Mesmo com as ações voluntárias de instituições de ensino, militares, entre outras públicas e particulares, continua baixo o estoque de sangue na Fundação de Hemoterapia e Hematologia de Rondônia (Fhemeron), em Porto Velho. Isso ocorre, de acordo com o diretor José Ferreira Martins, porque o número de doadores regulares caiu em torno de 25%, enquanto a demanda tem aumentado como reflexo do processo de desenvolvimento socioeconômico do Estado. A redução do número de doadores, segundo o diretor, deve-se à dengue e outras doenças da época, além do aumento de empregos em Rondônia, uma vez que todo doador tem direito a um dia de folga, e isso acaba sendo “uma barreira nas empresas”.
Conforme José Martins, a preocupação intensifica mais com a aproximação de feriados e finais de semana quando os doadores se ausentam e a procura tende a crescer em função do número de ocorrências, seja por acidentes de trânsito ou violência.
Ele explicou que nesta quinta-feira (15), por exemplo, a Fhemeron dispunha apenas de 58 bolsas do tipo O+, quando o ideal são 120 a 150 por dia. “Em apenas um dia na semana passada dois pacientes receberam 100 bolsas, 50 cada um. E há cerca de 15 dias foram 68 bolsas para apenas uma pessoa”, disse o diretor, informando que por mês são necessárias, no mínimo, 2.200 bolsas de sangue para atender à demanda.
Doação
A pessoa que quiser ser doadora, independente do sexo, deve ter entre 18 e 60 anos, apresentar documento com foto, ter peso acima dos 50 quilos, não estar grávida ou amamentando, não estar gripada ou com febre, não ter contraído malaria e nem ter recebido transfusão nos últimos 12 meses. O diretor voltou a garantir que não há riscos de contrair doenças, uma vez que o material utilizado é descartável. “Além de ajudar a salvar vidas, a vantagem é que o doador terá o sangue analisado e com isso poderá detectar precocemente possíveis enfermidades”, revelou o diretor, ressaltando ainda que as pessoas, principalmente as mulheres, não devem ter receio de doar sangue, pois o volume coletado é reposto automaticamente pelo organismo, em até 24 horas, e elas podem doar até mesmo durante o período de menstruação. “Se estiver grávida não pode. Mas se o parto for normal, pode doar depois de três meses. Em caso de cesariana, seis meses. Mas se estiver amamentando, o ideal é aguardar 12 meses. Quem tem diabetes também pode doar sangue, mas se estiver controlando apenas com alimentação ou hipoglicemiantes orais e não apresente alterações vasculares. Caso tenha utilizado insulina uma única vez, não pode doar”, completou José Martins.
O horário de atendimento na Fhemeron é das 7h30 às 18h30, de segunda a sexta-feira.