“Vou lá embaixo”. Por muitos anos essa era uma frase muito comum de ouvir por parte dos moradores que viviam na Zona Norte de Porto Velho, na parte mais antiga da capital de Rondônia. Quando diziam isso, estavam explicando que iam ao centro da cidade que se localiza na parte ‘baixa’ do município.
Para os mais novos ou que chegaram em Porto Velho mais recentemente, pode soar estranha essa expressão, mas ela também indicava que a pessoa estava indo para a avenida Sete de Setembro. Por muitos anos foi a principal rua da capital e onde a maioria das grandes lojas e bancos se situavam.
Nas décadas de 60, 70, 80 e 90, a avenida 7 de Setembro era o principal centro comercial de Porto Velho(Foto: Rondônia Minha Querida Rondônia)
Da década de 1960 ao início dos anos 2000, era o local de referência não somente para as compras como para diversão, afinal, os principais cinemas, lanchonetes e praças se situavam ao longo dela. Era uma rua para ver e ser visto!
Mas esse período de glamour, se tornou coisa do passado. Hoje, andar pela avenida Sete de Setembro é se deparar com o centro da capital rondoniense em rápida decadência. O que em outros tempos, era motivo para as famílias saírem de suas casas para um passeio visitando o comércio, hoje se tornou uma área evitada por boa parte da população. Além disso, temos também o surgimento de novos centros comerciais em Porto Velho, o que também contribuiu para esse esvaziamento do centro.
Sem encanto
A região perdeu o encanto e enfrenta um verdadeiro êxodo de consumidores e, por consequência, de comerciantes. Com vendas fracas e sem apoio do Poder Público, não restou muitas alternativas para vários empresários da Sete de Setembro, a não ser fecharem as portas.
Essa situação transformou não apenas essa avenida, mas as próximas à ela, em uma área para a proliferação de drogados, mendigos e desocupados, tornando a vida de quem ainda tenta tocar o comércio na região, bastante difícil.
Grandes redes nacionais de lojas se instalaram e fecharam as portas ao longo da avenida 7 de setembro
Recentemente, começou a circular na internet um vídeo, onde um cidadão percorre boa parte da avenida Sete de Setembro, contando a quantidade de lojas e outros pontos comerciais fechados. Foram encontrados mais de 30 imóveis desocupados num pequeno trecho da via.
Ao final, ele lamenta a situação e apresenta algumas sugestões do que poderia ser feito para reverter esse cenário de decadência e revitalizar o centro de Porto Velho. Certamente, a solução não é fácil, mas a união entre a Prefeitura de Porto Velho, entidades empresariais, instituições de ensino e Governo do Estado, poderia ser a solução para a revitalização do centro da capital.
Família Resky
O empresário e advogado Waldeney Resky, vem de uma das pioneiras famílias que atuam há mais de cem anos no comércio da avenida Sete de Setembro. Os Resky já tiveram cinema, padaria e empresas de outros ramos atuando na região. Para ele, a atuação do poder público tem sido lenta e disse que um dos grandes problemas é a falta de fluxo de clientes no centro da capital.
O advogado e empresário Waldeney Resky, defende a implantação de empreendimentos mistos(comercial e residencial) na Sete de Setembro
“Para reverter essa situação deveriam investir em iluminação; implantar a zona Azul, pois os potenciais clientes, desistem de vir até a região central pela ausência de vagas de estacionamento; sistemas de segurança durante o dia e a noite, pois, os moradores de rua invadem, depredam ruas e comércios; estimular novos empreendimentos mistos (comercial e residencial) na área central, pois estes novos moradores iriam consumir em sua própria zona de habitação. Tem várias outras possibilidades, mas, talvez, um conselho se reunindo e sendo ouvido pelas autoridades envolvidas, seja o mais prudente”, declarou.
Veja o vídeo: