Grupo liderado por Emerson Castro quer dar unidade a um partido ‘rachado’ há décadas
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Reunião da chapa União Democrática, que vai tentar a façanha de unir o partido
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Neste domingo (25) o Diretório Municipal do PMDB vai tentar quebrar um paradigma que acompanha o partido há décadas na Capital: a desunião e o desentendimento. Na eleição para escolha do novo Diretório Municipal, um grupo liderado pelo vice-prefeito da Capital, Emerson Castro, está disposto a buscar a reconciliação entre os três grupos que se rivalizam a cada eleição para escolha do Diretório.
Na noite de sexta-feira (23), Emerson Castro promoveu uma reunião prévia para preparar a chapa, que leva o sugestivo nome de União democrática, formada com o propósito de reunir sob uma mesma proposta de trabalho representantes das distintas facções. A escolha do novo diretório será na Câmara Municipal, a partir das 9h. Após a eleição do Diretório Municipal, o partido tem 30 dias para indicar a Executiva Municipal. Porém, se houver entendimento, deverá ser escolhida logo em seguida a eleição do Diretório.
À reunião de sexta-feira, Emerson conseguiu reunir lideranças de todos os grupos. Estiveram presentes os secretários municipais Pedro Beber, de Projetos Especiais; Wilhames Pimentel; da Saúde; Marinho Melo, do Esporte, o vereador Zequinha Araújo; o atual presidente do Diretório Municipal, Abelardo Castro Neto e um dos prováveis candidatos a presidência, juntamente com o próprio Abelardo Neto, Neirival Pedraça, dentre diversos outros dirigentes e militantes peemedebistas.
Pimentel chamou a atenção para a necessidade de fortalecimento do partido, “para não passar a vida toda a reboque de outras siglas”, disse, conclamando os militantes a se organizarem para enfrentar em 2010 “a tirania, o medo e a chibata”.
Reação
Emerson Castro ilustrou com números o resultado da administração truncada do partido ao longo dos últimos anos, em meio a brigas e desentendimentos. Segundo ele, nas últimas três eleições municipais o partido decresceu e corre o risco de diminuir ainda mais em Porto Velho. Nas últimas três eleições municipais, o PMDB apresentou o seguinte retrospecto: elegeu quatro vereadores, depois três e no ano passado apenas dois vereadores. Nem com o aumento do número de cadeiras no Legislativo Municipal o partido aumentaria sua bancada.
Se isso acontecesse, partidos como o PMN e PV, com muito menos tradição política, teriam quatro cadeiras cada na Câmara, enquanto que o PMDB permaneceria com suas duas apenas.
“Em Porto Velho nosso partido é um gigante adormecido. Precisamos resgatar a capacidade de dialogar para construirmos um projeto de futuro. Esse modelo de gestão dos últimos anos já provou ser superado. Tem sido um fracasso”, alertou.
Mesmo anunciando sua intenção de concorrer à Prefeitura da Capital em 2012, Emerson Castro disse que não vai se constranger em arregimentar novas lideranças que possam concorrer com ele no futuro. “Precisamos ter um foco, um projeto político para 2010, 2012 e daí em diante. Isso, só construiremos sob a perspectiva de um debate sereno e equilibrado”, analisou.
Mesmo diante de toda a pregação de unidade, três chapas deverão concorrer. “Esse é o exercício pleno da democracia. Uma disputa legítima, no voto. Depois disso, vamos sentar e nos reagrupar”, conclamou Emerson Castro.