Leia no Especial >>> PC Farias ? Do escândalo a morte, um roubo e um mistério ? Por Marcos Souza
Foto: Divulgação
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*Não resolveu muita coisa, pois o respeitado perito e professor da Unicamp e um dos melhores do país, Fortunato Badan Palhares, que coordenou a equipe que fez o laudo oficial, desde o princípio já havia determinado a segunda vertente do caso, defendida pela polícia alagoana e, estranhamente, pela família de - PC Farias (clique AQUI para ver corpo de PC no IML de Maceió) , principalmente seu irmão Augusto Farias.
*No relatório final Badan Palhares fundamentou-se sobre o inquérito policial, que reafirmou a tese do crime passional. Porém, na época um perito alagoano, George Sanguinetti, contestou desde o princípio da tese e o relatório final de Palhares, acusando-o de vender um laudo favorável à sustentação de caso encerrado por crime passional, como queria a família de PC e a polícia.
*Quando instalada a CPI do Narcotráfico, Sanguinetti, em depoimento foi categórico em afirmar que Fortunato Badan Palhares havia recebido 400 mil para forjar o laudo sobre as mortes de PC Farias e Suzana Marcolino. Mesmo sendo processado por injúria, quebra de ética profissional e uso indevido de título, Sanguinetti sustentou sua versão sobre o caso.
*Em 2000, o laudo oficial de Palhares sobre o caso culminaria na desconfiança, para não deixar de constatar que caiu em descrédito, quando outro médico-legista, Daniel Munhoz, da USP, ficou encarregado de coordenar um segundo laudo e ele encontrou um erro craso de Badan e que deu uma reviravolta inesperada.
*Badan Palhares errara na altura de Suzana Marcolino, justamente o dado que sustentava a tese do tiro no peito que ela própria dera em si, cometendo o suicídio.
*Para Palhares, Suzana tinha 1,67 m, e seguindo a sua medição e trajetória a bala estava corretamente localizada no seu peito, como ocorreu. Porém, constatou na investigação de Munhoz que ela era mais baixa, baseando-se em fotografias de PC e da namorada juntos, de corpo inteiro. PC Farias tinha 1,63 m, e ela era menor que ele ? de acordo com o novo laudo, ela teria, na verdade, 1,57 m -, constatou-se, portanto, mesmo usando salto alto, se tivesse se suicidado como descrito no laudo oficial e no cálculo da trajetória, a bala teria passado sobre um ombro ou atingido a sua cabeça e não o peito.
*Esse é um fato também sustentado por George Sanguinetti desde o princípio e comprovado com o segundo laudo.
*A partir desse laudo de Daniel Munhoz e por determinação do promotor - Luiz José Gomes de Vasconcelos (clique AQUI para ver o promotor, o de paletó claro), foi feito a reconstituição do crime, com todos seguranças e funcionários da casa, na época, mais os policiais que atenderam a ocorrência na ocasião. Onde constatou-se a diferença brutal da trajetória da bala de Suzana contida no laudo de Badan Palhares e o de Munhoz, considerada a mais acertada.
*Quando descoberto o erro do legista Badan Palhares, o promotor Luiz Vasconcelos disse para o jornal ?Vale Paraibano?, de Maceió, como justificativa para a reconstituição do crime: ?Essa é uma falha que fica meio complicado para justificar. O princípio básico de qualquer exame de corpo é que você tenha no mínimo a altura da pessoa. Isso não pode ser depois presumido com base em documentos.? ? (Marcos Souza)
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