Libertado nesta manhã, ele concedeu a entrevista em primeira mão, colocando suas posições sobre os fatos que culminaram com a sua prisão. Ele classificou a operação policial como “espalhafatosa e midiática”.
Foto: Divulgação
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O secretário estadual de Finanças (Sefin), Gilvan Ramos, que ficou cinco dias preso, após a deflagração da Operação Plateias, na semana passada, foi o entrevistado desta terça-feira (25) do programa A Voz do Povo, na rádio Cultura FM 107,9 apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá.
Libertado nesta manhã, ele concedeu a entrevista em primeira mão, colocando suas posições sobre os fatos que culminaram com a sua prisão. Ele classificou a operação policial como “espalhafatosa e midiática”.
Gilvan abriu a entrevista falando sobre sua versão. “Eu exerci o cargo de secretário de Saúde estadual por oito meses e seis dias. Essa investigação é desse período. Por três itens, foi pedida a minha prisão: alimentação hospitalar, Upa’s e aquisição de oxigênio”, disse.
Sobre as UPA’s, disse ele, “já estavam em processo de conclusão das obras, na fase de acabamento. O levantamento da Controladoria Geral da União (CGU) identificou que eu assinei um termo aditivo de prazo, apenas, respeitando a lei. Quem elabora o termo é a Procuradoria Geral do Estado (PGE)”.
Sobre a alimentação das unidades hospitalares, o secretário informou quer “a mesma empresa já prestava os serviços há quatro meses. Foi um processo contratado de forma emergencial, antes de minha gestão. Eu decidi, ao assumir o comando da Sesau, fazer licitação e pregão eletrônico. A Superintendência de Licitação fez o pregão, mas foi suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado, alegando que o Estado deveria administrar a alimentação interal, o que não tem condições de ser feito, por falta de pessoal. E eu não poderia deixar as unidades de saúde sem alimentação. Com parecer da PGE, autorizei nova contratação emergencial”.
Segundo ele, “sai da Sesau e o contrato emergencial continuava. Não houve irregularidade como sobrepreço, superfaturamento e nada. Apenas questão material”.
Em relação à acusação de aquisição de oxigênio para as unidades hospitalares, Ramos declarou que “eram três fornecedoras para o Estado e para quebrar o cartel dessas empresas, que vendiam ao Governo o metro cúbico do oxigênio a um valor muito alto, decidi fazer um processo emergencial transparente. Ao abrir as propostas, uma empresa propôs fornecer oxigênio à metade do preço. No pregão eletrônico, o preço caiu mais ainda”.
Em relação ao pagamento de valores a um auditor fiscal, o secretário disse que “o valor pago foi correto, mas não foi feito na minha gestão na Secretaria de Finanças. Não tenho mais detalhes e nem responsabilidades nesse caso”.
Arimar questionou se o secretário se sente prejudicado com a operação policial e consequente prisão. “me sinto sim prejudicado. É uma operação espalhafatosa, para fazer mídia. Esse valor de R$ 57 milhões desviado é uma invenção, uma ficção. Não tem fundamento essas acusações, é um teatro e eu me sinto injustiçado”.
Segundo ele, “a delação premiada de José Batista e Rômulo pode ter sido feita em momento de desespero deles. Nem contato com eles eu tinha, pois à época eu era presidente da Junta Comercial do Estado de Rondônia”.
Gilvan Ramos relatou que “só tomei conhecimento do mandado de prisão por volta do meio dia da quinta-feira (20). Eu estava no interior e retornei a Porto Velho e me apresentei de forma espontânea. Fui bem tratado pela Polícia Federal. Mas, na madrugada, chegando ao presídio Pandinha, fui mal tratado e xingado por agentes penitenciários. E isso precisa ser corrigido e tratar a todos com urbanidade”.
Segundo ele, “por ser advogado e ter prerrogativas, fui transferido para o presídio Aruanã, onde fui tratado com urbanidade. Eu não queria regalia, mas ser tratado com humanidade”.
O secretário, respondendo a um comentário de uma ouvinte, disse que “ser gestor público, não é fácil. Na saúde, tenho que cuidar da compra de mais de três mil itens. É complicado e muito difícil de gerenciar”.
Gilvan Ramos garantiu que “eu não tenho nenhuma participação em nenhum esquema ilegal ou criminoso. O governador Confúcio Moura (PMDB), com quem trabalho desde a prefeitura de Ariquemes, é um homem sério, íntegro e nunca me pediu para fazer nada errado. Mas, tem um grupo que tenta denegrir a imagem de um Governo com muitas realizações. Quando chegar nas mãos do judiciário, se chegar, não deverá seguir adiante”.
Para ele, “essa operação foi para desviar o foco da Operação Lava Jato, no mínimo. Bastaria me acionar, por telefone mesmo, que iria prestar esclarecimento à polícia. Eu e o governador iríamos de imediato, não precisaria essa grande operação, com um monte de agentes”.
Em relação à divulgação das fotos feitas por ele, ao ser fichado no presídio Pandinha, “quem fez isso, não preservou a imagem de quem estava sobre a custódia do Estado. Acho que a Sejus deveria apurar a autoria desse fato lamentável. Mas, repito, foi um ato isolado, de apenas um ou outro agente penitenciário. A categoria dos agentes penitenciários, inclusive, foi uma das que mais recebeu reajuste e valorização na nossa gestão”.
Ele garantiu que colocou o cargo de secretário de Finanças à disposição do governador e assegurou o pagamento, dentro do mês trabalhado, da folha salarial dos servidores. “Nosso esforço é para garantir o décimo-terceiro e o mês de dezembro aos servidores, no mesmo dia”.
Ao final, ele reconheceu que “sem dúvidas, a nossa imagem fica arranhada e levará muito tempo para conseguir mostrar a sua honestidade. Da minha pessoa, eu repito: estou sendo injustiçado e tudo o que fiz, como secretário de Saúde, foi para ajudar a população”.
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