Omissão, covardia e traição - Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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Prevalecessem os legítimos interesses da população sobre os privilégios imorais, o monopólio do transporte coletivo de Porto Velho já teria sido quebrado.
 
Infelizmente, algumas posições contrárias a derrubada do consórcio, principalmente dentro do palácio Tancredo Neves, encontram a mais vigorosa resposta em pessoas que não têm a menor desfaçatez de estarem a serviço de algo maléfico à sociedade.
 
Além de inconsistentes, os argumentos dos que defendem o monopólio, deixam à mostra a manutenção de prerrogativas inconfessáveis, absolutamente desprovidas de vínculos com os reais problemas por que passam os usuários do sistema.
 
Somente quem é obrigado a esperar um ônibus mais de duas horas, debaixo de sol e chuva (já que a maioria das paradas não tem cobertura), ou, então, andar amontoado, como animal, conhece as inúmeras deficiências do setor.
 
Entretanto, ao invés de exigirem serviços de qualidade à clientela, que paga uma das tarifas mais caras do país, para andar em veículos velhos e imundos, os pregoeiros do monopólio preferem apostar no enriquecimento das empresas, buscando a satisfação de apetites menores, que em nada se coadunam com os discursos de campanha e, principalmente, com os anseios do povo, que acreditou nas suas promessas.
 
Comprovadamente, não há nenhuma vantagem para a população a manutenção do monopólio, exceto, é claro, para os que sobrevivem das migalhas que lhes são atiradas.
 
É inaceitável que uma cidade como Porto Velho, com mais de quatrocentos e cinqüenta mil habitantes, só tenha uma empresa de transporte coletivo operando. E o pior é que certas autoridades (?) ainda encontram as mais estapafúrdias explicações para tentarem justificar a permanência do consócio, como tem sido o hábito da secretária municipal de transportes e trânsito, Fernanda Moreira.
 
Na primeira campanha para a prefeitura da capital, o candidato Roberto Sobrinho (PT) prometeu abrir concorrência para o transporte coletivo. Eleito, esqueceu o que prometera à população e passou a aceitar as regras do monopólio. Agora, é a vez de seu companheiro de partido, José Hermínio Coelho, colocar o dedo na ferida. Uma emenda à Lei Orgânica, de autoria do petista, encontra-se em tramitação na Câmara Municipal, mas o petismo, segundo o vereador Cláudio da Padaria, não quer nem ouvir falar no assunto. A isso se chama omissão, covardia e traição.
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