Um estudo inédito realizado pelo
portal BDA Brasil e Apostas Brasil revela que, mesmo com a crescente pressão política pela proibição de publicidade de apostas no Brasil, as casas continuam investindo pesado no futebol nacional.
Os contratos firmados com clubes da Série A em 2025 ultrapassam a marca de R$ 1 bilhão.
Esse volume expressivo de dinheiro reacende o debate: por que as empresas seguem apostando alto em um cenário instável? E o que os clubes podem perder se essas parcerias forem de fato barradas?
O tamanho do mercado: contratos milionários em campo
Em 2025, 18 dos 20 clubes da Série A possuem contratos com casas de apostas. A média de valor por clube alcança R$ 63,82 milhões.
Os 5 maiores contratos do futebol brasileiro em 2025 são:
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Flamengo (Pixbet)– R$ 105 milhões/ano
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Corinthians (Esportes da Sorte)– R$ 103 milhões/ano
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Palmeiras (Sportingbet) –R$ 100 milhões/ano
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Atlético-MG (H2bet) -R$ 60 milhões/ano
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São Paulo (Superbet) -R$ 52 milhões/ano
A estimativa total do setor em patrocínios no futebol de elite é superior a R$ 1,15 bilhão ao ano.
A entrada de novas empresas com contratos expressivos
Com a regulamentação do setor e a saída de empresas que não se adequaram às exigências legais, 2025 abriu caminho para a entrada de novas casas de apostas no cenário esportivo brasileiro. Marcas que até então não figuravam nas camisas dos clubes passaram a investir pesado em visibilidade, muitas delas já com contratos milionários logo na estreia.
Um dos casos mais emblemáticos é o da H2Bet, que em 2025 se tornou patrocinadora master do Atlético-MG, com um contrato que a posiciona entre os cinco maiores do futebol brasileiro atualmente.
Confira os números:
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Garante R$ 60 milhões/ano ao Galo, com bônus que podem elevar o valor total a R$ 200 milhões em três anos.
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Inclui ações na GaloTV, presença em estádios e ativações institucionais.
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Torna-se o maior contrato da história do clube e do estado de Minas Gerais.
Contratos relevantes como esse, trazem luz para o debate que ganhou força nos últimos meses sobre a possível proibição de publicidade de casas de apostas no futebol brasileiro.
Valores altos podem impactar positivamente
Contratos de patrocínio master com casas de apostas têm o potencial de transformar a realidade financeira dos clubes. Em um cenário de maior profissionalização e exigência de resultados, esses valores são relevantes para investimento em infraestrutura, tecnologia, categorias de base e reforços no elenco principal.
Além do Atlético-MG, outros clubes também viram um crescimento expressivo nos valores recebidos entre 2024 e 2025:
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Bahia: aumento de R$ 21 milhões/ano com nova parceira Viva Sorte.bet.
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Botafogo: valorização de R$ 27 milhões com a nova parceira Vbet.
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Grêmio e Internacional: investimento de R$ 50 milhões por ano com novo patrocinador master Alfa Bet.
Esse movimento ascendente nos contratos reforça como as casas de apostas passaram a ocupar um papel estruturante no financiamento do futebol nacional, especialmente nos clubes da Série A.
Uma nova era, cercada por oportunidades e incertezas
O avanço das casas de apostas no futebol brasileiro, impulsionado pela regulamentação do setor, já movimenta valores bilionários em patrocínios, reposiciona marcas e fortalece clubes em um momento de transformação econômica e institucional no esporte.
A entrada de novas empresas, como a H2Bet, e o crescimento nos contratos já existentes mostram que, mesmo diante de incertezas políticas e regulatórias, o mercado enxerga o futebol como uma vitrine incomparável de engajamento e construção de marca.
No entanto, a recente discussão no Senado sobre a proibição de publicidade de casas de apostas no esporte brasileiro acende um alerta. Com base nos dados levantados neste estudo, apenas os clubes da Série A já movimentam mais de R$ 1 bilhão em contratos ativos com casas de apostas. A interrupção desses fluxos financeiros teria impacto direto na folha salarial, contratações, estrutura e até na competitividade internacional dos clubes.
Mais do que um debate ideológico, a regulação exige equilíbrio. Afinal, os dados estão aí: os investimentos aumentaram, novos players chegaram e os clubes estão sendo beneficiados.
A pergunta que fica é: o Brasil está pronto para abrir mão disso?