Quem é Bolsonaro, que mesmo cheio de pedidos de cassação, balança mas não cai

Bolsonaro é do tipo que adora usar frases de efeito e de passar a imagem de causador de polêmicas. Ele já criou confusão com a cantora Preta Gil. O caso foi parar na Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas foi arquivado.

Quem é Bolsonaro, que mesmo cheio de pedidos de cassação, balança mas não cai

Foto: Divulgação

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O deputado reeleito Jair Bolsonaro (PP-RJ) é conhecido por se pautar por polêmicas e indelicadezas. Apesar de colecionar opositores, até agora conseguiu tirar vantagem da imunidade parlamentar e escapou das possíveis punições.

A agressão verbal a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), a quem disse na terça-feira (9) que não estupraria porque a parlamentar não merecia, motivou mais um possível processo de cassação de mandato.

O caso também foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF). Na segunda-fira (15), a vice-procuradora-geral da República Ela Wiecko apresentou denúncia STF contra Bolsonaro por considerar que o parlamentar incitou a prática do estupro ao dizer que não estupraria Maria do Rosário porque ela "não merece".

Mas o parlamentar parece não se sentir ameaçado. Depois da frase, publicou no site bolsonaro.com.br o vídeo com o ocorrido e a seguinte frase: "Bolsonaro escova Maria do Rosário". Na mesma semana, o deputado se referiu à Comissão da Verdade, que investigou casos de tortura no Brasil durante a ditadura, de "Comissão de Patetas".

No mesmo dia do ataque a Maria do Rosário, um grupo se organizou na internet e começou a circular no site Avaaz.org uma petição que propõe a cassação de Bolsonaro. Até às 12h30 desta terça-feira (16), a petição já tinha pouco mais de 236 mil assinaturas. O objetivo é chegar a 500 mil adesões para que o pedido seja protocolado e entregue ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Mas a rápida mobilização nas redes sociais contra Bolsonaro pode mais uma vez não dar em nada. Ele já acumula pelo menos 30 pedidos de cassação, todos arquivados.

Mas quem é Bolsonaro e o que o mantém firme no Congresso?

O deputado foi o mais votado no Rio de Janeiro nas últimas eleições e conseguiu 464.565 votos. A primeira eleição foi em 1991 e até hoje passou por sete partidos (PDC, PP, PPR, PPB, PTB, PFL, PP). Em janeiro ele começa o sétimo mandato e nos últimos anos tem investido na construção de uma base familiar na política.

Dois de seus quatro dois filhos (a caçula é do segundo casamento) se elegeram nas últimas eleições. Ele teve 464.565 votos e em janeiro parte para o sexto mandato como deputado federal – seu primeiro mandato O filho Flávio conseguiu 160.356 votos e a partir do próximo mês ocupará um dos assentos da Assembleia do Rio de Janeiro. E Eduardo, com 82.217 votos, elegeu-se por São Paulo para uma vaga na Assembleia Legislativa. Juntos, os três tiveram pouco mais de 700 mil votos. Carlos Bolsonaro é vereador na Câmara do Rio.

Não é só a presença da família Bolsonaro na política que tem crescido. Os bens de Jair Bolsonaro também. Em 2010, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro tinha um patrimônio de R$ 826.670,46. Neste ano, o então candidato declarou ser dono de um patrimônio 150% maior, de R$ 2.074.692,43. Entre seus bens estão imóveis no bairro da Barra da Tijuca, no Rio, em Angra dos Reis e em Brasília, além de alguns investimentos, como uma caderneta de poupança do Banco do Brasil no valor de R$ 482.582,34.

Um paulista com presença entre os militares

Apesar de ter sido eleito pelo Rio de Janeiro, Jair Messias Bolsonaro nasceu em Campinas, no interior paulista, em 21 de março de 1955. O paulista, ex-professor de educação física, entrou na Escola Preparatória dos Cadetes do Exército e permaneceu nas Forças Armadas entre 1979 e 1981, quando foi para a reserva como capitão.

Seus projetos de lei invariavelmente transitam por temas da segurança pública. Quando não, pede informações que possam causar algum tipo de desconforto ao governo. Gosta, por exemplo, de chamar a presidente Dilma Rousseff de mulher de Fidel Castro, líder cubano.

Bolsonaro é do tipo que adora usar frases de efeito e de passar a imagem de causador de polêmicas. Ele já criou confusão com a cantora Preta Gil. O caso foi parar na Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas foi arquivado.

Apesar do episódio com Preta Gil, os colegas de Parlamento são seus alvos preferidos. Em um ato no Rio de Janeiro, o parlamentar Randolfe Rodrigues teria sofrido uma agressão. Jean Wyllis também já esteve na mira de Bolsonaro. Na segunda-feira (15), durante a diplomação dos eleitos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, trocou desaforos com o opositor Marcelo Freixo (PSOL-RJ).

Entre os colegas estão Marcos Feliciano, que ajudou o filho Eduardo a se eleger em São Paulo, e Tiririca, com quem costuma jogar futebol.

Apesar de aparentemente ter mais inimigos do que amigos, Bolsonaro parece passar sem fissuras por processos como o que envolveu a deputada Maria do Rosário. Tanto que tem conseguido aumentar seu apoio nas urnas de forma relevante. Neste ano, multiplicou por quatro o número de votos em relação ao obtido em 2010. E mesmo com tantos processos de cassação, balança mas não cai.

 

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