*Foi por acaso que a equipe de fiscalização da Delegacia Regional do Trabalho do Acre - DRT encontrou 15 trabalhadores em condições "totalmente degradantes", alojados em acampamento dentro de uma fazenda localizada a 17 quilômetros do município de Sena Madureira.
*Depois de receber uma denúncia que alertava sobre trabalho escravo na região, os fiscais partiram para o local, mas erraram o caminho. Chegaram então por engano à Fazenda Brasil onde encontraram um grupo de pessoas vivendo em um barraco coberto apenas com lona em chão de terra batida e bebiam água de igarapé. Com acesso livre a todos os locais onde há trabalhadores, os fiscais entraram na fazenda e constataram a irregularidade. Na tarde de ontem voltaram ao local para confirmar os fatos.
*Segunda a auditora fiscal do Trabalho, Francisca Niure, o proprietário argumentou que não tivera tempo de construir alojamento adequado para os trabalhadores, contratados como diaristas para roçar e aplicar veneno no pasto. Em nenhum dos casos, havia indícios de uso de equipamentos de proteção. "O pior é o contraste entre a moradia dos trabalhadores e a dos animais. O alojamento dos bezerros oferece mais condições de conforto", avalia a auditora. Entre os ocupantes das barracas de lona estavam 3 crianças que acompanhavam os adultos, mas que aparentemente não desenvolviam nenhuma atividade.
*Em procedimento padrão, o relatório será encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), à Polícia Federal e ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para que as medidas sejam tomadas. O auto de infração será preparado nesta segunda-feira. "Com certeza ele será autuado por irregularidades praticadas contra os trabalhadores", afirma Francisca Niure.