FORA DO TOM - Escola de música da zona Leste sofre com falta de professores, instrumentos e estrutura

Com uma estrutura arquitetônica basicamente boa, a escola vem operando com apenas 30% da sua capacidade, e vem sendo uma decepção para moradores de uma das regiões que apresentam um dos índices mais altos de violência na capital...

FORA DO TOM - Escola de música da zona Leste sofre com falta de professores, instrumentos e estrutura

Foto: Divulgação

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Silêncio, estranhamente foi essa a primeira característica encontrada dentro da escola de música da zona Leste de Porto Velho, localizada na avenida Mamoré. Com poucos alunos pelos corredores, apenas uma sala de aula funcionava no momento em que a equipe de jornalismo do RONDONIAOVIVO chegou ao local e quem dava aula era o diretor da escola Remis Ferreira, porém além dele nenhum outro professor trabalhava na escola no período da manhã.
 
Em conversa com o diretor fomos informados que desde a inauguração, a escola de música não trabalha com toda sua capacidade e nem atende o público que pretendia em seu projeto inicial de criação.
 
“Existe uma grande falta de mão de obra especializada, pelo período da manhã e da tarde, praticamente não temos professores, eu
preciso me desdobrar no papel de professor e diretor para poder ensinar os alunos, a minha maior preocupação é que justamente nesses horários perdemos a oportunidade da iniciação musical e de passar as crianças da zona Leste à oportunidade do primeiro contato com a música”, afirmou o diretor da escola Remis Ferreira.
 
Com uma estrutura arquitetônica basicamente boa, a escola vem operando com apenas 30% da sua capacidade, e vem sendo uma decepção para moradores de uma das regiões que apresentam um dos índices mais altos de violência na capital.
 
“Muitas pessoas vivem falando que a zona Leste é perigosa, isso em parte é verdade, aqui as meninas desde cedo convivem com a desmoralização da família e a banalização do sexo, os meninos convivem desde crianças com a violência e miséria, os gestores públicos esquecem esses pontos, e quando se cria uma escola de música justamente para mostrar outras perspectivas para essas crianças, vemos a escola abandonada dessa forma”, disse Carlos Henrique Lima, morador da zona Leste de Porto Velho.
 
A cada passo dado na escola os contrapontos vão surgindo em uma forma triste e com um pequeno tom de ironia. Exemplos como os violinos armazenados na instrumentoteca e que não  foram sequer tocados pelos alunos simplesmente pelo fato de nunca ter tido um professor que ensinasse esse instrumento na escola, a sala de informática que não tem nenhum computador ou a sala de bateria que virou um escritório por nunca ter ao menos passado lá qualquer barulho que lembrasse as ritmadas batucadas desse instrumento, tudo isso reflete a condição de uma escola de música que nunca teve um piano.
 
Além da falta de professores e de instrumentos, a escola passa por outra situação bastante complicada. Projetada com grandes vidros por todos os lados, inclusive de frente para a tumultuada avenida Mamoré,  Por volta das 11h:00 o sol fica insuportável e não existe nenhuma cortina por toda a escola, para tentar amenizar pelo menos um pouco o forte sol que bate no rosto dos alunos, a diretoria improvisou cortinas feitas de TNT que ameniza um pouco os raios do sol, porém retém mais calor nas salas de aula que não possuem ar-condicionado e por incrível que pareça os ventiladores estão em sua maioria estão danificados, no auditório da escola as carteiras de aula chegaram a pouco tempo, porém vieram pensas e rabiscadas, pois eram cadeiras gastas que estavam no almoxarifado da SEMED (Secretaria Municipal de Educação).
 
“Já passamos todas as nossas solicitações aos superiores responsáveis, fomos informados que teremos em breve uma solução para as deficiências da escola, porém não temos nenhum prazo definido para quando o quadro de professores e a questão da falta de alguns instrumentos sejam resolvidos”, disse Remis Ferreira.

 

A música sempre serviu como instrumento de inclusão e reinserção social, por esse motivo situações como a que vem passando a escola de música da zona Leste de Porto Velho, coloca em risco toda uma comunidade que precisa a todo custo de apóio principalmente na área social e do fortalecimento do contexto cultural.

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