POLÍTICA & MURUPI – Por Léo Ladeia

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Foto: Divulgação

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Frase do dia:
"Cassol pretende utilizar os recursos destinados à construção de um hospital em Porto Velho para Cacoal. Já que Ivo não quer beneficiar a capital, que construa um outro em Ji-Paraná ou Vilhena" – Carlos Sperança, na coluna “Sem papas na língua”. 
 
01 - Marcando terreno
A senadora Fátima Cleide desde a última campanha para governo buscou a polarização com o governador Cassol e mantém essa postura sendo uma crítica permanente à sua administração. Semana passada, a guisa de exemplo, num extenso e bem elaborado artigo, Fátima tratou da questão do Urso Branco e só pra variar, desancou o Cassol. Um pouco antes porém, aproveitando um evento nacional ligado a grupos GLBTSs, marcou o terreno, agora com relação à próxima eleição para governo ao afirmar que é candidata ao pleito. O aviso tem endereço certo – seu partido – e cria uma saia justa dentro do PT.  
 
02 - Marcando terreno II
No PT, dois nomes vinham trabalhando para cacifarem-se como opções ao governo: a senadora Fátima é o nome natural. Encerra seu mandato em 2010 e pode optar entre a reeleição ou governo. Na disputa ao senado em 2002 entrou como azarão e despachou o favorito Expedito Jr. Na eleição ao governo ficou em segundo lugar perdendo para a máquina de voto que é Cassol. Ao “Câmera 11” na semana passada, Eduardo Valverde disse “eu terei de convencer meus apoiadores de outra postulação” referindo-se à frase da Fátima “sou candidata em 2010”. Para tensionar ainda mais, Roberto Sobrinho surge das urnas de Porto Velho com força suficiente para também pleitear a vaga do Cassol.  
     
03 - Marcando terreno III
Aliado natural, Valdir Raupp aguarda o nome que vai surgir das discussões internas do PT. Tem muito tempo para decidir, muitas cartas – Marinha, Confúcio, Suely e Melki – e várias opções de jogo – PSDB, DEM, PPS e até o PR – para o caso de um improvável naufrágio da aliança com o PT. Com o escudeiro João Cahula à frente, Cassol não terá problemas para lançar-se na campanha para senador e aí, o processo de sua sucessão estará nas mãos do Raupp, também ele concorrendo ao senado e fazendo dobradinha com...? Bem, aí depende do resultado do jogo com o PT. Como se pode ver, Raupp demarcou seu terreno na eleição anterior, quando aceitou Amir Lando como candidato.  
 
04 - Troca da guarda
Ocorre dentro de pouco tempo e com as conhecidas escaramuças de sempre, a eleição da Fiero. Um ex-governador de Rondônia na eleição passada comentou: “o governador põe quem ele quiser lá”. Naquela ocasião Cassol apoiava o empresário Euzébio que, não por acaso, foi o eleito. Na recente era Lula, ensaiou-se algo contra o denominado “Cartório da Paulista”, por conta da oposição à CPMF. Vivendo de verbas do governo e em tese, submetido ao controle do TCU, o organismo cede acomoda em lugar de eleger. Como ensina o Zé de Nana, “quem aluga o traseiro, não escolhe onde senta”.
  
05 - Como se desgasta o Legislativo
Uma lei para existir, precisa de três requisitos: ser boa, justa e geral. E mais, não pode ferir a Constituição e deve prever a punição para o não cumprimento. Um departamento legislativo cuida desses detalhes. Com freqüência porém, vemos leis que não cumprem as regras. A mais recente trata dos contadores de energia, os “olhões da Ceron”. Tempo e dinheiro jogados fora, ADINs que se sucedem, segurança jurídica que se perde e, até que eu saiba, ninguém do tal departamento é advertido. As pesquisas de opinião pública têm revelado o descrédito da população com o Poder Legislativo em todos os níveis e essa profusão de casos de lei mal feitas, apenas reforçam essa posição. Mas aí? Nada?
 
06 - Correndo frouxo
Enquanto a Sesdec anuncia uma “queda na criminalidade”, a bandidagem desmente e a percepção de insegurança aumenta e o site www.rondoniagora.com traz essa matéria: “Por volta das 5h desta segunda-feira, policiais militares desarticularam uma “boca de fumo” que funcionava ao lado do 1º DP, na região central de Porto Velho. Os militares informaram que a casa vinha sendo “monitorada” havia algum tempo, devido denúncias dando conta que no local funcionava uma “boca de fumo”. Nesta madrugada, após constatarem a veracidade das denúncias, decidiram fazer a abordagem e prenderam os suspeitos.” Aí é fazer pouco da Sesdec. “Boca de fumo” ao lado da delegacia é muito...
 
07- A enésima morte de Eloá
Nenhuma novidade, nada que ainda não tivesse sido abordado mas, cabia no programa e o Fantástico da Rede Globo não se fez de rogado: matou a garota Eloá mais uma vez. Claro que os programas vespertinos de novo, ruminarão o que foi despejado pela Globo no seu rúmen. Claro também que o Congresso Nacional vai repercutir o fato através dos calorosos discursos de “ínclitos parlamentares” e quem sabe, reunião, CPI, audiência ou coisa que o valha para avaliar o procedimento da imprensa, da polícia, do pai, etc. Tudo vai dar em nada mas, a morbidez precisa do “Sensacional da Silva”, parodiando Nelson.     
 
08 - FeBeACon
Com tanta coisa grande e o Congresso se apequena. Pois não é que se depender do senador Gerson Camata, e de um certo estudo que ele vai sugerir, a obrigatoriedade do terno e gravata nas dependências do Congresso está com os dias contados? Camata quer utilizar no Congresso a experiência da ONU que, na sua sede aboliu o uso do traje para manter aparelhos de ar condicionado funcionando em temperaturas menos frias e economizar energia elétrica reduzindo a emissão de poluentes como gás carbônico. Mas, responda rápido: isso tem chance de dar certo no Congresso ou o mais provável é que surja um novo departamento cheio de cargos para fiscalizar a temperatura? Rápido.
 
09 - Sem pecado
A pregação oficial da Igreja Católica contra o uso da camisinha vem sendo desafiada por padres, freiras e leigos que atuam em pastorais e ONGs. Sem alarde, distribuem preservativos para a população vulnerável e aos soropositivos usando um material, até pouco tempo, impensável à Igreja, com textos como: "Use camisinha em toda relação sexual, seja ela vaginal, anal, ou oral. Reduza o número de parceiros (as) sexuais". Para o secretário-geral da CNBB há áreas em que, se o religioso não participar, pode pecar por omissão: “Possivelmente esses padres querem dar sua contribuição. É um sinal de que o católico não está alheio a esse problema”, disse. Por mim já estão absolvidos.
 
10 - Discreta desenvoltura
Com o cuidado de quem atravessa o campo minado, Raupp se permitiu uma folga de Brasília mas, o telefone não parou de tocar. Na delicada posição de dar sustentação a Tião Viana na presidência do Senado com ele próprio na vice, tendo que administrar o veto de Renan e Sarney e de manter-se como líder da bancada em caso de insucesso na tentativa, Raupp avança nas conversas e já conseguiu um tento. A trégua entre PT e PMDB para aliviar a pressão no Senado, enquanto se viabiliza o acordo na Câmara para a eleição do Temer. Raupp respira e transpira política 24 horas por dia e cresce muito.
 
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