BANZEIROS - Mais um ribeirinho acusa abertura de comportas da UHE Santo Antônio por destruição de sua casa

Quem está com a razão? Os moradores tradicionais do bairro Triângulo ou os engenheiros da UHE Santo Antonio. Quem sabe mais? A experiência popular acumulada com dezenas de anos morando na beira do rio ou os conhecimentos técnicos da atual engenharia mundi

Da Redação

10 de Janeiro de 2012 às 18:07

Compartilhar via

Siga a gente no Google News

Compartilhar no Whatsapp

BANZEIROS - Mais um ribeirinho acusa abertura de comportas da UHE Santo Antônio por destruição de sua casa

Foto: Divulgação

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.

ENTRAR NO GRUPO

Mais um ribeirinho, morador da região do Triangulo em Porto Velho (RO), está acusando a Usina de Santo Antonio de danos a sua residência localizada no barranco do Rio Madeira.

Tudo começou na ultima semana, com a abertura das comportas do lago em formação da UHE Santo Antonio após uma alagação no distrito de Jacy Paraná. A força da correnteza provocou um forte “banzeiro” que castiga a margem do Madeirão. Resultado: Barrancos desmoronando, casas com estruturas comprometidas, crianças na rua. Um processo sem volta, que deve culminar com saída de todos os ribeirinhos que há décadas ocupam a área em harmonia com a natureza.

Na tarde desta terça-feira (10) o jovem Jakson Lopes abriu as portas da casa onde morou por cinco anos. Uma palafita que está com suas estacas de base tortas, outras quebradas. Lopes diz que este processo foi em conseqüência da “maré” nunca vista pelos moradores tradicionais do Triangulo. O ribeirinho também relatou o afundamento de um barco de pesca de seu pai. “Tinha doze metros com motor de centro. Ficou todo arrebentado com o banzeiro e afundou” afirma Lopes enquanto mostra o casco naufragado nas águas do “Madeirão”

Outro cidadão também relatou caso análogo na semana passada ( leia aqui). Nas proximidades do vertedouro de “Santo Antonio” o banzeiro estava mais forte, com a queda do barranco de uma área de propriedade dos construtores. Neste local, após reportagem, a empresa fez um trabalho de contenção, com milhares de toneladas de pedras jogadas no barranco do “Madeirão”. ( Veja aqui) Atualmente, parte das comportas está fechada, o que provocou nitidamente a diminuição do "banzeiro assassino"

OUTRO LADO

A UHE Santo Antonio emitiu nota informativa onde nega que a força das águas que estão “arregaçando” com o barranco no Triangulo seja por causa da abertura das comportas. Confira abaixo:

“A concessionária informa que as quedas de barranco registradas às margens do bairro Triângulo, localizado cerca de quatro quilômetros da barragem, não estão relacionadas ao fluxo da água que sai do vertedouro da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, já que devido à distância do bairro à barragem (quatro quilômetros) e devido à largura do rio (1,5 quilômetro), o movimento e a força da água que saem do vertedouro se estabilizam nessa distância. A empresa salienta ainda que a vazão do rio no dia de hoje é menor que as médias mensais registradas desde 2008.”

EM QUEM ACREDITAR

Enquanto fica o irresponsável jogo de empurra entre Usina de Santo Antônio e Prefeitura de Porto Velho na responsabilidade pelo desastre ambiental e social, o Rondoniaovivo faz um alerta aos Ministérios Públicos em Rondônia.

Existe a real possibilidade de uma tragédia se abater sobre os ribeirinhos das proximidades da “Usina” e os maiores culpados serão os que detinham a obrigação constitucional de fiscalizar. E ninguém vai esperar que vidas sejam ceifadas para removerem estas pessoas das áreas de risco. Ou vão pagar para ver?

Direito ao esquecimento

Opiniões dos Assinantes (0)

A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.

Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!