O fim de ano é tradicionalmente marcado por confraternizações, troca de presentes e aumento do consumo. Mas, também é um período decisivo para refletir sobre hábitos financeiros e planejar o futuro. Promoções, facilidades de pagamento e o apelo emocional das datas comemorativas podem levar a decisões financeiras precipitadas, que acabam comprometendo o orçamento nos meses subsequentes. Pensando nisso, o Sicredi reforça a importância do consumo consciente e do planejamento financeiro como orientações importantes para começar 2026 de forma mais equilibrada e segura.
Levantamento divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) estima a injeção de cerca de R$ 6,7 bilhões na economia mato-grossense decorrentes do pagamento do 13° salário aos trabalhadores formais no Estado. Por outro lado, dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil apontam que mais de 68,6 milhões de brasileiros estão com dívidas em atraso, o equivalente a quatro em cada 10 adultos negativados. O número evidencia o desafio enfrentado por grande parte da população na gestão das finanças, em um cenário de juros elevados. E o abono de fim de ano torna-se uma oportunidade para mudar a situação.
Para o consultor de Sustentabilidade e Cooperativismo do Sicredi, Eber Ostemberg, o principal risco neste período é a compra por impulso, geralmente estimulada por campanhas promocionais e pelo apelo emocional das datas comemorativas. “Expressões como ‘compre agora e pague depois’, ‘últimas unidades’ ou ‘desconto imperdível’ ativam gatilhos emocionais e passam a sensação de vantagem, quando na prática, muitas vezes o consumidor está assumindo um compromisso que pode não caber no orçamento”, afirma.
Segundo ele, o consumo consciente não significa deixar de comprar, mas comprar com mais critério. “É importante avaliar o valor total da compra, verificar se há juros embutidos, comparar preços e refletir se aquela aquisição é realmente necessária naquele momento. Pequenas decisões repetidas ao longo do tempo podem gerar grandes impactos no orçamento”, reforça.
Outro ponto de atenção é o uso do 13° salário ou do cartão de crédito sem planejamento. “Quando esses recursos são utilizados sem critério, acende o sinal de alerta. A consequência pode ser iniciar o ano endividado e, em muitos casos, precisar recorrer a novos empréstimos para conseguir equilibrar as contas”, alerta Ostemberg.
Manter o planejamento ao longo do ano exige hábito e disciplina, sem demandar ferramentas complexas. Registros simples de gastos, planilhas ou aplicativos ajudam a acompanhar receitas e despesas e permitem ajustes contínuos, inclusive para quem tem renda variável.
O diálogo dentro de casa é essencial. Incluir crianças e adolescentes nas conversas sobre dinheiro contribui para formar consumidores mais conscientes no futuro. “Educação financeira também é educação para a vida. Quando a família compartilha objetivos e decisões, o consumo se torna mais responsável e cooperativo”, destaca Ostemberg.
Planejamento financeiro para um novo começo
Para quem deseja iniciar 2026 mais organizado, o planejamento financeiro é o caminho mais seguro. A consultora de Negócios do Sicredi, Marianne Moraes, destaca que o primeiro passo é compreender o próprio comportamento de consumo. “Antes de qualquer planilha ou aplicativo, é preciso entender quanto se ganha, como se gasta e quais despesas realmente fazem sentido. Organização financeira não é restrição, é alinhamento entre o dinheiro e os objetivos de vida”, define.
Ela aconselha que algumas metas devem ser prioridade no próximo ano, como a formação de uma reserva de emergência, a redução de dívidas com juros elevados e a adequação do estilo de vida à renda disponível. “Somente após esse equilíbrio é possível avançar de forma mais consistente para investimentos e projetos de longo prazo”, orienta.
Em um cenário de juros elevados, com a taxa Selic no patamar de 15% ao ano, as compras parceladas e financiamentos tendem a ficar mais caros, enquanto quem consegue guardar encontra boas oportunidades em investimentos em renda fixa. Por isso, com o planejamento financeiro, análise do cenário econômico e alguns ajustes nos hábitos podem contribuir para mais pessoas colocarem as finanças em ordem e tirarem proveito disso. “Planejar permite consumir melhor hoje e aproveitar melhor as oportunidades amanhã”, completa Marianne.
Incentivo – Comprometido com a melhoria da qualidade de vida dos associados e com desenvolvimento local, o Sicredi desenvolve programas, um deles voltados à educação financeira. O Programa Cooperação na Ponta do Lápis leva informação, conhecimento e boas práticas financeiras para diferentes públicos, desde crianças, adolescentes, adultos, até famílias e microempreendedores, com conteúdo e metodologias adaptados em cada realidade.
A proposta é unir educação financeira e comportamento, reconhecendo que decisões sobre dinheiro envolvem emoção, hábitos e escolhas do dia a dia. Por isso, o programa utiliza uma metodologia própria, inspirada na economia comportamental, que estimula a conscientização, a organização financeira e a construção de hábitos sustentáveis ao longo do tempo.
Com ações presenciais e digitais, cursos gratuitos, materiais educativos e iniciativas como a parceria com a Turma da Mônica, o Sicredi amplia o acesso à educação financeira desde a infância, formando consumidores mais conscientes hoje e adultos mais preparados no futuro. Ao compartilhar conhecimento e incentivar escolhas responsáveis, a cooperativa reafirma seu propósito de cooperar para uma vida financeira sustentável e para uma sociedade mais próspera. Para mais informações
https://fundacaosicredi.org.br/cooperacao-na-ponta-do-lapis/
Sobre o Sicredi
O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento de seus associados e com o desenvolvimento das regiões onde atua. Possui um modelo de gestão que valoriza a participação dos mais de 9,5 milhões de associados, que exercem o papel de donos do negócio. Com mais de 3 mil agências, o Sicredi está presente fisicamente em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, disponibilizando uma gama completa de soluções financeiras e não financeiras.
Nos estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia, Acre, Amazonas, Amapá, Roraima, e algumas cidades de Goiás, o Sicredi está presente em 262 municípios e possui 358 agências, para o atendimento a mais de 1,6 milhão de associados.