Dilma anuncia reajuste do Bolsa Família e mira resistência a Temer
Foto: Divulgação
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Em contagem regressiva para ser afastada temporariamente da presidência, Dilma Rousseff deu mais um passo em sua estratégia de, ao lado do PT, se reaproximar dos movimentos sociais e mobilizar sua base política para a nova fase que se avizinha, com o maior partido de esquerda da América Latina de novo na oposição. O que já vinha acontecendo em reuniões setoriais tomou forma de vez neste domingo com Dilma Rousseff discursando a sindicalistas e apoiadores na celebração do Primeiro de Maio em São Paulo. A presidenta marcou o que pode ser o seu último grande ato de massas antes de deixar o poder com vários anúncios, entre eles, o do reajuste médio de 9% nos valores pagos pelo Bolsa Família, o megaprograma de transferência de renda símbolo da era petista.
O clima do ato, na bonita região central da cidade, era, de certa forma, melancólico. O mar vermelho, formado pelas camisetas do PT e aliados, era menor do que em atos recentes, e as lideranças de movimentos sociais presentes misturavam resignação com promessa de resistência. "Nós queríamos que essas medidas tivessem sido anunciadas no começo de 2015", disse Raimundo Bonfim, da Central dos Movimentos Populares, a jornalistas. Bonfim se referia a outras medidas que a presidenta oficializaria, como correção de 5% na Tabela de Imposto de Renda e mais 25 moradias parte do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. No palco, prefeito de São Paulo, o petista Fernando Haddad, já mirava o futuro: "A direita comete sempre o mesmo erro: o de subestimar a mobilização do povo trabalhador", disse, aplaudido, cobrando unidade dos apoiadores. Dilma Rousseff, de blazer vermelho, se juntou aos apoiadores pouco antes das 14h. Repetiu à multidão que não é investigada por corrupção e que os crimes fiscais dos quais é acusada no processo de destituição foram cometidos por seus antecessores. Disse mais uma vez que considera que o impeachment "um golpe", palavra repetida pelo coro vermelho.
"Esse golpe não é só contra mim e contra a democracia, é contra as conquistas dos trabalhadores", disse a presidenta. E desfiou série de comentários sobre os possíveis planos do vice Michel Temer ventilados na imprensa brasileira nos últimos dias. Dilma fez referência a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo que citava como plataforma do novo Governo interino direcionar os programas sociais para atender os 5% mais pobres da população. A presidenta interpretou esse dado como uma decisão do seu provável substituto de cortar o Bolsa Família de todos que fiquem fora do teto, ou 36 milhões dos 47 milhões de pessoas que recebem o benefício. A petista também criticou outros planos atribuídos na imprensa à equipe de Temer como mudança nas regras de reajuste do salário mínimo e das aposentadorias. Atacou até a flexibilização da exploração pela Petrobras no pré-sal, um plano, que, no entanto, seu Governo endossou em projeto de lei negociado no Senado."Eu vou resistir e vou lutar até o fim. Estou aqui no Primeiro de Maio, porque é um dia de resistência", disse. "Trata-se de defender um projeto em que 54 milhões de pessoas que votaram. Se querem esse (outro) projeto, que se submetam ao crivo do povo brasileiro."
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