À espera da lei, sem sordidez - por Montezuma Cruz

À espera da lei, sem sordidez - por Montezuma Cruz

À espera da lei, sem sordidez -  por Montezuma Cruz

Foto: Divulgação

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

*Na antevéspera da decisão sobre a autorização para a exploração de minérios em terras indígenas, percebe-se nas salas do Congresso Nacional a boa vontade de alguns e a marcha do lobby silencioso de grupos internacionais, contrabandistas e associados. *A sociedade sabe de cor que índios e brancos têm direitos soberanos ao minério no subsolo. Resta definir o percentual de cada um, regras para a comercialização e, sobretudo, decência nos negócios. *O que vemos, 30 anos depois de o Projeto Radam ter mostrado ao mundo o maior e mais detalhado estudo a respeito das potencialidades minerais amazônicas? Chegamos à extrema necessidade de clareza nas negociações. Não há mais espaço para jogadas sórdidas de espertalhões, nem dos donos da verdade — é preciso que seja assim. A batata é muito quente. Nada de privilégios para ONGs, multis, governos. Cada um deve ter o seu quinhão na hora certa, principalmente, o índio. *Atualmente, a lei diz que a União, detentora dos bens minerais, concede aos índios o uso da terra e pode permitir em caso de mineração — nunca de garimpos — a destinação de royalties às tribos. Royaltie é a compensação por área explorada — de minério, produção de energia elétrica etc. *Aos índios, portanto, mediante acordos que se fariam pelo governo brasileiro com empresas mineradoras idôneas, deve-se somar a inseparável garantia da Polícia Federal e do Ministério Público. É preciso não apenas ousadia, mas honestidade, para se cumprir a lei nos confins amazônicos — de onde tudo sai e onde o contrabando de diamantes vem ocorrendo desde a colonização do Aripuanã e do Roosevelt, nos anos de 1970. *Ao mesmo tempo em que se respeita o direito dos índios, também devem ser respeitados os direitos consagrados de empresas sérias, cujo investimento em processos no DNPM não pode ser relegado à gaveta. Para o bem de todos, convém respeitar a titularidade e, conseqüentemente, o direito de prioridade desses processos, desde que corretos. *Se, na pior das hipóteses, isso deixar de ocorrer, inevitavelmente as empresas procurarão o Poder Judiciário para garantir seus direitos. Certamente, ganharão. E o governo se sentirá, uma vez mais, amarrado. Os índios continuarão na miséria, amparados por órgãos falidos, sem recursos humanos — leia-se: não há mais sertanistas como antigamente — e não vão gostar nem um pouco do desfecho disso tudo. Andam bem saturados dos “jucás” de cada estado amazônico, com justa razão. *No que se trata do ponto de vista social, na regulamentação pretendida neste semestre pelo governo com os congressistas, os índios não podem ficar privados de receber seus royalties — a exemplo da Austrália, Estados Unidos, Canadá —, e devem ser contemplados com a melhoria dos seus padrões de educação e saúde. Padrões mesmo, porque, se antes eram saudáveis, hoje têm as doenças do branco. Faz falta Darcy Ribeiro para mostrar ao governo a realidade que se teima em ocultar. *Quem acredita na tal regulamentação em ano eleitoral? Nada de apostas! Melhor fazer cobranças. Todos sabem o endereço dos congressistas. Vamos agir e cobrar em miúdos. *O autor trabalha no "Jornal de Brasília", é editor de Conteúdo da KaxiANA — Agência de Notícias da Amazônia —em Brasília e nosso colaborador
Direito ao esquecimento

A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.

Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Na sua opinião, qual companhia aérea que atende Rondônia presta o pior serviço?
Você ainda lê jornal impresso?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS