Pesquisas recentes da neurociência apontam que a privação crônica de sono não apenas prejudica a memória e o foco, como também pode causar danos físicos ao cérebro. Segundo cientistas, a falta contínua de descanso leva o organismo a ativar em excesso células chamadas microglias, que funcionam como uma equipe de limpeza cerebral.
Em condições normais, essas células são responsáveis por eliminar resíduos e conexões neurais desnecessárias. No entanto, quando a pessoa dorme mal por períodos prolongados, a microglia entra em sobrecarga e começa a devorar tecido cerebral saudável, promovendo uma espécie de autodestruição do cérebro.
De acordo com os pesquisadores, pessoas que dormem menos de seis horas por noite perdem um volume cerebral equivalente a dois anos extras de envelhecimento a cada ano. Já após apenas uma semana de sono ruim, exames de imagem indicam que o cérebro se apresenta como se a pessoa tivesse envelhecido um mês.
“O crânio literalmente vai se tornando mais vazio”, explicam os cientistas, “à medida que o cérebro se canibaliza para continuar funcionando diante da exaustão”.
O impacto é significativo especialmente em áreas como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex pré-frontal, responsável pelo raciocínio, controle emocional e tomada de decisões.
Prejuízos vão além do cansaço
Além da perda de massa cerebral, o sono insuficiente tem sido associado ao aumento do risco de doenças neurológicas, como Alzheimer, depressão e ansiedade. O sistema imunológico também é enfraquecido, e há impacto direto na capacidade de concentração, produtividade e bem-estar geral.
Especialistas recomendam que adultos mantenham uma média de 7 a 9 horas de sono por noite, com horários regulares e ambiente propício ao descanso. O uso excessivo de telas, consumo de cafeína à noite e estresse constante são fatores que contribuem para a insônia.
Para os pesquisadores, a mensagem é clara: dormir bem é um dos hábitos mais importantes para preservar a saúde do cérebro.