Política em Três Tempos - Por Paulo Queiroz

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Foto: Divulgação

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1 – IMPRENSA LIVRE? Pela enxurrada de baboseiras que se andou publicando no Brasil sobre a decisão do presidente venezuelano Hugo Chávez no sentido de não renovar a licença do canal de TV Radio Caracas Televisión (RCTV), dir-se-ia que a liberdade de imprensa na Venezuela está para lá de liquidada. Aliás, toda a prosopopéia produzida pela imprensa tapuia nesse sentido parece ter sido ideologicamente manipulada para tentar reproduzir exatamente o discurso segundo o qual o regime venezuelano sob Chávez não passa de uma ditadura onde as liberdades – entre as quais (e principalmente) a de imprensa - são sistematicamente violentadas. Bem ao contrário do Brasil, onde impera a democracia e a imprensa é a mais livre do continente – quiçá do planeta. Pois bem. Uma pesquisa encomendada pelo Serviço Mundial da BBC aponta que os venezuelanos acreditam mais do que os brasileiros na liberdade da mídia em seu país para cobrir os fatos de forma "precisa, verdadeira e imparcial". Entre os venezuelanos, 63% disseram acreditar na liberdade da imprensa local. Entre os brasileiros, esse percentual cai para 52%. O índice venezuelano também é maior do que a média geral obtida nos 14 países pesquisados (56%). O estudo sobre liberdade de imprensa, que avaliou a opinião de 11 mil 344 pessoas por meio de um questionário, foi divulgado no final do ano passsdo como parte das comemorações do 75º aniversário do Serviço Mundial da BBC. O estudo da BBC apontou que os venezuelanos "são um dos maiores defensores da liberdade de imprensa e têm uma visão positiva sobre a liberdade que os órgãos de comunicação gozam no país para cobrir notícias de forma precisa, verdadeira e imparcial". "A percepção dos venezuelanos sobre o desempenho da mídia é consideravelmente mais positiva do que em outros países da América Latina", afirma o relatório, que mostrou que 42% dos venezuelanos consideram "bom" o trabalho dos órgãos de comunicação controlados pelo governo, enquanto que no Brasil e no México este índice foi de 25%. 2 – CENSURA NECESSÁRIA? Na avaliação da pesquisa, a opinião mundial está dividida sobre a "liberdade de imprensa e estabilidade social". O questionário apresentou duas afirmações aos entrevistados e pediu que eles disessem qual é que se aproximava mais de sua visão. A primeira dizia que a liberdade de imprensa "para relatar as notícias de maneira verdadeira é muito importante para assegurar que se viva em uma sociedade justa, mesmo que em alguns momentos (as notícias) levem a debates desconfortáveis e efervescência social". A segunda afirmação dizia que "enquanto a liberdade de imprensa para relatar os fatos de forma verdade é importante, a harmonia social e a paz são mais importantes, o que em algumas vezes significa controlar o que é noticiado pelo bem comum". Os resultados mostraram que 56% dos entrevistados se identificaram com a primeira afirmação, que destaca a importância da liberdade de imprensa. Outros 40% preferiram a afirmação que destacou a harmonia social. Os restantes 4% ou não souberam ou não quiseram responder. O estudo observa que nos países em que as pessoas optaram mais pela afirmação que destaca a liberdade de imprensa, também foi verificada uma visão mais crítica sobre a isenção dos meios de comunicação. Foi este o caso na Alemanha, Estados Unidos e Grã-Bretanha, onde os entrevistados fizeram avaliações relativamente baixas sobre o desempenho da mídia em seus países quanto à precisão e honestidade. Além do grau de liberdade de imprensa nos países e a questão entre liberdade versus estabilidade, comparou-se ainda o desempenho do trabalho dos órgãos de comunicação públicos e privados, a preocupação sobre a crescente concentração das empresas de comunicação e o desejo de participação popular nos debates sobre o que é divulgado na imprensa. A pesquisa ouviu os entrevistados entre outubro e novembro. A Oceania foi o único continente não incluído no levantamento. O trabalho foi divulgado como parte das comemorações do 75º aniversário do Serviço Mundial da BBC. 3 – SOCIEDADE JUSTA? Entre todos os pesquisados, os americanos (70%), britânicos (67%) e alemães (67%) foram os que mais opinaram a favor da liberdade de imprensa para garantir uma sociedade justa. A sondagem mostrou, no entanto, que ao mesmo tempo em que são os mais preocupados com o controle e a concentração privada na mídia, os brasileiros também fazem a pior avaliação sobre o desempenho dos meios de comunicação financiados pelo governo. Nessa parte do questionário foi considerada a opinião das pessoas em relação à “honestidade” e à “precisão” com que os órgãos de comunicação, públicos e privados, tratam a notícia. De acordo com o estudo, 43% dos entrevistados acreditam que a cobertura do noticiário pelos órgãos públicos brasileiros é “pobre”; 32%, mediana; e 25% dizem que ela é “boa”. Em contrapartida, os brasileiros tiveram uma opinião mais positiva quando foram indagados sobre o desempenho das empresas privadas: 37% acreditam que elas fazem um “bom” trabalho, 38% afirmam que ela é mediana e 25% dizem que sua atuação é “pobre”. Os brasileiros também se mostraram os mais interessados em participar do processo de decisão sobre o que é noticiado: 74% dos entrevistados disseram que gostariam de “ser ouvidos” na escolha das notícias. Em seguida vieram os mexicanos, com 63%. Os russos, com 29%, foram os entrevistados que se mostraram menos interessados em influenciar na escolha do que é noticiado. A pesquisa ainda avaliou que os brasileiros parecem “divididos” sobre a questão da liberdade de imprensa e estabilidade social. Enquanto 52% opinaram que a liberdade para informar os fatos de forma honesta e verdadeira é importante para garantir uma “sociedade justa” – mesmo que isto implique em “debates desagradáveis ou efervescências sociais” –, outros 48% acreditam que “a harmonia e a paz social são mais importantes” e, portanto, o eventual controle do que é noticiado seria aceitável para o “bem comum”. O que explica, em parte, certo apoio à censura durante a ditadura. Vade retro!
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