O evento, promovido pelo Sebrae e apoiado pela Sejucel, pode ser acompanhado virtualmente em ambiente 3D
Foto: Divulgação
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Oito artesãos de Rondônia estão participando da Feira Conecta Sebrae Agrolab Amazônia, que iniciou nesta terça-feira,22, e se estende até esta quinta-feira,23/9. O evento é virtual devido à pandemia do Covid-19.
A feira está sendo desenvolvida com tecnologia de realidade virtual, por meio de plataforma gamificada e em ambiente 3D. O Sebrae informa que a Feira é uma experiência única na Amazônia.
Os artesãos rondonienses foram convidados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com apoio da Superintendência da Juventude, Esportes, Cultura e Lazer (Sejucel).
A Sejucel opera em Rondônia o Programa de Artesanato Brasileiro (PAB), que está se voltando cada vez mais para a Amazônia Ocidental Brasileira, conforme explica o superintendente estadual da Sejucel, Jobson Bandeira dos Santos.
“Será uma grande oportunidade para o fortalecimento dos negócios e integrar estratégias de desenvolvimento e sustentabilidade da Amazônia”, assinalou Jobson Bandeira.
Além dos estados que formam a Amazônia Legal [Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão], o evento promoverá a integração brasileira com países europeus, da Ásia, Oriente Médio e América do Norte.
Veja quem participa
Dênis Coransil, 59 anos, de Ji-Paraná, diz que o convívio diário com as pessoas “é uma fonte de inspiração.” Transforma madeira em arte, e esse é o seu maior dom há 38 anos. Leva até 30 dias para concluir cada trabalho, dividindo sua construção entre modelagem, primeira queima e esmaltação. A experiência artesanal o tornou capaz de produzir cada peça sacra com atenção e riqueza de detalhes. Em madeira, dá leveza e delicadeza às peças esculpidas.
Jobson França Taurino, 43 anos, conta que decidiu transformar em arte a sua paixão por facas. Capixaba, chegou a Rondônia em 1980, com apenas dois anos de idade. Teve acidente de trabalho e passou por depressão, porém, reabilitou-se e há pouco mais de quatro anos trabalha com cutelaria. Fez diversos cursos de capacitação e se especializou em facas artesanais personalizadas em carbono e aço inox.
Raimundo Ramos Soares, o Mestre Ramos, 58, nascido em Xapuri (AC), mudou-se em 1986 para Pimenta Bueno, onde encontrou argila e passou a fabricar objetos torneados em série, entre os quais, vasos, potes e panelas.
Inspira-se na natureza, para modelar animais da fauna amazônica. Segundo conta, o começo foi numa oficina ministrada por um ceramista na rede pública, ainda no Acre. Após aprender o ofício com suas peças características da cultura amazônica, atualmente ele ministra oficinas de cerâmica em todo Estado de Rondônia.
Fabíola Esteves Rocha, 47, trabalha com cerâmica. “Para produzir minhas peças, busco na minha origem uma maneira de me expressar”, ela conta. É especialista em criações de anjos e santos religiosos e faz a modelagem há pouco mais de nove anos.
“Encontrei na cerâmica um jeito de transmitir valores, minha origem, crenças e personalidade”. Leva também um mês para concluir uma peça. Trata-se de um trabalho delicado, com traços bem específicos que remetem tanto a cultura regional quanto pessoal, rico em técnicas, cores e crenças, ela explica.
Cristiane Oliveira, 46, também rondoniense, diz que se inspira nos elementos da natureza “para dar voz, cor e vida” à sua arte. Considera-se empreendedora “florestal” há 23 anos. Também está em busca de autoconhecimento e amor à liberdade.
Foi apresentada para o artesanato por sua mãe e se descobriu apaixonada pela arte quando se deparou com a arte alternativa da ecojoia, ou biojoia. Profissional há 23 anos, aproveita toda semente, madeira e demais matérias-primas típicas da região norte para produzir lindas biojoias.
Cláudia Gazzola, 50, adotou como mote: “Reino vegetal, a divina arte que me inspira”. Designer, arquiteta e ceramista, ela conheceu a cerâmica após entrar no chamado “processo de autoconhecimento”, e assim, trocou a rotina agitada de trabalho com grifes de moda cariocas e se mudou para Porto Velho. Veio “em busca de espiritualidade e qualidade de vida”, conforme diz. Do hobby partiu para sua principal atividade econômica. Todas as suas peças foram criadas e inspiradas da natureza. Ela usa folhas e flores de plantas nativas da região, entre elas, cajueiro, ipê e mangueira.
Rosângela Moreira, 48, pernambucana de Olinda, mas “rondoniense de coração”, aqui vive desde 1994. Sua rotina comum destaca a histotécnica (coleta de material, desidratação). “Me incentivo a viver superando minhas limitações com criatividade, isso é minha maior força”, afirma.
Técnica em laboratório de biópsia, teve sua vida transformada há sete anos, quando constatou ser acometida por hanseníase e aí precisou parar de trabalhar. Reconhecida pelo PAB, seguiu firme, mesmo com sequelas, no trabalho de biojoias. No ano passado, foi convidada para participar de curso promovido pela Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) com o apoio da organização não-governamental NHR BRASIL. O curso reabilita pacientes de alta ou ainda em tratamento da doença.
Marcos Ferreira de Santana, 45, de Vilhena: “Minha paixão pela família me apresentou a paixão pelo artesanato”, ele diz. Ex-caminhoneiro conhecedor da maior parte das rodovias brasileiras, ele conta ter sofrido com a ausência da família, porque não pôde acompanhar o crescimento dos filhos.
Ao descobrir o artesanato, sentiu a possibilidade de se manter financeiramente e ficar perto da família. Começou um tanto tímido, fazendo tábuas de cortar carne em madeira, vasos para flores, e atualmente, depois de cinco anos de experiência, deu prioridade à família e se especializou em móveis rústicos em madeira: pias para lavabo e de cozinha; mesas em madeira de demolição, entre outros. Sua técnica é tão precisa que os móveis não estragam. “Não faço outra coisa, agora, a não ser transformar madeira bruta em verdadeiras obras de artes”, diz com alegria.
Fonte: Secom/Governo
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