Obras em sítio podem ter sido forma de propina, diz procurador
Foto: Divulgação
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As obras que a Odebrecht fez no sítio de Atibaia, frequentado pelo ex-presidente Lula e sua família, podem ter sido uma forma de propina, segundo o procurador da Lava-Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima. Ele afirma que a mudança de postura da empreiteira, que ontem passou a admitir ter feito serviços na propriedade, é sinal de que a empresa tenta minimizar os fatos.
— É uma tentativa de defesa. Dizer que foi favor, presente, é uma forma de minimizar o que realmente pode ter acontecido. As obras aconteceram. A Odebrecht pagou por elas. Eu desconfio de cavalo de troia — disse ao GLOBO, na manhã desta quinta-feira, no Ministério Público Federal em São Paulo, durante ato em comemoração ao recolhimento de 1,5 milhão de assinaturas em apoio às medidas anticorrupção.
Questionado se as obras do sítio podem ter sido pagamento de propina ao ex-presidente por favores prestados por ele durante os seus mandatos, Lima respondeu:
— Os pagamentos de propina podem ter vínculo com fatos acontecidos no passado. Isso (as obras da Odebrecht) pode ter sido um pagamento de propina.Para o procurador, é necessário desconfiar do reposicionamento da empresa.
— Nós já temos certeza que a Odebrecht está diretamente ligada ao sítio. Acho muito estranho, quando a própria empresa traz um funcionário seu para falar uma coisa que, em tese, configura aquilo que já estava sendo investigado e havia sido negado pela empresa anteriormente.
EMPREITEIRA CONFIRMA PARTICIPAÇÃO DE ENGENHEIRO
O engenheiro Frederico Barbosa afirmou, em depoimento à Lava-Jato na segunda-feira, que trabalhou na reforma do sítio em Atibaia, atendendo a um pedido de um chefe seu na Odebrecht. A empreiteira confirmou, por meio de nota, a participação de Frederico Barbosa na obra.
A Odebrecht não informou, entretanto, o nome do superior citado pelo engenheiro.
No início de fevereiro, a Polícia Federal abriu um inquérito específico para apurar a relação do ex-presidente com o sítio, registrada no nome dos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar. Segundo as investigações, as construtoras OAS e Odebrecht, além do pecuarista José Carlos Bumlai, realizaram reformas na propriedade como forma de favorecer Lula. A Odebrecht teria pago R$ 500 mil a um depósito de material de construção.
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