Tráfico leva meninas para se prostituírem na Bolívia

Tráfico leva meninas para se prostituírem na Bolívia

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Foto: Divulgação

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Cobija é uma cidade boliviana muito especial, conhecida pela venda de produtos importados e a única localizada em uma fronteira internacional, limítrofe com o estado do Acre. Sua capital Pando é cidade irmã de outras duas cidades, ambas brasileiras: Brasiléia e Epitaciolândia.* Divididas pelo rio Acre e pelo riacho Bahia, as três compartilham seu destino, apartadas do mundo, em pleno coração do continente sul-americano. Juntas, sua população supera os 80 mil habitantes, e de fato, se complementam em diversos aspectos, conforme a oscilante realidade econômica. *Aparentemente disfarçada de paraíso, é para lá que há denúncias de que dezenas de menores rondonienses estão migrando, iludidas com ascensão econômica, elas acabam indo trabalhar nas ruas e casas de prostituição. Para chegar até lá, as menores são primeiramente abordadas por aliciadores que lhe fazem ofertas tentadoras. *Em média, elas chegam a ganhar de 150 a 300 bolivianos (cerca de 50 a 100 Reais) por programa. Além das menores daqui, por lá também podem ser vistas garotas de Rio Branco, Senador Guiomard, Epitaciolândia e Brasiléia. *A falta de oportunidades faz com que muitas delas ao chegar no local se submetam à maneira de levar a vida para escapar da fome e da solidão. Muitas, até sabem que são usadas por agenciadores profissionais, que chegam a levar mulheres para a Europa, mas preferem se arriscar assim mesmo. *CONTROLE *O governo do Departamento de Pando tenta manter um controle sobre as meninas que são contratadas para trabalhar nas casas de shows. Semanalmente, elas têm que ir ao centro de saúde para fazer exames anti-aids.* O controle é grande, embora a maioria delas troque o nome e mesmo a identidade, para disfarçar a menoridade.* O problema se agrava com o tráfico de mulheres. Uma parte das meninas rondonienses que chega em Cobija é aliciada por agenciadores para trabalhar em casas noturnas de La Paz e até mesmo de Lima. Por cada menina apresentada, eles chegam a ganhar em torno de 150 dólares, um negócio que não deixa de ser rentável. *De acordo com dados do governo, cerca de 85% das mulheres que trabalham nas casas de prostituição de Cobija são brasileiras - acreanas, amazonenses e rondonienses -, 13% são bolivianas e os outros dois por cento são peruanas. *Nas casas, os agentes de saúde chegam a distribuir até camisinhas, mas a medida não é suficiente para evitar a doença. Duas delas já foram contaminadas. Como as autoridades - brasileiras e bolivianas - não têm controle sobre as meninas que entram em Cobija, elas também são usadas pelos agenciadores como “aviões” do tráfico. *AGENCIADORES *Os agenciadores suspeitos são dois homens que moram em Rio Branco e que se encarregam de levar as meninas para Cobija e outras cidade bolivianas. O terceiro é um boliviano, dono de uma casa de programa na cidade de Cobija. *Elas já chegam à cidade com contratos de permanência que chega a durar cerca de seis meses e ficam sob a responsabilidade das casas, sendo que as despesas são custeadas pelas próprias garotas de programa. Segundo fontes, a Los Cocos é uma das casas, onde a maioria das garotas é de origem brasileira*. Lá pelo menos 100 meninas trabalham oficialmente. Outra é a Stancia, que a fonte cita, que é de lá que algumas garotas também seriam enviadas para a Espanha. *FISCALIZAÇÃO *Como o governo boliviano procura manter o controle sobre as casas de saúde, as casas de prostituição são visitadas semanalmente por uma comissão que é formada por membros da polícia, da imigração, da saúde e também por um juiz, que acompanha todos os trabalhos. *Quem não estiver em dia com a regularização, tem o estabelecimento fechado. As garotas recebem uma carteira, por onde é feito todo o acompanhamento de saúde. O grande problema, nesse caso, é que muitas delas não informam corretamente o nome ou usam documentos falsos, o que chega a atrapalhar o trabalho das autoridades. Em média, o centro da saúde de Cobija costuma realizar uma média de 160 exames. A partir desses dados pode se ter uma idéia do volume de meninas brasileiras que entram no país todos os meses. *Apesar de todo o acompanhamento, o governo de Cobija ainda detectou um exame positivo de aids dos 18 feitos no mês de outubro. A garota foi identificada como sendo de Epitaciolândia, no Acre.* O maior problema é que nem mesmo o governo boliviano tem controle sobre as garotas brasileiras que atravessam a fronteira para fazer programas nas ruas de Cobija. Não há dados oficiais e de acordo com as autoridades não está descartada a possibilidade de algumas estarem infectadas. *CAMPANHA *Para evitar que mais mulheres caiam nessa cilada, o governo brasileiro lançou uma campanha divulgada através do slogan “Se alguém oferecer comida, casa e roupa lavada no exterior, desconfie”. O assunto está sendo inclusive abordado na novela Belíssima, da Rede Globo. *A leiI nº 11.106, de 28 de março de 2005 modificou o Cap V do Código Penal brasileiro, tratando de tráfico internacional de pessoas (e não mulheres) e adicionando disposições relativas ao tráfico interno (isto é, no âmbito do território nacional) de pessoas.*De acordo com o Código Penal, portanto, qualquer facilitação para que alguém viaje ao exterior para trabalhar na prostituição pode ser vinculada a um quadro de tráfico, mesmo que não se trate de organizações criminosas organizadas, mas, como é freqüente no Brasil, da ajuda de parentes, amigas, vizinhas. *Alguns dados dessa reportagem foram divulgados na semana passada pelo jornal “O Rio Branco”, que denunciava a presença das garotas acreanas no lado boliviano.
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