O grupo se apresenta nesta sexta no Mercado Cultural de Porto Velho
Foto: Divulgação
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É samba que eles querem? Eu tenho. É samba que eles querem? Lá vai!!! Pois bem, assim enredados na deixa e levada do mestre Jackson do Pandeiro, se segura que lá vai samba e da melhor qualidade. Quando o relógio da próxima sexta-feira, 31 de janeiro desse ano de 2025 pontuar 20 horas, acordes irrepreensíveis e vozerios melodicamente bem entoados e soprados ao ar, voarão audíveis, lenitivos e arrebatadores e serão escutados além das cercanias patrimoniais do velho Mercado Público, hoje Mercado Cultural.
Na ocasião, após um bom tempo habitando a sombra e quietude da cena cultural local, o conhecido Projeto A Fina Flor do Samba dará as caras e serpenteará as ruas da cidade, descerá a ladeira, dobrará de peito ao vento as esquinas do tempo e estrategicamente reaparecerá vivo, receptivo, irradiante e luxuosamente melódico, além de sambisticamente ritmado e poético, como sempre, num musical especial de dois momentos, como vejamos:
1 º TEMPO Antes de serem lançados ao ar os momescos sopros dos metais e apelos das cores, os brilhos dos confetes, serpentinas e os sons de mais um carnaval em nossa cidade, a Fina Flor do Samba reunirá no centro histórico da capital quatro categorizados artistas locais, natos, justos e competentes debulhadores e defensores inarredáveis da bossa-nova e do samba brasileiro de todo sempre. Em primeiro plano os irmãos Norman Johnson Júnior e Jeshuá (Bubu) Johnson, descortinarão o véu noturno da capital, abrindo e esmiuçando com requinte e zelo melódico, uma coletânea musical que faz dos seus repertórios cotidianos verdadeiras e honradas traduções atualizadas das obras de bossa-novistas como João Gilberto, Antônio Carlos Jobim, Carlinhos Lira, e, também, pela verve sambista de Noel Rosa, Ataulfo Alves, Wilson das Neves, Nélson Sargento, Dona Yvone Lara, Chico Buarque de Holanda, Roberto Ribeiro, Paulinho da Viola, dentre outros tantos ícones desse rico mandaréu chamado samba nacional. Os irmãos Johnson, remontam o marcante e rico cenário cultural das épicas e inesquecíveis edições do Projeto Cinco e Meia que marcou significativo espaço, quando da sua itinerância em nossa cidade propagando a poética local e nacional, além da própria encenação cênica daqui, como elementos de formação, informação, expressão e resistência cultural, numa marcante ação enlaçada com o Movimento de Criação Cabeça de Nego, no início e curso da década de 80. Passados alguns anos, eles reapareceram na cena musical da urbe com uma série musical de repertório escolhido a dedo, para o Show Prisma Luminoso que teve boa repercussão no metiê local.
Hoje como antes, o violão do Norman Johnson Júnior, é uma base sólida e precisa, serpenteadamente rija e segura como os trilhos da Madeira Mamoré, porém emissora e cheia de nuances e delicadezas sonoras, arpejadas nos intervalos dos dormentes da linha férrea (os trastes dessa sinfonia,) por onde o seu brother Jeshuá (Bubu) Johnson, fará ecoar na redondeza o seu cantar grave, paginando versos após versos, rimas após rimas, como que andassem livres, libertos e curiosos tipo em quando meninos aventureiros, além das esquinas e subesquinas da cidade.
2 º TEMPO
E quando for o segundo momento, os acordes sonoros do violão do Dr. Ênio Melo viajarão plumáticos, feito leve e solto véu da noite, visitando os aguçados tímpanos ouvintes em deleite aos arpejos e solos, tirados pelo esmerado instrumentista desse lugar que estenderá o tapete da sonoridade para mais um passeio melódico. Os solos do Ênio Melo, parece, aqui terem pisado antes do seu irmão, como a preparar o terreno antes da plantação e da colheita. Nesse diapasão, levado pela sonoridade do seu mano, o poeta Ernesto Melo ganhará o palco untado nos sagrados óleos das patentes culturais e senhor de si e do samba, na condição de Griô, intitulado pelo sambista Oscar Knightz, como ênfase à sua forma e atitude guardiã com que registra, promove e coleciona as coisas do povo e do próprio lugar.
Então como de costume, O Ernesto Melo fará um debulhar musical ressaltando as suas composições próprias, que nos levam a embrenhar pelas ruas, recantos, praças, becos, vielas e casarios, além de rememorar e prosear sobre personagens ainda vivos e outros já em planos memoriais, todos porém, animadores dos cenários e das inspirações do artista, quando este, por esses itens e estímulos é levado a compor a base da sua obra musical. Por isso, rima após rima, acorde sobre acorde, nota após nota, fora içado ao título de poeta da cidade. Ernesto Melo, na sua contação melódica nos faz andar gastando a sola da chinela imaginária pisando lugares hoje, muitos deles, apenas vivos na lembrança e registros traduzidos em suas composições. Cantar o Triângulo, Baixa da União, o Mocambo, o Caiari, a Arigolândia, a Olaria, a Favela, a Padaria, o velho mercado, além de personagens tantos, injeta na veia cultural da cidade e batiza ser ele, o Ernesto Melo, um consanguíneo nato e inegável desse rincão cultural chamado Porto Velho e que, segundo ele próprio, enquanto autor, é, este lugar, o “seu dengo.”
Antes porém de dar boa noite e despedirem-se dos presentes, o Poeta Ernesto Melo fará arrupiar os paralelepípedos encobertos pelo asfalto, no entorno do Mercado Cultural, brindando a todos com um breve passeio pelos antigos carnavais quando, ele mesmo, se permitia arrebatado, ao longe, ouvir “os toques de clarim do Morais...”
Convite feito, eis pois uma proposta que busca reeditar as aprazíveis e acolhedoras sextasfeiras musicais, a bordo da nau sambista da cidade, numa viagem de muitas atracações em portos vários do samba brasileiro e local.
Expediente:
O que é: Projeto a Fina Flor do Samba .
Evento: Show, Dois violões – Duas Vozes
Artistas em cena: .Ênio Melo e Norman Johnson Júnior (violões) - Ernesto Melo & Bubu Johnson (vozes).
. Mestre Nei Ferreira (Cavaquinho) .Chico Lobo (Surdo de marcação) .Nelson do Sax (Saxofone) .Geferson Pinto (Pandeiro) .Zequinha Batera (Bateria)
Onde: Mercado Cultural - Praça Getúlio Vargas Centro – Porto Velho/RO)
.Quando: dia 31/jan/2025 (sexta-feira) - Horário: 20:00h às 23:00h
Acesso: gratuito
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