Polícia investiga denúncia de estupro coletivo de adolescente em festa junina

Polícia investiga denúncia de estupro coletivo de adolescente em festa junina

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Foto: Divulgação

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A Polícia Civil investiga o suposto estupro coletivo de uma menina de 13 anos em uma festa junina na Paróquia Imaculado Coração de Maria, no Park Way, área nobre do Distrito Federal. O caso aconteceu na última sexta-feira (3/6), mas só chegou ao conhecimento das autoridades policiais nesta terça (7/6). A vítima teria sido dopada por outros três colegas, também adolescentes, e acordou na casa de uma amiga que contou o ocorrido.

A denúncia veio à tona após um médico que atendeu a família denunciar o caso nas redes sociais sem citar o nome dos envolvidos. Ele contou, em uma postagem que teve mais de 3.280 compartilhamentos, que atendeu a menina e o pai às 5h do dia seguinte. Na história, há discrepâncias enquanto a idade da garota, que é descrita como tendo 11 anos. O profissional relatou o choque que sentiu ao se deparar com a história.

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“Ontem por volta das 17h uma garota de onze anos (onze anos!) estava numa festa com colegas de escola. Sem se dar conta, foi intoxicada com o flunitrazepam e repetidamente estuprada. Eu, sonolento, de cabelo bagunçado, por volta das 5h da manhã de hoje, no meu plantão fazendo um trabalho muitas vezes repetitivo que é o de pronto-socorro pediátrico. Nossas histórias se cruzam”, recordou.

O profissional continua com o relato. Ele conta que tentou se lembrar dos procedimentos técnicos para atender o caso, mas que a teoria não era suficiente para lidar com o problema. “Percebo que na prática eu precisava de mais informações pra fazer aquele atendimento bem-feito. Precisava de muito mais que o protocolo médico me ensina. A teoria foi pouco. Precisava achar uma palavra de consolo pra dizer. Amor, esperança, sei lá. Precisava dizer algo positivo para aquela criança”, postou.

Posteriormente à consulta, a direção da escola onde a vítima estudava tomou conhecimento do fato ao conversar com os parentes dela. Só então o caso foi registrado na Delegacia da Criança e do Adolescente de Taguatinga (DCA II). A vítima teria tomado, sem saber, a droga Rohypnol, e não se lembra do que aconteceu.

Uma amiga que estava com a adolescente abusada relatou aos policiais que elas bebiam e um grupo de estudantes de outro colégio se juntou a elas. A vítima, por sua vez, contou que bebia e, em um dado momento, perdeu os sentidos e não se lembra mais de nada. Ela teria ingerido, sem saber, a droga Rohypnol, a mesma usada no golpe conhecido como “boa noite Cinderela”.

Consta na ocorrência que, quando a menina acordou, ouviu da amiga que os jovens que se misturaram ao grupo delas, colocaram drogas na bebida para deixá-la dopada e, assim “praticarem ato libidinoso com a vítima”. Após o Rohypnol fazer efeito, eles teriam passado as mãos nas partes íntimas da garota.  

Responsável pela paróquia, o Diácono Abraão Neto se disse surpreso com a situação e garante que a ação não ocorreu dentro da igreja. “Na festa não tem como isso ter existido.  Tínhamos seguranças contratados, duas viaturas da polícia militar e até o Departamento de Estradas e Rodagens que fazia o controle do trânsito, é inviável que ninguém tenha visto”, afirmou. Ele alega que nenhum comunicado oficial chegou a ele, mas que está a disposição para contribuir com as investigações.  

Confira, na íntegra, a postagem do médico:

“Rohypnol, rupinol, flunitrazepam, boa-noite-cinderela. O famigerado “roofie”, pra quem já assistiu ao filme The Hangover (Se Beber Não Case). É um medicamento benzodiazepínico, potente indutor do sono, relaxante muscular, que gera amnésia. Frequentemente traficado para uso ilegal.

Ontem por volta das 17h uma garota de onze anos (onze anos!) estava numa festa com colegas de escola. Sem se dar conta, foi intoxicada com o flunitrazepam e repetidamente estuprada.

Eu, sonolento, de cabelo bagunçado, por volta das 5h da manhã de hoje, no meu plantão fazendo um trabalho muitas vezes repetitivo que é o de pronto-socorro pediátrico. Nossas histórias se cruzam.

Entram na minha sala um senhor numa cadeira de rodas – o pai – e a tal menina. Ouço a história. A infectologia me ensinou toda a teoria que eu precisava saber pra realizar tal atendimento. Enquanto o pai relata o ocorrido, calmamente e sem muitos detalhes, eu começo a vasculhar a minha mente sonolenta em busca de informações úteis. HIV, hepatite B, doenças, gravidez. Gravidez! Numa menina de onze anos! Percebo que na prática eu precisava de mais informações pra fazer aquele atendimento bem-feito. Precisava de muito mais que o protocolo médico me ensina. A teoria foi pouco. Precisava achar uma palavra de consolo pra dizer. Amor, esperança, sei lá. Precisava dizer algo positivo para aquela criança (sim, criança).

O que a minha mente exaurida encontrou pra dizer foi apenas que ela nunca deixasse que ninguém a fizesse acreditar que a culpa era dela. A culpa é do praticante do estupro, não da vítima. Nunca da vítima. Foi isso que eu disse.

Por algum motivo naquela hora também me veio à cabeça o projeto de lei que tramita no nosso estimado congresso, de autoria da nossa estimada bancada religiosa, composta por homens de bem, que limita o atendimento de vítimas de estupro pelo SUS.

É, minha amiga. Ajudei-te no que pude e consegui. Sei que o que fiz foi muito pouco. Você hoje viveu, cedo demais, o pior aspecto que se pode imaginar em ser mulher. Tenha força. Pode até ser que você não engravide, ou pegue AIDS, mas você vai carregar esse dia nas costas pelo resto da vida. Tenha força.

Quanto a mim, eu terminei o atendimento, fechei a porta do consultório e chorei como há muito não fazia. E fui pra casa escutando Beatles no último volume, pra tentar lembrar que ainda existe amor no mundo.”

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