Rondônia, o Legislativo e a mídia - Por: Profº Nazareno

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Foto: Divulgação

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Rondônia ou Roubônia fica muito perto do fim do mundo. Disso todo mundo já sabe, não é nenhuma novidade. Confundida geralmente com Roraima, outro fim de mundo também pouco conhecido, “a mais nova estrela no azul da União” foi emancipada erroneamente por forâneos no início da década de 1980 do século passado e até hoje coleciona um rol de esquisitices e fatos bizarros que a faz se distinguir da maioria dos outros Estados brasileiros. Não há um único item em que ”a antiga terra karipuna” não seja destaque negativo dentro do cenário nacional. Em qualquer lugar do país, os “feios” habitantes daqui são facilmente reconhecidos por suas características exóticas, seu falar estranho e suas peculiaridades inconfundíveis, mas é no campo da política e da comunicação de massa que esse lugar ganha farto conhecimento nacional.
Com duas horas de atraso em relação ao fuso horário de Brasília, a programação local da televisão é repassada diariamente para os rondonienses depois que o Brasil inteiro já está cansado de saber dos fatos. Dia de jogo no meio da semana é um caos. A bola começa a rolar em Porto Velho só no segundo tempo de qualquer partida e isto com direito a um jornalista de Manaus, quando se trata da TV Rondônia, anunciar o contratempo. São poucas as emissoras que transmitem em Full HD, ainda assim com uma imagem deplorável. Na verdade, não se sabe qual é mesmo a função da televisão neste rincão esquecido: não há nada de grande relevância que seja transmitido de forma correta pelas emissoras locais. De um modo geral, a mídia rondoniana é eivada de notícias tendenciosas. “Informar formando” parece que nunca foi um objetivo claro.
Foi assim quando os rondonienses quiseram mostrar ao restante do país a situação calamitosa do seu “Campo de Extermínio de Pobres”, a última greve da Unir e a recente, mas já conhecida dos habitantes locais, Operação Termópilas para desbaratar mais uma quadrilha formada por alguns Deputados Estaduais, empresários e funcionários que assaltava os cofres públicos usando como base a Assembléia Legislativa do Estado. É incrível, mas as notícias por aqui só se tornam oficiais depois que as emissoras de fora as divulgam. Há até torcida organizada para programas como Fantástico ou o Jornal Nacional da Rede Globo mandarem seus repórteres para cobrir as desgraças locais. A relação de confiança do público com a mídia daqui inexiste totalmente. De fora, parece que só a repórter Eliane Brum da Revista Época é odiada.
Além do mais, a maioria dos jornalistas dos meios de comunicação de Rondônia não tem diploma superior, muitos foram formados em beira de barranco, têm pouca ou nenhuma leitura de mundo e são um desastre quando tentam exercer a primária função de informar o seu público. Aqui há jornalistas de todos os tipos: os que amam hinos, os que defendem o Papai Noel, os que ainda se baseiam na Bíblia para escrever seus textos cheios de erros gramaticais, os que conseguem enxergar cultura telúrica num lugar totalmente aculturado, os que rasgam livros porque têm preguiça de ler e “por aí vai”. Porém o mais inusitado é saber que muitos sites eletrônicos, remando na contramão da História e sujando ainda mais o meio ambiente, estão se transformando em jornais impressos só com o objetivo de arrecadar mais dinheiro, já que a Operação Termópilas pode ter cortado involuntariamente uma de suas únicas fontes de rendimentos.
Se na área da Comunicação Social, as coisas em Rondônia são feitas na base do improviso, da gambiarra, do jeitinho, do faz-de-conta, diferente não poderia ser na política. Aqui existe um Poder Legislativo que dispensa quaisquer comentários. A Câmara de Vereadores de Porto Velho, por exemplo, é uma verdadeira piada. Concorda com tudo o que o Prefeito da cidade, uma espécie de “JK da Amazônia”, determina. O Poder Legislativo municipal é como o próprio PT, Partido dos Trabalhadores: vê inocência em tudo. Já na esfera estadual “o negócio” é mais profissional: nos últimos anos, dificilmente houve uma legislatura que não andasse estampada nas páginas policiais. Porém já ouvi muita gente dizer que a Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia é apenas uma parte de tudo que há de podre neste Estado. Haja carniça e podridão, então. Deve ser por isto que as ruas de Porto Velho fedem tanto. Estamos fritos. De fato, com jornalistas que defendem abertamente a censura, baseiam-se ainda em livros dogmáticos para fundamentar suas teses malucas, ignoram a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a própria Constituição Federal, o que se esperar de uma sociedade como esta? Pensando bem: por que Rondônia não volta a ser Território?
 
*É Professor em Porto Velho.
 
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