Comecei como a grande maioria começa, ganhei de presente um “aquário” que mais parecia um jarro de planta.
Foto: Divulgação
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Como é ter um aquário marinho no meio da floresta amazônica?
Primeiramente gostaria de me apresentar, me chamo Alan Ishida, sou porto-velhense com orgulho e aquarista há aproximadamente 10 anos.
Comecei como a grande maioria começa, ganhei de presente um “aquário” que mais parecia um jarro de planta, daqueles ovalados de uns 5 litros com um compressor de ar e um casal de peixes de água doce chamados guppys (também conhecido como lebiste ou pelo nome científico Poecilia reticulata), peixes estes extremamente resistentes e coloridos.
Com o intuito de fazer com que estes peixes sempre vivessem bem e não somente sobrevivessem, comecei a pesquisar e me interessar pelo hobby.
Nesta caminhada de aprendizado, infelizmente, cheguei a ter diversas perdas até que fui me aprofundando, comprando e elaborando aquários melhores, estudando um pouco de química, lendo fóruns e cada vez mais gostando do hobby.
Não demorou muito para sair do nível de peixes com pedrinhas coloridas para os aquários plantados e voltados a representação de paisagens e sua correta manutenção, a fim de atingir os melhores resultados possíveis, técnica esta denominada aquapaisagismo, ou seja, tentar recriar e manter ambientes aquáticos naturais dentro de uma “caixa de vidro”.
Depois de alguns anos observando diversos tipos de aquários, comecei a me interessar pelos aquários marinhos e tive a oportunidade de adquirir um no dia 26 de dezembro de 2013 (praticamente meu presente de natal ;D) e desde então tenho me aprofundado neste desafio de ter um aquário de água salgada nesta imensidão de água doce.
Bem, quando falo para todos que tenho um aquário marinho, a reação é praticamente a mesma:
Eu: “Ah, eu tenho um aquário marinho.”
Outra pessoa: “Hum ... legal”
Eu: “Nele atualmente estou com um casal de peixe palhaço.”
Outra pessoa: “Hum … interessante.”
Eu: “Eles são mais conhecidos como Nemo e passam o dia todo fazendo simbiose com as anêmonas do aquário.”
Outra pessoa: “CARAMBA!!! Você tem o Nemo?!? E eles ficam na anêmona igual ao filme?!?”
Geralmente este é o diálogo inicial aiuhaiuh
Meu aquário é da marca Red Sea, modelo 130D, sendo considerado como um nano aquário por sua litragem (aproximadamente 110 litros).
Mantenho nele tanto peixes, quanto corais, sendo que, atualmente, tenho um casal adulto de “Nemo” (falo entre parênteses porque o verdadeiro nome é Amphiprion ocellaris, mas ninguém os conhece por este nome), uma Cocoworm (Protula Magnifica), um camarão bailarino (Lysmata wurdemanni), um ofiuros (Ophionereis reticulata), uma estrela do mar limpadora de substrato (Astropecten polycanthus), além de diversos corais.
No entanto, já cheguei a ter os seguintes animais:
- Yellow Coral Goby (Gobiodon okinawae);
- Angel Coral Beauty (Centropyge bispinosa);
- Firefish (Nemateleotris decora), Purple FireFish (mesma espécie da anterior, porém de coloração roxa);
- Melanurus (Halichoeres melanurus);
- Six Line (Pseudocheilinus hexataenia);
- Camarão Limpador (Lysmata grambhami – mais conhecido como o camarão “Jacques”, que tinha mania de limpeza no filme Procurando Nemo);
- “Dory” (Paracanthurus hepatus – sim eu já tive a Dory nadando junto com meus “nemos”);
Neste momento vocês devem estar me perguntando:,
“Por que você não tem mais eles?
Bem, a grande maioria eu tive que vender para outros aquaristas, pois, como meu aquário é um nano (110 litros), eles acabaram crescendo demais e começaram a beliscar os corais. Já a outra micro parcela, infelizmente acabaram falecendo por erros, os quais serviram de aprendizado.
Outra pergunta que deve ter surgido:
“Onde você consegue arrumar essa água salgada?”
Existem praticamente 2 formas de se obter.
A primeira é morando perto do mar e pegar água salgada natural.
A segunda é a que eu utilizo consistindo basicamente em utilizar um filtro de Reverse Osmose e Deionizador para filtrar a água do sistema de abastecimento e então misturar com uma proporção certa de sal industrializado específico para aquário marinho.
“Ah, e onde você consegue arrumar estes animais?”
Aqui na capital temos por volta de 3 lojas especializadas em aquários, porém somente uma possui loja física (esta não possui quase nada voltado a marinho) e das outras duas, somente uma trabalha com animais marinhos, no entanto, somente por encomenda, esta última tendo como proprietário meu grande amigo Igor Luiz.
Assim, praticamente todos os animais e corais são pedidos de outros estados principalmente de São Paulo e Rio Grande do Sul e, como todos nós rondonienses estamos cansados de saber, moramos em uma capital com uma carência grande de logística, principalmente com relação as transportadoras o que dificulta ainda mais a compra destes animais.
Outro fator que agrava a situação é a própria documentação exigida para o transporte desses animais, a qual varia muito de transportadora para transportadora. Destaca-se ainda no alto valor cobrado pelo frete, tendo em vista que somente é feito via aéreo.
Porém nem tudo são espinhos, neste diapasão consegui fazer grandes amizades com lojistas que posso chamar de verdadeiros amigos (apesar de ainda não nos conhecermos pessoalmente). Dentre eles, gostaria de agradecer profundamente o meu grande amigo Igor Albergaria que me fornece a maioria dos corais, é um excelente hobbista e tem muita paciência em tirar as minhas dúvidas a respeito do hobby.
Outros grandes amigos de onde costumo comprar peixes, equipamentos e corais são: Edson Lopes e Paulo César Antunes.
Outra pessoa de extrema simplicidade e humildade é o pesquisador Dr. Miguel Mies.
Daí surge a pergunta:
“Ah, então por que vocês não se juntam e fecham um envio com vários animais pra todos os hobbistas aqui do estado?”
Então, esta é a nossa maior vontade, porém temos um grupo muito reduzido de aquaristas marinhos aqui em Rondônia. Para se ter uma noção temos um grupo no Whatsapp com TODOS os aquaristas que possuem marinho aqui no ESTADO (sendo aproximadamente 10 aquários em todo o estado) e, sempre que conseguimos, fechamos pedidos juntos para aproveitar o frete.
No entanto, realmente seria melhor um maior número de pessoas, até mesmo para a troca de experiência e até mesmo de corais (sim eles crescem, se multiplicam e conseguimos retirar mudas para passar para outros aquaristas, evitando assim mais extração de animais da natureza).
Por fim e não menos importante, gostaria de agradecer a minha família (Luiz Ossamu Ishida, Jussara Vernizze Ishida, Alex Ishida, Tamires Souza Poles e Lisyane Melo) pelo apoio, incentivo e por sempre estarem opinando e admirando o aquário!!
Só mais uma coisa, gostaria de dizer que estou participando de um Concurso Nacional promovido pelo canal do youtube “Aquário Marinho Sem Grana” que vai até dia 05 de maio de 2017 e que sou o único representante de Rondônia.
Desde já agradeço o espaço cedido pelo site Rondoniaovivo.com para que pudesse expor um pouco da minha experiência e divulgar este hobby aqui no estado.
Qualquer curiosidade ou dúvida estou a disposição de todos através do meu e-mail alanishida@gmail.com
Um grande abraço a todos!
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