Segundo Júnior Lopes, não é obrigação do Governo de Rondônia fiscalizar a segurança do trabalho durante as montagens de estruturas do Festival Duelo da Fronteira. Nesta terça-feira (12), o
Rondoniaovivo entrevistou o titular da Superintendência da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel), que comentou o acidente em Guajará-Mirim (RO).
Como contou o jornal, quatro trabalhadores ficaram feridos após levarem um choque enquanto montavam uma estrutura para o Duelo da Fronteira, programado para acontecer entre os dias 15 e 18 deste mês.
Os trabalhadores ficaram desorientados, tiveram que ser socorridos por equipes do Corpo de Bombeiros e foram conduzidos ao hospital - onde, por causa de orientação médica, permanecem em observação. O episódio, que foi reproduzido pelo Rondoniaovivo e por outros veículos de notícia, repercutiu nas redes sociais.
Internautas apontaram o óbvio: os trabalhadores, sem botas, luvas, capacetes ou óculos de proteção, não estavam cumprindo com as regras de segurança de trabalho. “Descuido de quem?”, perguntou um perfil na rede social Instagram.
“É obrigação das empresas, que ganharam as licitações, fiscalizar. A Sejucel, e o Governo de Rondônia, tem uma comissão de fiscalização - que fiscaliza apenas após a entrega do serviço”, disse Júnior Lopes ao Rondoniaovivo nesta terça durante uma curta entrevista realizada por telefone.
“As empresas precisam provar, ainda no processo de licitação, que são aptas e que possuem o conhecimento técnico para realizar o serviço. Só então, depois da entrega, é que recebem”, continuou. Lopes, que tem sido criticado pela falta de transparência em sua gestão frente a Sejucel, garantiu ao jornal que o Governo de Rondônia vai notificar a empresa responsável pelos funcionários que ficaram feridos - mas não soube informar qual seria essa empresa.
“Agora, de cabeça, não sei qual empresa, nem CNPJ, que era responsável por esses funcionários [que se acidentaram]”, disse. O secretário, quando questionado, citou quatro firmas possivelmente responsáveis pelos trabalhadores envolvidos no acidente: Staa Lightning, TM de Aguiar, C/C Construloc e ‘Barros’.
A reportagem não conseguiu entrar em contato com nenhuma e tampouco conseguiu localizar o contrato da prestação de serviço que, segundo Lopes, deveria estar disponível no Portal da Transparência ou no site da Superintendência Estadual de Licitações.
Entretanto, o Rondoniaovivo conseguiu entrar em contato com Clodoaldo Matos, sócio da empresa ‘Pra Eventos’, que foi contratada para montar parte da estrutura - e que emprega três dos quatro funcionários que foram atingidos.
Ao jornal, Clodoaldo contou que a ‘Pra Eventos’, por conta do quadro de funcionários pequeno, não possuía, no momento do acidente, um técnico de segurança do trabalho presente no local. “Mas, pelo nosso número de funcionários, não é preciso. Eu, que sou engenheiro, entendo [de segurança] e o meu sócio estava presente. E o Governo também tinha uma técnica com a equipe”, afirma o empresário.
Quando questionado se o Governo do Estado ou o secretário notificaram a ‘Pra Eventos’ sobre o acidente, o empresário disse: “Conversei, ainda de manhã, diretamente com o secretário [Júnior Lopes]. Ele perguntou como estava o pessoal, que graças a Deus está bem, mas não citou nenhuma notificação, não”.