Roraima - Dois presos encontrados enforcados na PA

Da Redação

22 de Janeiro de 2008 às 08:27

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Roraima - Dois presos encontrados enforcados na PA

Foto: Divulgação

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A tranqüilidade registrada na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo desde outubro do ano passado foi quebrada na madrugada de ontem, com a morte de mais dois presos supostamente por suicídio na ala dos semi-abertos e abertos do presídio, onde estão 195 presos. Os corpos de Josenati Souza dos Prazeres e Vander Medeiros dos Santos foram encontrados pela manhã, logo depois da primeira chamada do dia, por volta das 6 horas. Ao verificarem na ala, os agentes e carcerários de plantão se depararam com os dois corpos pendurados no banheiro. Josenati e Vander, recapturados recentemente, estavam presos por tráfico de entorpecente e furto. Conforme a direção do presídio, Vander foi preso no dia 26 de abril de 2005, acusado de ser traficante de drogas, e cumpria condenação de três anos de reclusão inicialmente no regime semi-aberto. No dia 7 foi registrada sua fuga e três dias depois foi recapturado e colocado na tranca disciplinar de dez dias. Josenati cumpria condenação de um ano e quatro meses por tentativa de furto, no regime aberto, e era considerado reincidente. Ele também fugiu do presídio este mês, no dia 4, porém no dia seguinte acabou recapturado. O diretor da PA, delegado Fernando Olegário, disse que nada de anormal tinha sido percebido antes pelos agentes plantonistas. A suspeita é que os dois morreram já de madrugada. Por volta das 9h30, após a perícia no local onde as vítimas foram encontradas penduradas por cordas amarradas em comungóis na parede, os corpos foram levados ao IML (Instituto de Medicina Legal) para a realização do exame cadavérico que vai determinar a causa da morte e se eles foram assassinados ou cometeram suicídio, como está sendo investigado inicialmente. Existe ainda a especulação de que as mortes dos presos tenham ocorrido devido a regras internas dos demais presos de que aqueles que fogem, ao serem recapturados, são condenados à morte. O delegado Glauber Lorenzini, titular da Delegacia de Homicídios, informou que nesse primeiro momento será aberto o inquérito policial para investigar o caso. Acrescentou que vai aguardar o resultado das perícias da criminalística e do IML para depois começar a tomar os depoimentos dos presos que estavam na ala onde ocorreram as mortes. Ele pretende adotar alguma medida que auxilie seu trabalho, já que os 195 presos devem ser ouvidos sobre o caso. FAMÍLIA – Familiares do preso Vander, que estavam no IML ontem pela manhã aguardando a liberação do seu corpo, informaram que ele havia se queixado de ameaças de morte e estavam tentando sua transferência para a Cadeia Pública, porém sua morte veio antes de uma decisão. A mãe de Josenati, Eliana Souza dos Prazeres, 47, denunciou à Folha que seu filho estava ameaçado de morte dentro da PA. Disse que no domingo à tarde, enquanto visitava o filho na prisão, ele lhe confidenciou que sua vida estava por um triz e queriam matá-lo. Ela informou que dias atrás o filho lhe pediu R$ 100,00 para pagar dívida possivelmente por drogas. Também fez com que comprasse uma bicicleta nova sob o pretexto de que era para ele retornar ao presídio à noite. Sem poder, eu comprei à prestação em uma loja da cidade e em poucos dias a bicicleta desapareceu e meu filho não quis falar o que tinha acontecido. Acredito que ele deu para algum preso. Quero Justiça e que os assassinos de meu filho sejam punidos, pois não acredito que ele tenha se matado, disse a mãe. OUTROS CASOS – Esse é o terceiro caso em que presos são encontrados mortos em dupla nas mesmas circunstâncias nas dependências da Penitenciária de Monte Cristo, num período inferior a um ano. Os dois primeiros ocorreram nos meses de março e setembro do ano passado. Os mortos foram Wilkson Ney Barbosa da Silva, o Pica-pau, e Valdeiglan Alves do Nascimento, o Deglan, encontrados por volta das 23h30 do dia 28 de março dentro do banheiro da ala 10, também enforcados. No dia 5 de setembro foi a vez dos presos Rivaldo Lopes Machado, 30, o “Louro”, e João Rodrigues dos Santos Damasceno, 20, que estavam recolhidos na ala 03 e foram encontrados pendurados por cordas amarradas nos banheiros das celas 09 e 24. Nos três casos uma coisa comum que chama a atenção da polícia: as vítimas já haviam fugido do presídio e tinham sido recém-recapturados quando ocorreram as mortes.

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