Justiça bloqueia bens e até R$ 9 milhões de padres, bispo e “laranjas”

Juiz Fernando de Oliveira Samuel, da 2ª Vara Criminal de Formosa, determinou ainda quebras de sigilos e sequestro de imóveis

Justiça bloqueia bens e até R$ 9 milhões de padres, bispo e “laranjas”

Foto: Divulgação

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A pedido do Ministério Público, a Justiça de Goiás determinou a penhora online de até R$ 9 milhões das contas bancárias de nove réus investigados no âmbito da Operação Caifás, que apura desvios de recursos de doações, taxas e serviços prestados por igrejas do Entorno do Distrito Federal. Entre eles, padres e o bispo de Formosa, dom José Ronaldo.

 

 

A decisão é do juiz Fernando de Oliveira Samuel, da 2ª Vara Criminal de Formosa. A penhora online deve ser feita nas contas bancárias de Antônio Rubens Ferreira, Mário Vieira de Brito, o juiz eclesiástico Tiago Wenceslau de Barros Barbosa Júnior, dom José Ronaldo, Moacyr Santana, o monsenhor Epitácio Cardozo Pereira, Guilherme Frederico Magalhães, Waldson José de Melo e Pedro Henrique Costa Augusto. O limite geral é de R$ 1 milhão para cada acusado.

 

Além disso, o magistrado autorizou a quebra dos sigilos fiscal, referente aos exercícios de 2014 a 2018 dos mesmos alvos, e bancário, de 1º de janeiro de 2015 a 23 de março deste ano, de sete suspeitos do integrar o esquema criminoso. A mesma medida deve ser tomada em relação a Tiago Wenceslau, só que entre 1º de julho de 2017 a 23 de março de 2018.

 

Reprodução

 

 

Quantos aos bens, o magistrado autorizou o sequestro dos itens apreendidos de Epitácio Cardozo Pereira, Moacyr Santana e Mário Vieira de Brito. Eles devem ser depositados e avaliados pela Caixa Econômica Federal no período de 30 dias.  Quantos aos demais réus, os bens imóveis ficarão indisponíveis até o julgamento final da ação penal. Isso para garantir eventual reparação dos prejuízos causados.

 

Nesta quinta (12), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou mais um habeas corpus ao bispo de Formosa, dom José Ronaldo. Ele é um dos principais alvos da Operação Caifás, deflagrada no dia 19 de março com o objetivo de desarticular uma associação criminosa que atuava desviando recursos de igrejas católicas do Entorno do Distrito Federal, incluindo Formosa e Planaltina de Goiás.

 

O prejuízo estimado ultrapassa R$ 2 milhões. Os fundos teriam sido utilizados, segundo interceptações telefônicas, para comprar fazenda de gado e casas lotéricas. Tudo para fins particulares.

 

Além do bispo dom José Ronaldo, quatro padres e um monsenhor foram presos. Os recursos eram provenientes de dízimos, doações, taxas oriundas de batismos e casamentos, além de arrecadações vindas dos fiéis para a realização de festas religiosas. Ao todo, os policiais cumpriram 13 mandados de prisão e 10 de busca.

 

Foram apreendidas caminhonetes da cúria de Formosa em nome de terceiros, além de grande quantia de dinheiro em espécie. A operação foi batizada de Caifás, em referência ao nome da pessoa que encaminhou Cristo para o julgamento.

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