DRAMA - Homem que levou tiro no olho e perdeu a mulher sofre e ainda busca Justiça

Há mais de três anos um crime bárbaro marcou para sempre a vida de Fabiano Oliveira quando um policial aposentado, Francisco Olavo, por motivo banal deu um tiro em seu olho direito e matou a sua esposa com dois tiros. Saiba como foi esse drama e mesmo apó

DRAMA - Homem que levou tiro no olho e perdeu a mulher sofre e ainda busca Justiça

Foto: Divulgação

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Fabiano levou um tiro no olho
Desde o fatídico dia 04 de abril de 2010, Fabiano Oliveira de Queiroz, 34 anos, vive um drama que o leva a sentir dores latentes, seja física e emocional. Com o lado direito do rosto deformado, destruído por um tiro, onde é obrigado a andar com um olho de vidro, Fabiano está em busca de que a Justiça seja cumprida de acordo com sentença ao causador de toda a sua desgraça, um idoso que na época dos crimes tinha 73 anos, Francisco Olavo Muniz, e que hoje se encontra em lugar incerto.

Francisco Olavo Muniz foi julgado em 10 de março de 2011, condenado a 14 anos de reclusão em sistema fechado pelos crimes de tentativa de homicídio (Fabiano) e de homicídio, contra a então esposa de Fabiano, Juscinéia Nunes Marçal, na época com 31 anos, ambos colhidos com disparos de um revolver calibre 38.

Francisco foi solto após cumprir um curto período de prisão, por bom comportamento, por ser réu primário e idoso com 75 anos de idade. Porém conforme exigência da Justiça ele comprovaria residência fixa na cidade com averiguação de sua estadia. Nesse ínterim já foi solicitado pela vítima, Fabiano, verificação do paradeiro do condenado, que até hoje não foi encontrado.

Consta que no início de fevereiro desde ano um oficial de Justiça realizou diligência na residência onde Francisco Olavo Muniz morava, na Rua Raimundo Cantuária com a Rua Buenos Aires, e nada encontrou, porém no dia primeiro de março ele conseguiu contatar Francisca de Nazaré da Silva, no mesmo endereço, que na época do crime era a sua companheira. No entanto, ela informou que está separada de Francisco há algum tempo e que ele não mora mais com ela. A mulher informou ainda ao oficial que soube através de terceiros que o militar aposentado teria ido a Manaus (AM) para se tratar, mas não soube informar qualquer endereço de residência ou mesmo hospital naquela cidade que pudesse servir como localização de seu paradeiro.

O CRIME

O assassino
Em relatos descritos nos autos do processo nº 00039746220501, da 2ª Vara do Tribunal do Júri e também no Boletim de Ocorrência lavrado na época do crime, nº 2672/2010, e relatos da vítima, Fabiano, a confusão teve início na manhã do dia 10 de abril de 2010, quando ele, acompanhado de sua mulher, Jucinéia, estacionou o seu veículo, uma caminhonete, na calçada em frente à casa do seu afilhado, que é em frente à residência do criminoso, Francisco Olavo Muniz. Consta que enquanto aguardava, o casal ouvia música no interior do veículo, porém com o som bem elevado.

Por causa disso acabou chamando a atenção de Francisco, que se dirigiu até Fabiano e pediu que baixasse o volume do som, pois estava incomodando. Como Fabiano não baixou, houve uma breve discussão entre eles, que foi aliviada pelo afilhado. Francisco então voltou para sua casa e Fabiano junto com a esposa e amigos partiu para um balneário.

Ao final da tarde do mesmo dia, ele retornou do balneário com a esposa e amigos, deixando o seu veículo estacionado na calçada do afilhado de novo, desceram todos e entraram em casa, porém Fabiano esquecera sua carteira e o celular e retornou. A defesa do assassino alega que neste momento, logo após que Fabiano retornou, o som da caminhonete estava alto como antes e, segundo Francisco, por ser idoso e ter a compleição frágil, se armou com um revolver para ir solicitar que abaixasse o som e teve início outra confusão.

Porém as testemunhas, até mesmo os policiais que cuidaram da ocorrência na época apontam que no momento em que Fabiano retornou para apanhar a carteira e o celular, ele se inclinou  através da janela da porta, quando então sentiu o cano de uma arma em sua nuca, quando virou para saber o que era acabou levando um tiro à queima-roupa estourando o seu globo ocular do lado direito. A bala alojou na nuca, a três centímetros da coluna cervical. Fabiano perdeu os sentidos e não viu mais nada.

Testemunhas então declararam em juízo que o que se seguiu após esse primeiro tiro foi a tentativa de um amigo do afilhado de Fabiano, identificado como Jorge Arimatéia, que havia ido ao balneário, ao ver a vítima no chão ferida e sangrando muito, avançou na direção de Francisco na tentativa de desarmá-lo e Jucinéia, com o intuito de ajuda-lo, também avançou em cima do atirador, porém ela segurou a arma de frente para o cano. Francisco então efetuou mais dois disparos que acabaram atingindo a mulher, uma bala acertou o braço e outra atingiu o peito, o que acabou causando a sua morte.

Fabiano após o disparo foi conduzido ao Hospital João Paulo II e depois levado a outro hospital da rede particular. Ele acabou ficando 25 dias em coma, em situação grave.

Consequência do tiro em Fabiano

SEQUELAS

Após acordar de um profundo coma, Fabiano se surpreendeu ao descobrir sozinho indo ao banheiro do seu quarto no hospital e se olhar no espelho de que havia um buraco no lado direito do seu rosto, ficando sem o globo ocular.

Depois os familiares lhe contaram sobre a morte da sua mulher Jucinéia pelos disparos do revolver do policial aposentado, Francisco, que estava preso e seria levado a julgamento.

Vivendo através de analgésicos, Fabiano sobreviveu após um processo delicado de várias cirurgias, onde os médicos tiveram que reconstruir o seu rosto implantando cinco placas de titânio (2.0mm x 2.0mm), uma malha de titânio e 30 parafusos (de 6 mm x 2.0mm) cada, ainda com uma bala alojada no corpo.

O laudo do médico especialista em traumatologia bucomaxilofacial, Dr. Robson Reis, apresentou em seu relatório os seguintes sinais e sintomas em decorrência da grave lesão causada pelo tiro: assimetria significativa da face no lado direito; afundamento do osso malar do lado direito; edema significativo da face e região orbital; limitação na movimentação palpebral; halitose (mau hálito) significativa; desoclusão dentária; dor intensa em face; dificuldade para mastigar e dificuldade para deglutir. Abaixo uma série de raio-x mostra a condição crítica que se encontra sua face no lado direito.

Hoje Fabiano, passado por diversas cirurgias e tratamentos, vive com dores, e reclama pelo fato de ter ficado com sequelas graves e não ter acesso a medicação apropriada que alivie suas dores.

“Todos os dias eu acordo como se fosse uma provação. Uso olho de vidro e o lavo logo cedo, sigo uma rotina hoje que só por Deus continuo vivendo. Não me conformo de ver que perdi uma esposa, hoje me encontro neste estado e a pessoa que causou tudo isso não está na prisão. Quero que a Justiça seja cumprida e não que ela permita que um assassino como este goze liberdade em detrimento dos sofrimentos dos outros. Só porque ele é ancião? Absurdo. Não há bom comportamento dentro da prisão que alivie os crimes que esse assassino cometeu”, comentou Fabiano, não escondendo sua revolta.

JUSTIÇA

Em conversa com a reportagem do Rondoniaovivo, Fabiano disse que busca hoje uma indenização que seria de direito seu devido às provações físicas que vem passando desde o fatídico dia, que ressarça os altos custos já pagos das consultas, cirurgias de reconstrução e tratamento. Da perda da mulher ele disse que isso não tem valor, mas que a Justiça fosse cumprida a contento.

“Buscar a Justiça é fácil, mas muitas vezes não funciona. Gostaria que um dia mudasse muitas coisas. Hoje só quero saber onde ele (Francisco) está, para que seja feita a justiça de verdade. Pois a Justiça esconde ele”, desabafou Fabiano.

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