O soldado da Polícia Militar, Evanilso Alves da Silva, foi condenado ontem a cumprir pena de 11 anos de prisão pelo crime de peculato e furto. Ele ainda terá que devolver o dinheiro desviado, mais de meio milhão de reais. Ele foi julgado pela Justiça Militar em sessão realizada no Fórum Sobral Pinto, que iniciou às 8h30 e encerrou às 13 horas. O julgamento foi presidido pela juíza Lana Leitão e contou ainda com a participação de quatro oficiais da corporação militar, que também votaram com a magistrada pela condenação do réu.
Evanilso foi denunciado pelo Ministério Público Estadual depois de investigado em um inquérito policial militar que apontou o desvio de mais de R$ 1,4 milhão do SAS/PM (Serviço de Assistência Social da Polícia Militar). Evanilso foi acusado de, junto com o irmão, Pedro Iradilson Alves da Silva e ainda o ex-funcionário civil do SAS/PM, Paulo de Oliveira da Silva, e a mulher deste, Cleyde de Souza Brito, desviar R$ 596.549,04.
O desvio do dinheiro foi descoberto por acaso. Conforme foi investigado pelo inquérito policial, o crime ocorreu entre os anos de 2000 a 2004. Evanilso, que já se encontrava preso no quartel da Polícia Militar, foi levado de volta para a cela e aguarda o recurso impetrado pelo seu advogado. Só depois de transitado em julgado e de sua provável expulsão dos quadros da PM, deverá ser transferido para uma cela da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo.
Alguns policiais militares assistiram à sessão de julgamento, entre estes o tenente-coronel Paulo Lhamas, que avaliou como justa a pena imposta pela Justiça. “O inquérito presidido pelo major Marinho apontou as irregularidades e o soldado realmente teve sua parcela de culpa. No entanto, gostaria que a Justiça também funcionasse da mesma forma para os oito oficiais investigados em outro inquérito militar, presidido pelo coronel Santiago”, disse.
“Da mesma forma que no caso do soldado, a investigação foi enfática e apontou o envolvimento destes no desvio dos mais de um milhão de reais do SAS”, comentou o tenente-coronel, acrescentando que espera a mesma Justiça contra os oficiais. Para ele, a condenação do soldado só confirma o envolvimento deles.
O processo contra os oficiais está sendo apreciado pelo Ministério Público Estadual, que deve ou não oferecer denúncia e, conforme informação de uma fonte, é possível que ainda esta semana o promotor que está com o caso vai dar o seu parecer.