Por cinco votos contra um, o Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE) rejeitou a prestação de contas do candidato Roberto Eduardo Sobrinho, referente ao pleito do ano passado. A notícia causou um estrago danado nos arraiais petistas, mandando às favas o projeto de poder do partido.
A decisão da Justiça Eleitoral é um recado duro aos que insistem em brincar de fazer política. Reconhecidamente, os episódios trazidos a público confirmam os avanços experimentados, sobretudo nos últimos meses, na vida pública local e nacional.
O candidato Roberto Sobrinho é acusado de não abrir conta bancária própria para movimentar o dinheiro de campanha. Um Parecer Técnico revela que o comitê do candidato chegou a emitir recibos dois dias antes das eleições, o que, segundo a relatora da matéria, fere de morte a legislação eleitoral, constituindo-se numa falha insanável.
Não é de hoje, nem ocorrência excepcional, a utilização de irregularidade e de fraude, como forma de perseguir objetivos políticos. A crônica eleitoral local produziria farto material, se alguém se desse ao trabalho de registrar e consolidar tais fatos.
De uns tempos para cá, contudo, o quadro começou a mudar. A Justiça Eleitoral vem mostrando que estar atenta ao que ocorre ao seu redor. Os exemplos estão aí e merecem ser analisados em todas as suas dimensões. Citá-los seria desnecessário.
De todos os poderes tem sido reclamada postura condizente com os anseios e a própria postura da sociedade. É natural, portanto, os protestos de segmentos da população contra a lentidão dos órgãos judiciários. É evidentemente que muitas dessas manifestações vêm carregadas de elevada dose de ignorância e incompreensão.
Indispensável, todavia, é assinalar a importância da decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia, que, certamente, será ratificada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Nesse caso, é à força do exemplo dado pelo TRE que se deve destacar.
Irregularidades eleitorais são cometidas aqui e alhures. Entretanto, impedir que elas continuem proliferando, corroendo o tecido social e, assim, saciando o apetite voraz de uma casta infame, tem sido uma tarefa difícil, para a qual a Justiça Eleitoral de Rondônia não tem medido esforços.
Não é de agora que venho admoestando o prefeito Sobrinho a respeito de muitos que o cercam. Mas reconheço que tenho pregado no deserto. Sobrinho se tem revelado uma pessoa inflexível. Reparem-se os casos da SEMUSB, SEMAGRIC, SEMAD, SEMED, IPAM, SEMOB, SEMTRAN.
Assim é o petismo. Além de não aceitar as idéias dos outros, só consegue enxergar os erros dos adversários. E ainda se julga acima de tudo e de todos, senhores da razão. Agora, terá que chorar na cama que é lugar quente e aconchegante.