Política em Três Tempos - por Paulo Queiroz

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Foto: Divulgação

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1 – NOVO JORNAL Conquanto o leitor comum possa não ter percebido, quem é do meio – ou seja, o profissional de imprensa do pedaço – já deverá ter notado que há um novo jornal diário impresso na praça, não obstante os títulos locais permanecerem inalterados. Fala-se, leitor, da “Folha de Rondônia”, cuja edição que está nas bancas é completamente diferente das edições da mesmíssima publicação que circularam até o final de março passado. De lá para cá, o jornal “Folha de Rondônia” passou por tantas mudanças, melhorou tanto – quer em seus conteúdos ou na programação visual – que quem quer que se dê ao trabalho de comparar um exemplar anterior a março com uma das atuais edições constatará que a publicação que circula agora configura praticamente outro jornal, inteiramente diverso daquele que circulou nos três primeiros meses do ano. A explicação reside no fato de que, naqueles idos, o empresário Ayres do Amaral levou a termo a decisão de retomar a direção da empresa “Folha de Rondônia”, que há tempos andava sendo administrada pela NDA Comunicação Integrada Ltda, do marqueteiro Jarí Luis de Moraes, a mesma empresa que administra a conta de publicidade do Governo do Estado de Rondônia. Não se sabe o que deu na telha dos marqueteiros governamentais para acreditar que sabiam fazer jornal. Repare o leitor que não se discute o trabalho de Jarí Luis e seus comandados no setor da publicidade oficial do Palácio Presidente Vargas. Aliás, nesse particular, seu atual inquilino deve o segundo mandato, em grande parte, à regularidade do trabalho da NDA, que sem ser espetaculoso, tem resultado sempre em mensagens de fácil assimilação e qualidade irrepreensível. Mas isso são outros quinhentos. Quanto a fazer jornal, pobre “Folha de Rondônia!” Raciocinando por hipótese e lançando mão de algum exagero, não é difícil prognosticar que, caso a publicação permanecesse por mais uns seis meses naquela pisada, sendo produzido praticamente a toque de caixa, não ia sobrar jornal nem para enrolar sabão. 2 – COLUNAS POLÍTICAS Felizmente, para alívio dos aficionados nesse tipo de comunicação, hoje se percebe claramente que o jornal – ao menos em termos do produto que está indo às bancas – tirou o pé da cova e está mais atraente e mais vigoroso do que jamais esteve. Mas não deve ter sido fácil. Tanto assim o é que o eventual fato de o grande público não ter observado a mudança deve-se à circunstância dela ter sido operada lenta, gradual e cuidadosamente. Nas primeiras semanas, sob a orientação do jornalista Sérgio Pires, que acabara de completar a sua permanência frente ao Departamento de Comunicação (Decom) do Governo estadual e retomara o comando da coluna “Primeira Mão”, o que já significou uma boa demão na tarefa de soerguimento da publicação. É também dessa fase a decisão de ressuscitar outro excelente espaço do jornal, a coluna “Resenha Política”, do jornalista Robson Oliveira, outro profissional que, como Pires, igualmente já fora responsável pela comunicação governamental na condição de secretário de Estado (no seu período, a área tinha status de Secretaria), já passara pela casa e também voltou às paginas com gosto de gás. Com a dupla, como fica claro, a “Folha de Rondônia” passou a oferecer a mais completa, leve e digestiva cobertura da política local, posto que construída a partir de notas curtas (poucas palavras, muita informação) redigidas por jornalistas com acesso privilegiado às melhores fontes do setor. Não bastasse a Pires e a Oliveira terem transitado pelo posto de observação mais exclusivo e abrangente da vida política estadual, cada um deles serviu sob lideranças de grupos antagônicos, o que confere às suas colunas uma feição de complementaridade em relação ao espectro da cobertura. Decididamente, nenhum rondoniense pode dizer que está bem informado sobre a política local se não incluir entre seus hábitos a leitura destes dois espaços. Enfim, conquanto se tenha tentado outras experiências, a informação política é que resultou bem resolvida nesta 1ª primeira fase. 3 – PULO DO GATO Chegou o mês de junho e com ele retornou ao empreendimento o jornalista Waldir Costa, nada menos que o profissional a quem se deve o primeiro projeto editorial da publicação – que, por sinal, no dia 14 próximo, estará completando oito anos de idade. Houve quem duvidasse da sanidade dos proprietários da empresa, porquanto Costa vinha de dois projetos malogrados – as tentativas de emplacar o primeiro tablóide diário do pedaço, intitulado “Diário do Povo”, e de recuperar o cambaleante “Alto Madeira”. A falha do vaticínio foi deixar de considerar que o jornalista, junto com Emir Sfair (falecido), também foi responsável por um dos mais bem sucedidos empreendimentos do setor no pedaço, o “Diário da Amazônia”, experiência que somada com a implantação da própria “Folha de Rondônia” lhe confere um “handicap” dos mais singulares: ou seja, em termos de jornal, Waldir Costa tanto sabe como fazê-los como também sabe como não fazê-los. O fato é que, com sua intervenção, o jornal deu o pulo do gato em termos de produto gráfico visualmente moderno e atraente, além de funcional em termos da distribuição e organização dos seus conteúdos. Para chegar lá, livrou o jornal de anacronismos e maneirismos – como as colunas de representantes do interior e foto de mulher bonita na circunspeta 2ª Página -, além de reforçar a editoria política com a aquisição da coluna do Cláudio Humberto, de âmbito nacional. Enfim, o trabalho completado por Waldir Costa na “Folha de Rondônia” repõe os pingos nos “is”, reiterando que o objetivo do jornalismo é a informação e o da publicidade é bem outro - aí incluídos negócios, promoção institucional e culto à personalidade. Nada obsta. O problema começa quando misturam jornalismo com publicidade ou fazem de veículos jornalísticos estandartes de propaganda. Quando isso acontece, o que se vê – como anotou Fabiana Amaral (Canal da Imprensa) - é um desrespeito ao público, que paga para obter informação e jornalismo e, no lugar, recebe coação publicitária. 1 – NOVO JORNAL Conquanto o leitor comum possa não ter percebido, quem é do meio – ou seja, o profissional de imprensa do pedaço – já deverá ter notado que há um novo jornal diário impresso na praça, não obstante os títulos locais permanecerem inalterados. Fala-se, leitor, da “Folha de Rondônia”, cuja edição que está nas bancas é completamente diferente das edições da mesmíssima publicação que circularam até o final de março passado. De lá para cá, o jornal “Folha de Rondônia” passou por tantas mudanças, melhorou tanto – quer em seus conteúdos ou na programação visual – que quem quer que se dê ao trabalho de comparar um exemplar anterior a março com uma das atuais edições constatará que a publicação que circula agora configura praticamente outro jornal, inteiramente diverso daquele que circulou nos três primeiros meses do ano. A explicação reside no fato de que, naqueles idos, o empresário Ayres do Amaral levou a termo a decisão de retomar a direção da empresa “Folha de Rondônia”, que há tempos andava sendo administrada pela NDA Comunicação Integrada Ltda, do marqueteiro Jarí Luis de Moraes, a mesma empresa que administra a conta de publicidade do Governo do Estado de Rondônia. Não se sabe o que deu na telha dos marqueteiros governamentais para acreditar que sabiam fazer jornal. Repare o leitor que não se discute o trabalho de Jarí Luis e seus comandados no setor da publicidade oficial do Palácio Presidente Vargas. Aliás, nesse particular, seu atual inquilino deve o segundo mandato, em grande parte, à regularidade do trabalho da NDA, que sem ser espetaculoso, tem resultado sempre em mensagens de fácil assimilação e qualidade irrepreensível. Mas isso são outros quinhentos. Quanto a fazer jornal, pobre “Folha de Rondônia!” Raciocinando por hipótese e lançando mão de algum exagero, não é difícil prognosticar que, caso a publicação permanecesse por mais uns seis meses naquela pisada, sendo produzido praticamente a toque de caixa, não ia sobrar jornal nem para enrolar sabão. 2 – COLUNAS POLÍTICAS Felizmente, para alívio dos aficionados nesse tipo de comunicação, hoje se percebe claramente que o jornal – ao menos em termos do produto que está indo às bancas – tirou o pé da cova e está mais atraente e mais vigoroso do que jamais esteve. Mas não deve ter sido fácil. Tanto assim o é que o eventual fato de o grande público não ter observado a mudança deve-se à circunstância dela ter sido operada lenta, gradual e cuidadosamente. Nas primeiras semanas, sob a orientação do jornalista Sérgio Pires, que acabara de completar a sua permanência frente ao Departamento de Comunicação (Decom) do Governo estadual e retomara o comando da coluna “Primeira Mão”, o que já significou uma boa demão na tarefa de soerguimento da publicação. É também dessa fase a decisão de ressuscitar outro excelente espaço do jornal, a coluna “Resenha Política”, do jornalista Robson Oliveira, outro profissional que, como Pires, igualmente já fora responsável pela comunicação governamental na condição de secretário de Estado (no seu período, a área tinha status de Secretaria), já passara pela casa e também voltou às paginas com gosto de gás. Com a dupla, como fica claro, a “Folha de Rondônia” passou a oferecer a mais completa, leve e digestiva cobertura da política local, posto que construída a partir de notas curtas (poucas palavras, muita informação) redigidas por jornalistas com acesso privilegiado às melhores fontes do setor. Não bastasse a Pires e a Oliveira terem transitado pelo posto de observação mais exclusivo e abrangente da vida política estadual, cada um deles serviu sob lideranças de grupos antagônicos, o que confere às suas colunas uma feição de complementaridade em relação ao espectro da cobertura. Decididamente, nenhum rondoniense pode dizer que está bem informado sobre a política local se não incluir entre seus hábitos a leitura destes dois espaços. Enfim, conquanto se tenha tentado outras experiências, a informação política é que resultou bem resolvida nesta 1ª primeira fase. 3 – PULO DO GATO Chegou o mês de junho e com ele retornou ao empreendimento o jornalista Waldir Costa, nada menos que o profissional a quem se deve o primeiro projeto editorial da publicação – que, por sinal, no dia 14 próximo, estará completando oito anos de idade. Houve quem duvidasse da sanidade dos proprietários da empresa, porquanto Costa vinha de dois projetos malogrados – as tentativas de emplacar o primeiro tablóide diário do pedaço, intitulado “Diário do Povo”, e de recuperar o cambaleante “Alto Madeira”. A falha do vaticínio foi deixar de considerar que o jornalista, junto com Emir Sfair (falecido), também foi responsável por um dos mais bem sucedidos empreendimentos do setor no pedaço, o “Diário da Amazônia”, experiência que somada com a implantação da própria “Folha de Rondônia” lhe confere um “handicap” dos mais singulares: ou seja, em termos de jornal, Waldir Costa tanto sabe como fazê-los como também sabe como não fazê-los. O fato é que, com sua intervenção, o jornal deu o pulo do gato em termos de produto gráfico visualmente moderno e atraente, além de funcional em termos da distribuição e organização dos seus conteúdos. Para chegar lá, livrou o jornal de anacronismos e maneirismos – como as colunas de representantes do interior e foto de mulher bonita na circunspeta 2ª Página -, além de reforçar a editoria política com a aquisição da coluna do Cláudio Humberto, de âmbito nacional. Enfim, o trabalho completado por Waldir Costa na “Folha de Rondônia” repõe os pingos nos “is”, reiterando que o objetivo do jornalismo é a informação e o da publicidade é bem outro - aí incluídos negócios, promoção institucional e culto à personalidade. Nada obsta. O problema começa quando misturam jornalismo com publicidade ou fazem de veículos jornalísticos estandartes de propaganda. Quando isso acontece, o que se vê – como anotou Fabiana Amaral (Canal da Imprensa) - é um desrespeito ao público, que paga para obter informação e jornalismo e, no lugar, recebe coação publicitária.
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