O senador e o assessor enrolado - Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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Um senador rondoniense voltou a ocupar às paginas da imprensa nacional. Não por seus dotes intelectuais, nem pela defesa intransigente dos interesses da população do estado que diz representar. Nada disso. Acusam-no, dessa vez, de empregar um assessor corrupto, enrolado com a polícia federal. Cruz credo!

 

É claro que o imbróglio de que é acusado o senador não configura, em si, um fato isolado, dentro do Congresso. Diariamente, a sociedade vem tomando conhecimento de um rosário de escândalos envolvendo aquela Casa de Leis, sendo o mais recente a prática secreta de nepotismo.

 

Lamentavelmente, a cartilha da esperteza, da bandalheira e do cinismo continua a todo vapor a nortear a conduta de certos homens públicos, aqui e alhures.

 

Atualmente, muitos buscam chegar ao poder com intenção firme e determinada de saquear o erário e alcançar a impunidade penal, descaradamente confundida por ladravazes do erário público com imunidade parlamentar.

 

Muitos, inclusive, fazem planos e contabilizam, desde logo, os privilégios e vantagens que vão auferir, não se importando com o fato de que toda a sociedade está vendo, sofrendo e repudiando.

 

Na prática, a concepção que muitos pigmeus de caráter têm dos interesses coletivos e do bem comum não guarda a menor correspondência com os avanços sociais. Pelo contrário, utilizando-se de cargos públicos para auferir privilégios espúrios e imediatistas, distribuição de prebendas e prêmios a parentes e cabos eleitorais, tais indivíduos revelam mais que o mau caráter de que são possuidores.

 

A esse mau, porém, ajunta-se o completo desprezo pelo sofrimento alheio, que pode ser traduzido pela apropriação de boa parte dos impostos a que estão sujeitos todos os contribuintes. Pior, ainda, é quase certo que, a voracidade com que colocam as mãos sujas, mesmo sob formas disfarçadas, nos dinheiros públicos, serve para assegurar-lhes a paz injusta de muitos outros.

 

Há que se considerar, contudo, que o contribuinte não está vinculado a partido político, nem deu autorização para que os impostos tenham suas funções desviadas do interesse público para os bolsos de ratazanas gulosas e de parasitas da carótida social.

 

Somente isso é o que pode interessar à opinião pública: a investigação rigorosa dos fatos apontados, inclusive, para que se não misturem no mesmo balaio de falcatruas os poucos detentores de mandato popular que têm sabido honrar, com probidade, altivez e espírito público, a procuração recebida do povo. Já não bastam os escândalos do falido Beron e da Ceron?

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