Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), alguns estavam visivelmente embriagados. Um arco e uma flecha foram apreendidos
Foto: Divulgação
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Três indígenas da etnia Bororo tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal por agirem com violência durante a cobrança de pedágio, na BR-070, em General Carneiro, a 449 km de Cuiabá. Eles estão entre os oito índios detidos em flagrante no último dia 30 depois de denúncias de motoristas que tinham sido vítimas de ameaça e tiveram os veículos danificados depois de se recusarem a dar dinheiro para os índios que bloqueavam trechos da rodovia.
Os outros índios que tinham sido presos conseguiram a liberdade provisória, mas terão que seguir algumas condições, como manter uma distância de 100 metros da margem da BR-070 no trecho que corta as aldeias, comparecer em juízo ou em polícia sempre que intimados e fornecer telefones de contato. Se descumprirem essas regras, eles deverão ter a prisão preventiva decretada.
As prisões foram solicitadas pelo Ministério Público Federal (MPF). Na data do flagrante, os índios foram denunciados por ameaças aos motoristas durante as cobranças, armados com facões e bordunas (armas artesanais indígenas), e danos aos veículos. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), alguns estavam visivelmente embriagados. Um arco e uma flecha foram apreendidos.
Segundo o MPF, a alegação dos indígenas de que o arco e a flecha eram para presentear os motoristas é cômica. “É evidente a possibilidade de confrontos e animosidade com motoristas, com riscos de atropelamento, lesões e mortes de autores e vítimas”, argumentou o procurador da República, Rafael Guimarães Nogueira.
A cobrança ilegal chegava a R$ 50 em trechos da rodovia. De acordo com a PRF, em um dia de pedágio, os indígenas arrecadaram R$ 3,2 mil.
Depois das prisões, foi realizada uma reunião com representantes do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Cuiabá, da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), da Procuradoria da Funai, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do povo Bororo, onde se discutiu, segundo o MPF, os impactos da BR-070 sobre a população indígena e os bloqueios constantes realizados por índios.
Por fim, ficou definido que seria aberto um inquérito para apurar a situação da Terra Indígena Merure e o alcoolismo entre os membros da etnia Bororo. Conforme o MPF, a investigação já foi aberta.
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