A Prefeitura da capital pagou mais de 35 milhões reais ao homem que é do mesmo partido do prefeito e do candidato
Foto: Divulgação
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Uma situação aparentemente legal, mas nem tanto moral tem passado desapercebida do eleitorado rondoniense, especialmente do contribuinte de Porto Velho, que tanto sofre com a falta de infraestrutura, falta de médicos nos postos de saúde e nas UPAs, que tem o pior transporte coletivo das capitais e que vê seus alunos da área rural sem aulas desde 2017.
O candidato a suplente de senador Samuel Araújo (PSDB) doou em menos de um mês para a campanha de Marcos Rogério (DEM) ao Senado, o valor nada irrisório de R$ 800 mil. Até então tudo normal, dentro da legislação.
O fato porém, tem dois desdobramentos que precisam ser analisados. O primeiro é de que suplente de senador não ganha nada, não recebe nem um centavo por figurar na chapa, a menos que tome posse na vaga do titular. Se isso viesse a acontecer, considerando que o salário bruto de um senador é R$ 33.760,00 e que descontando o Imposto de Renda esse valor cai para R$ 24.645,00, seria necessário, só para ter de volta o dinheiro investido, sem juros nem correções, 32 meses e meio de mandato, ou seja, dois anos e sete meses no lugar do titular, que para isso teria que renunciar, já que não existe licença por tanto tempo.
O segundo fato, diz respeito ao município de Porto Velho, ao cofres públicos, ao dinheiro do contribuinte. Samuel Araújo recebeu durante a gestão do prefeito Hildon Chaves (PSDB) um pagamento a título de precatório no valor superior a trinta e cinco milhões de reais. Para ser mais exato, foram de R$ 35.054.120,83, declarados no patrimônio ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RO), o que perfaz a maior fatia do seu patrimônio declarado, que é de pouco mais de R$ 53 milhões.
O processo tramitou normal na justiça e o pagamento, depois de muitos anos foi determinado pelo Tribunal de Justiça e cumprido prontamente e de forma recorde pelo prefeito Hildon, que por coincidência, é correligionário de Samuel.
A pergunta que fica é qual o interesse de alguém tirar do próprio bolso uma quantia quase que milionária para bancar uma candidatura da qual não é o titular e que em caso de eleição, precisaria de quase metade do mandato de senador, que é de 08 anos, para reaver o investimento?
A contribuição de Samuel para a candidatura de Marcos Rogério é a segunda maior contabilizada na conta de campanha do candidato democrata. A maior contribuição vem do Diretório Nacional do Democratas, através do Fundo de Financiamento de Campanha, no valor de 1.050.000,00. O diretório regional do Democratas, por sua vez, depositou na conta da campanha de Marcos Rogério o valor de R$ 53.760,00. Já o próprio Marcos Rogério, que tem patrimônio declarado no valor de R$ 2.041,720, gastou até agora do seu próprio bolso, o valor de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais).
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