O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), admitiu nesta segunda-feira (10) que a votação da proposta de prorrogação da CPMF até 2011, marcada para esta terça-feira (11), pode ser adiada.
"Nós estamos trabalhando para esta terça-feira. Mas para ganhar, eu tenho que ter 49 votos. É preciso ter 49 senadores em plenário dispostos a votar favoravelmente à matéria. Se tivermos ausências, podemos adiar por um ou dois dias", disse Jucá.
O argumento para o adiamento da votação seria a eventual ausência no plenário da senadora Roseana Sarney (PMDB-MA). Ela quebrou o pulso no final da semana passada e foi submetida a uma cirurgia, podendo estar ausente em plenário na votação da CPMF.
Jucá, no entanto, avalia que a probabilidade maior é de que a votação aconteça nesta terça. O líder governista visitará Roseana Sarney no Hospital Sarah Kubitschek, onde está internada, na tarde desta segunda-feira, para avaliar o quadro clínico da líder do governo no Congresso. “Vai depender da Roseana. Todos os votos são decisivos. Não podemos descartar nenhum voto”, explicou.
A senadora está imobilizada por conta da gravidade da lesão, que resultou na colocação de três pinos em seu pulso.
A votação da CPMF em primeiro turno estava prevista, inicialmente, para quinta-feira da semana passada, no entanto, o governo se ausentou do plenário, já que temia a derrota e o sepultamento da prorrogação da cobrança do tributo.
Oposição
Enquanto isso, os partidos de oposição prosseguem confiantes de que o governo não tem os 49 votos para aprovar a proposta de prorrogação da CPMF até 2011. A votação está prevista para esta terça-feira (11) e é a mais importante para o Palácio do Planalto no Congresso em 2007.
Nesta manhã, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), e o líder do partido no Senado, Arthur Virgílio (AM), refizeram os cálculos e concluíram que a bancada de 13 parlamentares permanece unida contra a prorrogação do tributo. “Estamos fechados. Os 13 senadores devem votar contra a CPMF”, garantiu Sérgio Guerra.
Na contabilidade tucana, que vai além da própria bancada, o Planalto perderia caso a disputa no plenário ocorresse nesta segunda-feira. O presidente do PSDB avalia que, entre os dissidentes da base aliada, algumas posições contra o tributo são "muito consistentes". É o caso dos senadores Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), César Borges (PR-BA) e Romeu Tuma (PTB-SP).
Além dos "rebeldes" da base (cerca de oito parlamentares), o governo descarta o voto do presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), que presidirá a sessão e, portanto, não vota.
Pressão
O presidente tucano deve se reunir nesta segunda-feira, em São Paulo, com o governador José Serra (PSDB), favorável à prorrogação do tributo. O encontro, no entanto, está ameaçado. “Ainda não consegui um vôo. Se conseguir, devo dar uma passada por lá antes de chegar a Brasília”, informou Guerra.
José Serra pode fazer um último, e decisivo, movimento para tentar convencer a bancada tucana a votar favoravelmente à CPMF.
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