Sindicato não atende convite da CPI do Leite e agora será convocado
Foto: Divulgação
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Considerada um desrespeito pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Leite, a ausência na reunião de desta terça-feira (17) do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de Rondônia (Sinalimentos), João Gonçalves Filho, transformou o convite feito pelos deputados em convocação. A ausência de depoente convocado à CPI gera conseqüências legais. A Comissão resolveu também chamar para depor outros representantes de sindicatos do setor de comercialização, como os de atacadistas e dos supermercados. Os depoimentos estão marcados para a próxima terça-feira, 24, às 10h, no Plenarinho da Assembléia Legislativa.
O presidente da CPI, deputado Jesualdo Pires (PSB); o vice-presidente, deputado Ribamar Araújo (PT); o relator, deputado Valter Araújo (PTB) e o deputado Edson Martins (PMDB), que também participou da reunião, foram unânimes em suas críticas ao representante do Sinalimentos por desconsiderar a oportunidade em contribuir para sugerir soluções às questões que afetam o setor. Na opinião dos parlamentares, como não deu qualquer justificativa pela estranha ausência à reunião, ficou parecendo “estrelismo ou que há alguma coisa a esconder”, disse Jesualdo Pires. Valter Araújo disse que “Se ele não comparecer, vamos tomar providências. Nem que tenhamos que requisitar a Polícia Federal para trazê-lo aqui para apresentar notas fiscais e etc. Nós temos que concluir nosso trabalho”, disse o deputado.
“In natura” X “UHT”
O depoimento ouvido no Plenarinho, foi o do presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação do Estado de Rondônia (Sindam), Pompeu Vieira Marques. O representante do Sndam, que atua à frente da entidade desde 2000, declarou que tem procurado sensibilizar a categoria para entendimentos com os laticínios com relação à distribuição e ao preço dos produtos lácteos. Segundo ele, são inúmeros os fornecedores de leite e derivados às padarias. Questionado sobre a falta de oferta do leite “in natura”, especialmente no mercado de Porto Velho, Pompeu Marques não sabe avaliar o motivo. Ele citou apenas, que a procura dos consumidores não é significativa, o que pode ocasionar a falta de oferta. Segundo ele, o produto também requer cuidados de conservação e tem uma logística de distribuição complicada. Os parlamentares questionaram o fato em razão de que o preço do leite “in natura”, embasado em sacos plásticos ser, praticamente em outros Estados, 50% mais barato que o leite UHT, o chamado “leite de caixinha”.
O deputado Jesualdo ressaltou que no estado do Paraná, este produto está à disposição do consumidor em qualquer tipo de estabelecimento e é o consumidor quem decide a compra que mais lhe convém. “Lá, os laticínios lucram, tem rentabilidade e fazem questão de vender o leite pasteurizado” defendeu Jesualdo Pires. O deputado lembrou que é o leite atende melhor ao consumidor de baixa renda pelo seu baixo custo. Pompeu Marques disse que a indústria de panificação paga, em geral, de R$ 1,48 até R$ 1, 90 o litro do UHT, e o revende ao consumidor até por R$ 2,20. Os deputados também questionaram os preços dos produtos derivados do leite.
Para deputado Ribamar Araújo ainda ficaram muitas dúvidas sobre a comercialização do leite em Rondônia. “Percebemos que apesar da boa vontade, o presidente do Sindpan não veio preparado para responder as nossas perguntas e isso não ajuda muito. Por isso, precisamos trazer mais entidades do ramo para representar o comércio e sanar as questões que não ficaram bem esclarecidas”, disse.
Pompeu Marques sugeriu aos deputados que, a exemplo de outros Estados, façam projeto de lei com um programa de distribuição gratuita de café-da-manhã com leite e pão às famílias carentes. Esse consumo geraria emprego e renda ao setor. O deputado Ribamar Araújo disse que a proposta do presidente do Sindam deve ser encaminhada diretamente ao Poder Executivo, já que a Assembléia Legislativa, por impedimento constitucional, não pode fazer leis que gerem gastos financeiros ao governo do Estado.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!