Política em Três Tempos - Por Paulo Queiroz

Política em Três Tempos - Por Paulo Queiroz

Política em Três Tempos - Por Paulo Queiroz

Foto: Divulgação

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

1 – CORRUPÇÃO A GRANEL Não bastasse o cotidiano desolador – com as chantagens partidárias, os mensalões mineiros e a fúria tributária do governo ocupando o topo do noticiário -, a semana que passou foi particularmente pródiga na conclusão e na divulgação de pesquisas que deixaram a auto-estima nacional mais baixa do que rodapé de casa de brinquedo. Bem verdade que a maioria dos números não chega a ser novidade alguma, mas a gente sempre espera que, de um ano para outro, caso a situação não melhore, as coisas no mínimo fiquem menos horripilantes. Mas não. No sertão nordestino as gentes daquele lugar diriam que, no Brasil, a realidade se comporta como a cantiga da perua, ou seja, de “pió” a “pió”. Tal foi o caso da nova sondagem da Transparência Internacional (TI) que resultou na lista atualizada do ranking da corrupção. Não, minha senhora, em que pesem os patamares ligeiramente diferentes sugerirem isso, o país não melhorou piroca nenhuma em termos de maus costumes. Senão, vejamos: neste ano, o Brasil é o 72º colocado numa fila recorde de 180 participantes (que situa os países tidos como menos corruptos nas primeiras posições, e os considerados mais corruptos nas últimas), tendo sido laureado com a nota 3,5 numa tabela que vai de 10 (para países absolutamente sem corrupção) até zero (países onde todo mundo é ladrão). Conste que, desde que o índice começou a ser medido, em 1995, não há registro de que a nota 10 tenha sido alcançada por algum país. Como no ano passado o Brasil estava em 70º e tinha nota 3,3, parece haver uma contradição no fato de a nação ter sido rebaixada dois degraus no atual arranjo. Ocorre que, no que diz respeito às notas, a margem de erro é de três pontos para baixo e cinco pontos para cima (critério da metodologia lá deles), caso em que os 0,2 que o país obteve a mais de um ano para o outro significa nada. Ademais, neste ano 17 novos países foram acrescentados ao universo da pesquisa, quatro dos quais menos corruptos do que a pátria amada. Deu no que deu. 2 – LADROAGEM ESTÁVEL Embora não seja o caso de dizer que de uma coisa podemos nos orgulhar, chega a impressionar a regularidade com que o Brasil se mantêm na mesma faixa de corrupção há mais de uma década. Basta dizer que entre a pior nota atribuída ao país (3,3) e a melhor (4,0) a diferença de 0,7 ao longo desses anos todos ainda está dentro da margem de erro, o que, grosso modo, significa que a quantidade de ladrões existente no país é muito mais estável do que qualquer outro índice da economia. Os especialistas, no entanto, discordam. Segundo Bruno Speck, assessor sênior da TI para a América Latina, a colocação do Brasil “piora tendencialmente, porque a cada ano entram mais países no ranking, uns com melhor colocação e outros com pior”. A coluna não sabe explicar bem o que isso quer dizer, mas está em condições de afirmar que o professor Speck sabe o que diz. Com toda certeza, por essas e por outras é que nos chega a notícia de que a corrupção e a violência são os itens que mais envergonham os brasileiros. Ë o que revela outra pesquisa, esta do Instituto Sensus, encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada nesta terça-feira (26). Realizada entre 18 e 22 de junho, a pesquisa ouviu 2 mil pessoas em 136 municípios de todo o país. Para 41,3% dos entrevistados, a corrupção é o principal motivo de vergonha. A violência aparece em seguida, tendo sido citada por 17,1%. A pobreza foi apontada por 12,7%. Os dados mostram ainda que, para 76,1% dos entrevistados, a violência e a criminalidade estão fora de controle no país. Isso representa aumento de 4,6 pontos percentuais em relação a dezembro de 2004. Para 18,7%, a violência está razoavelmente controlada e apenas 3,7% disseram que está sob controle. Assaltos, em casa ou na rua, e o tráfico de drogas são as principais ameaças para 38,4% e 31,7% dos entrevistados, respectivamente. Estupro (9%) e seqüestro (7%) vêm em seguida. Segundo o levantamento, 31,6% disseram morar em cidades muito violentas. Durma-se! 3 – LULA AO LARGO Enquanto isso, aquele lá não está nem aí. Pudera! Curiosamente o desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem aprovação superior à do governo que ele comanda. De acordo com o levantamento, 64% dos entrevistados aprovam o presidente Lula e 29,8% o desaprovam. Na pesquisa anterior, a aprovação pessoal de Lula era de 63,7% e a desaprovação, de 28,2%. A avaliação positiva do governo Lula ficou em 47,5% em junho, estável em relação ao levantamento de abril, quando havia sido de 49,5%. A variação negativa está dentro da margem de erro da pesquisa, de três pontos percentuais para mais ou para menos. Fazer o quê? No entanto, enquanto “Nosso Guia” cavalgava números tão robustos dando uma de mascate dos biocombustíveis mundo afora, por aqui uma 3ª pesquisa, agora da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), divulgada nesta quinta-feira (27), mostrou que apenas 16% dos brasileiros confiam nos partidos políticos e menos ainda (só 11%) acreditam nos políticos propriamente ditos. Não por acaso a pesquisa indica também que 79,8% discordam do foro privilegiado para pessoas que ocupam cargos públicos, como previsto atualmente na lei brasileira. A pesquisa mostra ainda que entre os políticos, o nível local de decisões tem mais credibilidade do que a esfera nacional: 18,9% dos entrevistados disseram confiar na Câmara dos Vereadores, enquanto o Senado tem a confiança de 14,6%, e 12,5% confiam na Câmara dos Deputados. E como a demonstrar que nem tudo está perdido, o estudo mostra que 85% acreditam que a corrupção pode ser combatida, e 94,3% acham que um político processado na Justiça não deveria poder concorrer às eleições. As questões sobre Justiça também revelam uma confiança maior no âmbito local. Na pergunta sobre qual tribunal é mais confiável, o de Pequenas Causas aparece em primeiro lugar, com 23,6% das respostas. O STF teve 20,5%, a Justiça do Trabalho 19,2% e a Justiça Eleitoral 10,6%. O Poder Judiciário de um modo geral tem a confiança de 41,8%. É isso!
Direito ao esquecimento

A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.

Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Na sua opinião, qual companhia aérea que atende Rondônia presta o pior serviço?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS