Após forte estiagem, chuva retorna e acaba com a poluição em Rondônia

Após forte estiagem, chuva retorna e acaba com a poluição em Rondônia

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Foto: Divulgação

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*A estiagem esse ano foi considerada normal na Amazônia, há mais de 110 dias não caia uma gota sequer de água em diversos pontos da Região Norte do Brasil em especial a região central do Estado de Rondônia. Como ciclo natural das estações, o período é marcado pela seca, baixos índices de umidade relativa do ar por alguns dias e altas temperaturas. *Falar de Amazônia e não citar os inúmeros focos de queimadas se torna impossível na realidade em que se encontrava a Região Norte. *No mês passado o Ministério do Meio Ambiente, através de dados coletados e analisados por órgãos conceituados como IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgou os números dos focos de queimadas comparativos com o ano de 2005, em que se nota uma redução de até 50% quando analisados os dados totais de incêndios. A área de desmatamento entre 2004 e 2005 apresentou queda de 31% segundo o Ministério. O Estado de Rondônia foi o que menos teve queda nas áreas derrubadas, apenas 16%. *O Governo Federal comemora a redução como se os números, mesmo que numa diminuição fossem glorificados pela ação e fiscalização de órgãos como o IBAMA. Na verdade, a redução das áreas desmatadas deve-se a falta de estrutura e poder de aquisição dos fazendeiros, tanto que a fiscalização do IBAMA chega aos solos para posterior autuação depois que tudo já foi consumido pelo fogo. Isto é fato e não suposição! *O Estado de Rondônia porém, mesmo com a redução dos focos de queimadas enfrentou durante o período de estiagem, principalmente no mês de setembro, uma situação preocupante com relação à intensa fumaça das queimadas até então ainda não vista este ano na região. Os dias embora secos e quentes, apresentaram a sensação de que estávamos dentro de um grande escapamento de automóvel, não víamos o azul celeste do céu há meses e o Sol teimava em não aparecer com a mesma tonalidade e intensidade de antes. Mesmo com o calor, a irradiação direta do “Astro Rei” ficou reduzida em meio à densa camada de poluentes, onde até aeroportos foram obrigados a cancelar vôos devido a parcial ou total falta de visibilidade. *Um exemplo foi o aeroporto Internacional “Governador Jorge Teixeira” em Porto Velho onde a fumaça das queimadas manteve o mesmo fechado para pousos e decolagens durante toda o dia 07. *Nas regiões de Ji-Paraná, Ariquemes e Cacoal, a intensa fumaça reduziu a visibilidade para menos de 150 metros na região, medida essa observada em dias de nevoeiro intenso em regiões onde o fenômeno costuma ocorrer com freqüência. Os números de acidentes registrados nas estradas do Estado aumentam consideravelmente nessa época, diversos casos estão totalmente ligados à falta de visão dos motoristas e as queimadas ao longo das estradas que são cada vez mais freqüentes. Em Porto Velho, grandes enxames de abelhas africanizadas migraram da zona rural para a cidade provocando pânico na população de diversos bairros. A intensa fumaça das queimadas resultou nesse descontrole total da espécie. Diversas linhas de transmissão de energia elétrica sofreram danos após os focos detectados no interior do Estado, por três dias consecutivos mais de 700 mil pessoas foram afetadas. *A quantidade de pessoas hospitalizadas com problemas de saúde é enorme todo ano, crianças e idosos principalmente lotam corredores de hospitais e postos de saúde. Os principais sintomas são desidratação e alergias como dermatites, causadas pela falta de umidade no ar. *A falta de ventos na região impediu a dispersão dos poluentes e no final tivemos mais um fator agravante. O vento em altitude de oeste trouxe toda a fumaça concentrada na parte leste da Cordilheira dos Andes entre a Bolívia e o Peru, Países onde as queimadas são liberadas primeiro. *No Brasil, em especial o Estado de Rondônia, a liberação para a queima das áreas de derrubada e renovação de pastagens só teve inicio no dia 1° de outubro segundo calendário estabelecido pelo próprio IBAMA e até esta data, somente 4 pedidos de autorização para a queima controlada foram feitos no Estado. Em Rondônia, do dia 1° de agosto até o dia 21 de setembro, foram registrados mais de 2000 focos de queimadas espalhadas por todos os cantos. *Parques Estaduais e Municipais como a Reserva Chico Mendes no município de Ouro Preto do Oeste, centro do Estado, perdeu mais de 60 hectares de mata nativa no final de agosto. Reservas importantes como a Biológica do Guaporé, na fronteira com a Bolívia, também registraram focos de queimadas. Os focos mais significativos foram registrados nas regiões de Costa Marques e Nova Mamoré, ambas na fronteira com a Bolívia. *Foram observados também diversos focos de calor nas duas maiores e mais importantes áreas de conservação ambiental do Brasil, a Reserva Biológica do Jarú, localizada ao norte do município de Ji-Paraná na divisa com o Estado de Mato Grosso e o Parque Nacional dos Pacaás Novos, região centro-norte do Estado. Todos os focos de queimadas observados, logicamente são criminosos e a fiscalização do IBAMA nada pôde fazer. A quantidade de animais como pácas, capivaras, tatus, cobras e uma infinidade de aves mortas pelo fogo são impressionantes. *Dizer que os órgãos competentes não fiscalizam, se torna infame pela constatação observada até por alguns veículos da imprensa local. *A mentalidade de diversos agricultores já mudou com relação às épocas corretas de renovação do solo, embora muitos ainda aproveitam o tempo seco e sem medir as conseqüências acabam queimando mais do que o previsto. *O que na realidade precisa se urgentemente modificada é a atual legislação para o controle e autuação dos mesmos órgãos responsáveis pela fiscalização. A nojenta política do meio ambiente não se faz presente em Rondônia e muito menos nos demais Estados da Região Norte, como se não bastasse a exibição dos dados pelo próprio Ministério do Meio Ambiente. *Neste ano de eleições, a climatologia espera que senhores governantes de nossos Estados e do Brasil, tenham a mínima consciência de que fazer o desenvolvimento da região é preciso, mais que seja um desenvolvimento de acordo com os limites de cada um. Derrubar florestas para o povoamento de novas áreas, para a construção de estradas é possível, desde que se criem novas regras para a floresta já tão machucada pela ação do homem. Se as próprias áreas protegidas por leis federais e estaduais estão nesse ritmo acelerado de destruição, imagine o que será das densas florestas ainda intocáveis e que tão logo serão derrubadas para o então “desenvolvimento da Amazônia”. *Para quem não acompanha o calendário, dia 5 de setembro comemora-se ou deveria ser comemorado o Dia Internacional da Amazônia, com seus mais de 7 milhões de quilômetros quadrados de floresta espalhados por oito Países da América do Sul, cerca de 70% desse total está em solo brasileiro. *Será que a internacionalização é a melhor saída para a preservação da floresta ou ainda temos a pequena esperança de que um dia teremos pessoas no poder que realmente têm pulso firme no assunto? *Não é só o povo da Amazônia que sofre desde a fumaça insuportável que tomou conta da região e que se faz presente ano após ano, até os estragos incalculáveis com a derrubada de áreas intocadas pelo homem, o País perde com isso e o mundo todo de um modo geral sofre as conseqüências ainda que mínimas se comparadas com a imensidão da região. *O Brasil já é o 5° maior poluidor do mundo só com queimadas na porção Centro-Norte e está muito a quem de políticas que diferenciam dos demais Países poluidores. Precisamos urgente de uma mudança concreta para que num futuro não muito distante, nossos filhos tenham a parte “desenvolvida” da Amazônia, digna de se viver com qualidade. *Nos últimos dias eis que acontece um milagre. A chuva retornou e com força a diversos pontos do Estado, principalmente as regiões de Cacoal, Vilhena e Ji-Paraná. As células convectivas apresentaram muitas delas, fortes rajadas de ventos de até 80 km/h. Em alguns bairros de Ji-Paraná a força do vento destelhou casas e derrubou árvores as margens do rio Machado que corta a cidade. Segundo a Defesa Civil não houve vitimas na ocasião. Em Vilhena um temporal ocorrido no período da tarde do dia 1° de outubro causou transtornos devido à intensa atividade elétrica. Houve registro de diversos aparelhos eletroeletrônicos queimados por toda a cidade. O caso mais grave foi um raio que atingiu uma torre de celular, onde todos os serviços de telefonia fixa e móvel estiveram inoperantes por algumas horas. Fortes trovoadas foram registradas na divisa com o Mato Grosso onde choveu bastante. *À volta da chuva ameniza o período critico de seca que a região enfrentara até então. De forma isolada e com valores ainda não tão significativos, as primeiras chuvas do inicio do inverno amazônico refrescaram o ar de todo o Estado. *Esse é o “desenvolvimento da Amazônia” que não respeita nem dia, hora e local para acontecer!
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