Política em Três Tempos - por Paulo Queiroz

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Foto: Divulgação

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1 – FLAGELO DO MILÊNIO E aí, companheiro deputado, o considerado anda algo sem inspiração para elaborar propostas que possam resultar em projetos e, depois, em leis capazes de responder à expectativa da população e dar sentido ao seu mandato? Por causa disso, ou seja, por conta da sua escassa – ou inexistente - produção parlamentar, vossa excelência está sendo cobrada pelo eleitorado e a imprensa chata anda pegando no seu pé? Enfim, o nobre representante do povo até que gostaria de apresentar um projeto que, além de original e inovador, pudesse não apenas atender a sua base, mas contribuir para o bem-estar da humanidade inteira, e não sabe como? Pois - como se diz naquela empresa especializada em oferecer soluções criativas para todas as questões - os seus problemas acabaram. A partir desta edição, fica criada a Central de Atendimento aos Parlamentares em Crise de Apagão Mental e, como a designação é auto-explicativa, vamos ao que interessa sem mais delongas. Como o considerado está careca de saber, o flagelo da humanidade neste 3º milênio é o aquecimento global. Por causa dele, o planeta caminha para se tornar inabitável. Hoje, mesmo, quase tudo que comemos neste mundo nos envenena, bebemos sua água e adoecemos, em suas praias milhares são afogados por ondas gigantes, seus ventos varrem nossas casas, os rios ora secam, ora transbordam, transformam nossas cidades em depósitos de lixo, o ar que respiramos nos destrói os pulmões, faz arder os olhos e por aí vai. É tanta calamidade que o jornal seria insuficiente apenas para enumerá-las. Está, portanto, para lá de claro que glória incomensurável, universal e imorredoura estará reservada àquele que conseguir deter – já que reverter seria mesmo pedir o impossível – o tal aquecimento global. Como isso é muita areia para o caminhãozinho de qualquer um, a humanidade anda agradecendo toda e qualquer contribuição que possa, comprovadamente, mitigar o problema. É aí que nós entramos – a coluna com a sugestão e o considerado com a iniciativa. 2 – PALETÓ E GRAVATA A recomendação de hoje diz respeito a algo muito simples: o nobre deputado poderia encaminhar aos seus pares um projeto de lei proibindo o uso do paletó e da gravata no âmbito do Parlamento. Na verdade, esta proposta é um meio-termo, ou seja, alguma coisa exeqüível sem grandes polêmicas. O ideal seria que a interdição da indumentária e do assessório alcançasse a sociedade por inteiro. Mas como algo dessa amplitude interfere na liberdade individual e, desse modo, encontraria problemas para se viabilizar quanto à constitucionalidade, a medida ficaria circunscrita à Casa de Leis, restrita às normas do seu cerimonial. Com a vantagem de que, como o exemplo vem de cima, as parlamentares passariam a servir de modelo de comportamento ecologicamente correto para toda sociedade. Mas o que é que o paletó e a gravata têm a ver com o aquecimento global? Calma, leitor, que a coluna já explica. Ou melhor, quem o faz é o doutor em engenharia industrial pela Universidade Stanford (EUA) e diretor-presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, Helio Mattar, que também já foi diretor-presidente da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente (200-2003) e é um dos fundadores do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, de cujo conselho é membro. Pois bem. De acordo com o doutor Helio Mattar, conforme artigo publicado na edição desta quinta-feira (28) do jornal “Folha de S. Paulo”, no verão, em grande parte do mundo, os escritórios usam ar condicionado. Se os homens estiverem vestindo terno e gravata, será preciso reduzir a temperatura em cerca de 2 graus Celsius adicionais para que se sintam confortáveis em suas roupas. Essa redução exige um maior uso do ar condicionado, que exige maior gasto de energia elétrica, que provoca maior emissão de carbono, que contribui, adicionalmente, para o aquecimento da Terra. “As pessoas geralmente consideram que, sozinhas, não farão a menor diferença para a sustentabilidade do planeta”, pondera o doutor Mattar. 3 – ADIANTE NO TEMPO No entanto - prossegue o engenheiro -, alguns exemplos podem deixar claro quão importantes são os atos cotidianos de consumo ao longo da vida de cada indivíduo. No caso do ar condicionado, com a redução da demanda em 2 graus, tanto no verão como no inverno, nos EUA, evita-se a emissão de 900 kg de CO2 por ano. No Brasil, dada a matriz energética diferente, tem-se uma emissão de CO2 na geração de energia elétrica equivalente a um terço da emissão norte-americana. Portanto, evitaríamos a emissão de 300 kg de CO2 por ano, ou o equivalente à absorção de CO2 por 62 árvores nativas da mata atlântica ou de 16 árvores de pinus em uma plantação recente. “E estamos falando apenas de um aparelho de ar condicionado quente e frio”, ressalva e completa. Tempos atrás se escreveu aqui que, além de realizador fecundo e espírito irrequieto, o coronel Jorge Teixeira de Oliveira - último governador do Território e primeiro do Estado -, era, decididamente e no melhor sentido do termo, um visionário. Naquela ocasião revelou-se um aspecto pouco conhecido da sua atuação e personalidade, qual seja, sua preocupação com a flora e a fauna da região, citando-se o fato de que foi ele quem idealizou, construiu e implantou o zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus (AM), quando comandou a unidade, na segunda metade dos anos 60, então tenente coronel. “Hoje o local é referência em estabelecimentos desse tipo. Conquanto não existisse o atual conceito de sustentabilidade, possivelmente incluísse algo do gênero nas suas concepções. De outra forma, não seria o visionário anunciado”, publicou a coluna em questão. Pois bem. Uma das primeiras medidas que o “Teixeirão” tomou quando assumiu o governo local foi abolir o paletó e a gravata no âmbito da administração estadual. Nesse particular, aliás, o governador Ivo Cassol não lhe fica a dever. Se o planeta está a arder, com toda certeza não é porque Teixeirão e Cassol andaram usando paletó e gravata mais do que deviam.
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