Caso o PMDB lance candidato à Presidência do Senado, Raupp é hoje a melhor aposta. - Por Paulo Queiroz

Caso o PMDB lance candidato à Presidência do Senado, Raupp é hoje a melhor aposta. - Por Paulo Queiroz

Caso o PMDB lance candidato à Presidência do Senado, Raupp é hoje a melhor aposta. - Por Paulo Queiroz

Foto: Divulgação

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1 – CANDIDATURA RAUPP
 
Na hipótese de que entre as obrigações do digitador estivesse a manutenção de um blog – porquanto só nestas circunstâncias, ou seja, por força de cláusulas contratuais o repórter comprometer-se-ia com tal responsabilidade -, na tarde desta quarta-feira (03) a boca do trombone teria sido esgarçada com a postagem de uma manchete mais ou menos nestes termos: “Não tem pra ninguém: o ex-governador Valdir Raupp é o novo presidente do Senado”. E daí não arredaria um átimo até fevereiro chegar – de modo que a eleição para aí prevista confirmasse a profecia – caso a notícia divulgada pelo canal de notícias da TV paga “Bandnews” tivesse sido confirmada. Embora em edição recente a coluna já tivesse cogitado sobre as chances do senador rondoniense, o susto não foi pequeno.
 
Eis que, com a tradicional promessa de detalhar a notícia dali a instantes, a apresentadora anunciou, em reiteradas entradas, uma chamada dando conta de que a bancada do PMDB no Senado lançara o nome de Valdir Raupp para disputar a presidência da Casa. Diante de uma informação assim formatada, o digitador está em condições de adiantar que, de fato, tirante os fatores de imponderabilidade de qualquer escrutínio, nesse a fatura estaria liquidada. Aliás, o digitador, o mundo inteiro da crônica política e uma banda da lua do setor em questão.
 
Pode parecer curioso, mas nomes de muito maior estatura como os de José Sarney (RR) ou Pedro Simon (RS) não têm, nas atuais circunstâncias, tantas probabilidades de assegurar a vitória numa peleja dessa natureza quantas as que hoje reúne Waldir Raupp. Conquanto as coisas não estejam nesse pé, ou seja, embora o parlamentar do pedaço não seja o candidato, é o que se vai procurar demonstrar – suas chances extraordinárias caso o fosse ou chegue a ser.
 
Antes, corrija-se a informação: as bolas que a “Bandnews” trocou diziam respeito ao anúncio da bancada do PMDB no sentido de que, à unanimidade, decidira-se por uma candidatura própria para disputar a presidência da Casa.
 
2 – XADREZ COMPLICADO
 
No quadro conforme o qual a semana terminou, portanto, o que se pode ler dá conta apenas de que o PMDB, segundo decidiu sua bancada, anunciou que vai ter candidato na eleição que vai definir a sucessão do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) na presidência do Senado. Quem será – se o for – o escolhido é que é o nó da questão. De tão complicado que é esse xadrez, urge que se faça uma primeira leitura desse gesto – o anúncio de que a legenda terá candidato – antepondo-se uma pergunta fundamental. Será esta, verdadeiramente, a vontade política do partido? Parece. E não há como avançar mais um passo que seja.
 
Diversamente, por exemplo, do que ocorre com o PT, cujo bloco está na rua há semanas conduzido pelo senador Tião Viana (AC). Ou seja, uma pergunta como a que se fez em relação ao PMDB é simplesmente incabível. O partido tanto quer a presidência que o seu candidato já está é em campanha. Ou seja, caso a vontade política dos senadores peemedebistas fosse, antes de qualquer coisa, o cargo em questão, ter-se-ia que, necessariamente, anunciar o nome do candidato.
 
O que já seria uma providência tardia, porquanto o escolhido já teria que sair correndo atrás do prejuízo. Em tese, porquanto além de ser a maior bancada, até as traças da Biblioteca do Senado sabem que as oposições – leia-se DEM/PSDB e ressalve-se conveniências corporativas – votarão de bom grado em um candidato com chances de impedir o PT de chegar lá.
 
Significa que, se o PMDB quisesse, de verdade, a Presidência teria lançado um nome, pois o fato de ser a maior bancada somado à circunstância de catalizar o antipetismo já garantiria ao projeto uma enorme vantagem. Enfim, querer a Presidência, claro, o PMDB quer. Mas o fato de não ter candidato indica que, antes, dá-se por satisfeito com outra coisa. Melhor dizendo, certamente coisas várias, entre as quais algumas de que provavelmente até Deus duvida. Elementar, caro leitor. Decorre das posses do patrono da candidatura petista, o presidente Lula da Silva.
 
3 – APOSTA FAVORÁVEL
 
Na condição de aliado do governo, o PMDB não tem problema, claro, para votar no candidato do governo. Só que não é assim - no estalar dos dedos. Difícil imaginar a quantidade e a natureza das demandas de senadores peemedebistas à espera de atendimento nos escaninhos do governo. E nada como uma eleição em que o governo resolve bancar um candidato para resolver essas pendências.
 
Em caso de uma eventual candidatura própria, o nome de Sarney desponta como opção natural. Desnecessário detalhar as razões que lhe conferem a estatura. O ex-presidente, no entanto, tem óbices de toda natureza – gerados, sobretudo pelos interesses que teve de contrariar como ex-presidente tanto da República como do Senado. Simon? Simon é reserva moral, ou seja, um nome apropriado para uma ocasião de crise aguda.
 
Convém não perder de vista que o que os senadores vão eleger em fevereiro é, antes de qualquer coisa, alguém que, na avaliação deles, lhes mereça a confiança para administrar a Casa em que operam. Alguém diante de quem nenhum deles se sinta intimidado, diminuído ou coisa assim na hora em que tiver de encaminhar uma demanda. Nesse ponto, neste momento, Waldir Raupp tem um cacife para lá de considerável.
 
Quem tem idéia do poder de um líder de bancada numa casa de negociações políticas intensas sabe do que se está falando. Ainda mais quando a bancada que lidera é a maior dessa casa. O que ninguém faz idéia é de quantos senadores Raupp terá atendido nestes cerca de dois anos em que está na liderança do PMDB e, destes, quantos se consideram tributários do atendimento recebido. Quem já precisou tratar de uma questão com Raupp sabe que, para ele, não há problema sem solução. O freguês pode até sair do encontro com as mãos abanando, mas jamais sem esperança.
 
O que se quer dizer, no resumo da ópera, é que se o PMDB decidir que o partido vai mesmo disputar a Presidência do Senado, pela desenvoltura com que circula hoje entre os senadores de todas as legendas, Waldir Raupp é a aposta mais favorável da agremiação. Difícil que isso aconteça. Mas se chegar a ser o caso, não tem pra ninguém.
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