O Hospital de Base Ary Pinheiro realizou 1.459 procedimentos cardíacos entre cateterismos, angioplastias e angiografias cerebrais e periféricas, desde que foi implantado o setor de cardiologia em junho do ano passado. De dezembro de 2008 a setembro deste ano, foram realizadas 48 cirurgias cardíacas e 30 cirurgias para implantação de marcapasso. De acordo com o médico Amado Rahhal, diretor-geral do Hospital de Base, o setor de cardiologia do HB conta com equipamentos e profissionais especializados para o diagnóstico de problemas cardiológicos e neurológicos.
Segundo Rahhal, o Governo de Rondônia investiu cerca de R$ 5 milhões no setor com a aquisição de equipamentos e a implantação dos serviços. Antes desse atendimento, porém, os pacientes que hoje são atendidos pelo setor eram encaminhados pelo programa de Tratamento Fora de Domicílio (TFD), com custos de deslocamento dos pacientes e de seus acompanhantes. O serviço é parte das ações implantadas pelo governo de Rondônia para a especialização e a qualificação dos atendimentos em Saúde.
O investimento, segundo o médico, com recursos próprios do Estado, abrange todo o mobiliário, material de consumo, instrumentais cirúrgicos e equipamentos. O setor conta com equipamentos como cinco monitores de multiparamétricos, dois desfibriladores, balão intra-aórtico, Mapa, Router, eletrocardiograma e teste ergonômetro e atende com quatro leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e quatro leitos de clínica cirúrgica.
“Rondônia está passando por uma evolução em todas as áreas da medicina e o trabalho do poder público é o de apoiar efetivamente essa melhoria. A cardiologia é um exemplo desse desenvolvimento, pois são qualificados novos profissionais e ampliados e criados novos atendimentos para benefício de toda a população”, explicou Milton Moreira, secretário de Estado da Saúde.
Implantação de Marcapasso
Desde o ano passado, o HB também realiza os implantes de marcapasso, mas, de acordo com o cirurgião cardíaco José Carlos Mulaski, esses implantes são feitos no hospital desde o ano de 2006, quando começou a ser implantado o serviço das cirurgias cardiovasculares de alta complexidade. Segundo ele, existiam os pacientes, porém o serviço ainda não estava completamente organizado. No ano de 2006 ainda, conta o médico, foram recebidos os seis primeiros equipamentos de marcapasso, quando dois pacientes entre os seis operados tinham 78 e 92 anos de idade. Entre 2007 e 2008, foram estruturados os serviços para avaliação das cirurgias. Em 2008 foi feita a primeira cirurgia de revascularização e implantados marcapassos em três pessoas, sendo duas crianças.
O setor cardiológico do HB conta com uma equipe de quatro médicos cardiologistas e dois neurologistas, um anestesista, um perfusionista, cinco enfermeiros e 15 técnicos e auxiliares, que atendem a pacientes encaminhados por médicos de todo o Estado. De acordo com a enfermeira especialista em cardiologia, Jandra Cibele Leite, o setor cuida ainda do agendamento dos pacientes que, apesar da demanda, não ultrapassa os 15 dias na demora, excetuando-se os casos que necessitam de urgência e são encaixados imediatamente. Segundo ela, antes da estruturação dos serviços, eles realizavam reuniões semanais para tratar sobre as normas e rotinas do setor e toda a equipe de UTI foi também capacitada antes de iniciar o serviço. Entre as 48 cirurgias cardíacas realizadas neste ano estão procedimentos como a realização de pontes de safena, troca de válvulas e correções de aneurisma de aorta.
Revisões de Marcapasso
Nos casos das cirurgias de marcapasso, os cirurgiões fazem o acompanhamento do pós-operatório e a revisão periódica que se dá após os seis primeiros meses da cirurgia.
Além disso, o cirurgião José Carlos Mulaski informa que o HB já conta com o serviço de revisão de marcapasso para pacientes cadastrados e que não foram operados no hospital. Segundo ele, já existem 150 pacientes cadastrados que não necessitam mais se deslocar para outros Estados para fazerem a revisão.