar uma nova conversa com os representantes dos atingidos pelas enchentes, quando serão convidados novamente o governo do estado e a prefeitura, só que agora com a presença do Ministério Público, e se precisar, vamos mover uma ação pública”, asseverou.

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