Cenas de “Álbum de Família” serão apresentadas durante aula inaugural da 1ª turma de Artes Cênicas da UNIR

Cenas de “Álbum de Família” será apresentadas hoje durante a aula inaugural da primeira turma de Artes Cênicas da UNIR

Cenas de “Álbum de Família” serão apresentadas durante aula inaugural da 1ª turma de Artes Cênicas da UNIR

Foto: Divulgação

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Jogos de improviso e cenas da montagem portovelhense de “Álbum de Família”, de Nelson Rodrigues, serão apresentados hoje 16, no Teatro Banzeiros

 

Logo mais, às 20h, no Teatro Banzeiros, estudantes, artistas e o público em geral poderão participar da aula inaugural do curso de Artes Cênicas da UNIR. A programação conta com apresentação de cenas do espetáculo “Álbum de Família” do dramaturgo Nelson Rodrigues, dirigido por Jória Lima, além de jogos de improviso que serão disputados entre duas equipes: a turma do SESC e a turma do BANZEIROS do Ponto de cultura “Ponto de Início”.

Os participantes utilizarão de “math de improvisação” para demonstrar algumas técnicas de preparação do ator. Exercícios como o “jogo do onde”, “hoje é quarta feira”, “jogo da mentira”, “jogo dos números” e “gêmeas siamesas”.

Segundo Jória Lima, diretora do espetáculo e professora do método, a plateia também está convidada a participar do jogo, caso queiram. “O objetivo é a informalidade e o compartilhamento de uma pequena parte desta Arte Secreta do Ator”, diz Jória.

 

Apresentação do processo de improvisação e regras dos jogos

 

A oficina de improvisação teatral com o grupo Ponto de Início que tem lugar no Centro de Formação de Profissionais da Educação tem como marco teórico e prático a celebrada obra do dramaturgo, diretor e professor de teatro britânico Keith Johnstone e deveria ser material obrigatório de leitura não só para gente envolvida com a arte teatral, mas também para os professores, educadores e estudantes de todas as carreiras humanísticas. Johnstone nos presenteia com uma enorme provisão de sugestões para descongelar até as mais petrificadas imaginações.

A improvisação que não é mais que um liberar da criatividade inata a cada um, pode ajudar-nos a desenvolver uma personalidade mais plena, realizada e sobretudo, mais autêntica.

Estamos acostumados a agir conforme fomos educados por anos e anos na família e na escola sem jamais questionarmos criticamente as informações que recebemos neste aprendizado e limitamo-nos a imitar. Muitas vezes os nossos educadores também limitaram-se a imitar o que por sua vez haviam aprendido como sendo o correto. Enfim, muitas de nossas atitudes e comportamentos são condicionados por este aprendizado às cegas. Não poucas vezes, nossa criatividade é tolhida por lições de certo e errado, “você não pode fazer isso ou aquilo, o que vão pensar de você, etc...” e assim, nascem os nossos medos e limitações psíquicas. Em geral, nos sentimos incapazes de realizar coisas que nunca tentamos e paralisamos diante do primeiro obstáculo.

A oficina de improvisação teatral objetiva liberar o potencial criativo dos atores-jogadores de forma lúdica e atua como importante método de preparação do ator que precisa estar constantemente renovado quanto às suas infinitas possibilidades criativas.

 

Sobre o espetáculo “Álbum de Família”

A verborragia ferina de Nelson Rodrigues está plena em Álbum de Família, texto que continua sendo polêmico e surpreendente desde que foi escrito na década de 40 do século passado e apresentada após liberada pela censura 20 anos depois. Constitui uma sátira à moral e aos bons costumes, uma crítica à hipocrisia das classes hegemônicas e suas falsas aparências, de uma vida pública respeitável em contraste com a vida privada repleta de escândalos, pecados e crimes. Conta a história de uma família incestuosa onde a ausência de afetos é substituída por uma sexualidade sem limites, próxima do animalesco, quebrando todos os tabus da época, revelando um patriarcalismo decadente onde o “pai é o senhor!” e crê que tudo pode, até matar os próprios filhos. Onde a mulher não é considerada nem como fêmea, na fala do patriarca Jonas “Nem fêmea as mulheres são!”. Uma casa onde virgens são violentadas na frente da esposa e dos filhos sem que ninguém impeça.

 

 

O grupo

O grupo iniciou com o curso de teatro no SESC em 2008 com diversas oficinas e continuou em 2009 com alguns componentes vindos da formação anterior e outros novos. Em maio de 2009 decidiu montar um texto de Nelson Rodrigues para homenagear o dramaturgo nacionalmente conhecido e experimentar os desafios do palco. Contou com a direção de Jória Lima e a preparação corporal de Gilca Lobo.

 

Direção

Jória Baptista de Souza Lima é graduada em Direto pela UFMG, Pós graduada em Administracão Pública pela UNIR e Pós- graduada em Arte Contemporânea pela PUC/MG, profissionalizou-se como atriz no SATED/MG após freqüentar o curso técnico do Teatro Universitário de Belo Horizonte e dezenas de outras oficinas de formação com encenadores nacionais e estrangeiros. Atriz, diretora, crítica teatral e dramaturga com experiência de mais de quinze anos no teatro, já participou de diversos festivais, atuou em peças teatrais, comerciais e programas de televisão, participou em filmes e é autora de textos teatrais encenados, trabalhou ainda como produtora e monitora de cursos e oficinas teatrais.

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