Na manhã desta segunda-feira (27) o governador Ivo Cassol recebeu na residência oficial os engenheiros José Galib, de Brasília e Manoel Luiz Pereira, de Minas Gerais, que estão em Rondônia para discutir com a sociedade as alternativas para a linha de transmissão da energia produzida nas usinas do Madeira. O vice-governador João Cahulla, o procurador de Justiça Ivo Benitez, o presidente do Sindicato dos Engenheiros, José Ezequiel; Antônio Marrocos, representando a Fiero e Ronaldo Ferreira, do Crea, também participaram da reunião.
“O uso da corrente alternada é muito mais viável e necessário ao Estado e ao país. Pelos números apresentados pelos engenheiros, a corrente alternada vai utilizar 90% de equipamentos produzidos no país, gerando empregos e renda no país, isso em um momento de crise. Na corrente contínua, apenas cerca de 30% do material utilizado seria produzido no Brasil”, explicou Cassol.
O governador já havia defendido, durante audiência pública na Assembléia, a utilização da linha de transmissão em corrente alternada e aproveitou a oportunidade para falar da campanha do ICMS verde. Cassol prometeu iniciar uma campanha para alterar a atual legislação tributária, que beneficia o estado consumidor da energia a ser produzida pelas usinas do Madeira. “Queremos que o governo federal faça um projeto de emenda constitucional para que Rondônia possa receber parte do ICMS sobre a produção e distribuição de energia.
“Não podemos deixar que o estado de Rondônia seja apenas fonte de matéria-prima para os estados mais ricos da federação”, completou.
Cahulla declarou que o Governo está atento ao leilão e que, junto com a sociedade de Rondônia, vai buscar sensibilizar o Governo Federal sobre a necessidade da implantação da corrente alternada.
Leilão das concessionárias - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) marcou para 31 de outubro o leilão para escolha das concessionárias que vão operar as linhas de transmissão e construir as subestações de transmissão de energia elétrica das usinas do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, em Rondônia. Essas redes vão interligar a energia gerada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), controlado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A construção das linhas e subestações deverá ser concluída em prazos que variam entre 34 a 48 meses, a partir da assinatura dos contratos de concessão, com duração de 30 anos. Os contratos prevêem a instalação, a operação e a manutenção dos empreendimentos.
De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), os investimentos totais se situam na casa dos R$ 7,2 bilhões. O leilão compreende a transmissão de corrente contínua, de corrente alternada ou de transmissão mista. O trecho mais longo das linhas é de 2.375 quilômetros, entre a coletora de Porto Velho e a de Araquara (SP), para a transmissão de 600 quilovolts. A segunda maior linha terá 380 quilômetros, entre Cuiabá (MT) e a cidade Rio Araguaia, em Goiás.
Na seqüência, as linhas entre Colorado do Oeste (RO) e Jauru (MT) - com 320 quilômetros; de Água Vermelha a Araraquara (SP) – com 320 quilômetros - e de Ribeirãozinho (MT) a Rio Verde, em Goiás - com 242 quilômetros.