Os enigmas do cerimonial no I Congresso de Comunicação

Os enigmas do cerimonial no I Congresso de Comunicação

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Foto: Divulgação

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*No painel V, do I Congresso de Comunicação da Região Norte, ocorrida na manhã dessa sexta-feira (10), o conferencista Ronan Ramos teve como tema ?Os Enigmas do Cerimonial?. *Ronan é presidente do Comitê Nacional do Cerimonial Público e foi diretor de relações públicas dos governadores Tancredo Neves e Hélio Garcia e é considerado uma das maiores autoridades na área de Cerimonial Público. *Ronan esclareceu pontos estratégicos e importantes na realização de um cerimonial, principalmente no que diz respeito ao setor público, área que ele domina plenamente. *Os principais pontos de uma boa funcionalidade do cerimonial é que o cerimonialista tem que pensar em tudo, em todos os detalhes que permeiam um evento, por isso mesmo um planejamento tem que ser feito com bastante antecedência e pensado em todos os percalços que possam a vir acontecer, por mais que não ocorram a prevenção é uma defesa crucial. *Ronan ressaltou a harmonia entre os membros de uma equipe de cerimonial, pois a cumplicidade é essencial para que o entrosamento ocorra e o resultado de um evento seja perfeito. *Como formar de ilustrar entre o que é um cerimonial bem feito e outro mal sucedido, Ronan citou alguns exemplos, casos que se tornaram notórios na imprensa ? principalmente os que se deram mal ? e casos particulares, onde ele se viu envolto a alguns entreveros que teve que contornar com muito jogo de cintura e inteligência. *A festa de casamento do jogador Ronaldinho com a modelo Daniela Cicarelli no castelo de Chantilly (França) foi considerado por ele um cerimonial irregular e que apresentou defeitos, apesar da estrutura quase impecável do evento, o acesso restrito à imprensa, maior divulgadora do fato, ficou à quem do esperado, pois segundo ele o tratamento de respeito à imprensa é indispensável, mesmo porque é o investimento mais barato para divulgar um evento. *Um dos personagens que mais se destacou em gafes de cerimoniais apresentadas pelo palestrante foi o presidente Luiz Inácio da Silva, o Lula. Ele citou o fato do presidente, por exemplo, ter levado a sua esposa, dona Marisa, ao Congresso Nacional para testemunhar a votação da Reforma Previdenciária. De acordo com Ronan, o ideal seria não levá-la, pois é uma norma que consta de um cerimonial. Aqui o caso é simples: se o presidente pode levar a esposa ao Congresso, o que impede dos deputados (as) levarem as respectivas (os) companheiras (os) a assistirem ao cerimonial de votação? Nenhum, e no caso não seria uma formalidade de ação política, mas sim um encontro informal entre deputados e família. *Outra gafe destacada por ele, agora com ênfase a equipe de cerimonial da presidência, foi a recente visita à Coréia do Sul, o presidente Lula teria que vestir uma luva para uma cerimônia, como ele não tem o dedo mindinho, na hora de colocar ficou uma sensação de constrangimento entre os presentes, contornada por Lula com uma brincadeira. Mas, Ronan ressaltou que esse tipo de constrangimento poderia ser evitado se o cerimonial da presidência tivesse alertado a equipe coreana sobre o detalhe do dedo do presidente ou mesmo providenciado uma luva adaptada especialmente para sua mão. O fato foi que o que correu no mundo inteiro através da imprensa foi a gafe da luva com o presidente Lula. *Já um cerimonial considerado perfeito pelo palestrante foi a cerimônia fúnebre do Papa João Paulo II, que por uma semana teve todos os detalhes muito bem cuidado, inclusive no acesso dos fiéis e as visitas dos chefes dos Estados, assim também como a cobertura e acesso à imprensa. *Um caso que Ronan contou e que ocorreu com ele foi sobre a visita do presidente da Índia à Uberaba (MG) ? considerada uma das cidades onde se mais comercializa boi da raça Zebu no Brasil -, lembrando que o animal bovino é considerado sagrado no país indiano. *O roteiro de visitas do presidente indiano foi corrigido e juntamente com o governador de Minas Gerais ele iria visitar a Casa de Informática da feira onde seria mostrado exemplares de bois a serem comercializados. Ronan, cerimonialista na ocasião, foi conferir a sala por onde passaria a comitiva presidencial, foi quando deu de frente com um grande painel, onde estava a ilustração de uma vaca, toda recortada, dividida em peças pra abate em açougue (costela, colchão mole, picanha, etc). Assustado com o que viu, pois a vaca é considerada um animal sagrado na Índia, ele pediu para retirar ou cobrir o painel, mas não tinha como ser feito pois a comitiva já estava próxima da sala, foi então que ele pediu para que um grupo de trabalhadores ficasse em frente ao painel, perfilado para que cobrisse a ilustração. Assim foi feito, o presidente então passou acompanhado de sua comitiva e o governador e nada percebeu. *HINO NACIONAL ? Quando a cerimônias que são realizadas em eventos de cunho oficial, patriótico, onde a bandeira e o hino nacional são obrigatórios, Ronan ressaltou algumas curiosidades. Entre elas o fato de que não é necessariamente obrigado, num cerimonial onde se encontra a bandeira nacional e vai se tocar o hino brasileiro, que todos devam ficar de frente à bandeira, custe o que custar. Na verdade ele disse que basta uma postura respeitosa, não mais que isso. *Outro fato ressaltado por ele é que todo funcionário público, por lei, tem por obrigação saber cantar o hino nacional para ser contratado. O palestrante observou que acha improvável que essa lei seja respeitada e desafiou a alguém da platéia que já tenha visto algum funcionário público na hora da entrevista para o emprego ter passado por alguma banca examinadora composta de músico ou maestro para comprovar se ele sabe ou não cantar o hino nacional para ser admitido. *EQUIPE DO CERIMONIAL ? Para que ocorra tudo bem num evento Ronan Ramos destacou que a harmonia da equipe do Cerimonial precisa de três peças fundamentais: o Precursor ? que cuida de todos os detalhes que precede um evento, uma pessoa de grande senso de observação e detalhista, apurada e muito organizada, Recepcionista ? ele avisa que não é necessário ser bonita, se for melhor ainda, mas não é obrigatório, basta ser uma pessoa afável, de fácil empatia e estar sempre com uma postura humilde e elegante ? e Mestre de Cerimônia ? no caso é o locutor, tem que ter cuidado com a maneira de falar ao microfone, com a expressividade e estar atento para não cometer erros de pronúncia, de nomes principalmente. *ORDEM DE PRECEDÊNCIA ? Ronan explicou que é a ordem correta de autoridades quando postadas à frente de um evento, como governador, vice-governador, secretários, todos colocados em ordem a partir de sua autoridade frente ao poder público. Existe um decreto que rege um cerimonial brasileiro (Lei nº 5.700), e que detalha a ordem de precedência. Segundo Ronan o decreto está ultrapassado e precisa ser corrigido em alguns pontos, mas ele destacou os artigos 15 e 16 como ?salvadores? do cerimonialista, pois determinam que os casos omissos são resolvidos pelo chefe do cerimonial, ou seja, ele tem pleno exercício de poder num evento que exige o protocolo oficial.
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